Imagem ilustrativa da imagem 'Atualidades' também devem fazer parte da rotina de estudos
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Elas não são uma área do conhecimento, nem mesmo um componente curricular, mas têm um peso importante no Enem. As atualidades estão presentes em toda a prova, com maior representatividade nas Ciências Humanas e na Redação, como em assuntos de geopolítica.

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O Folha Enem já trouxe em outras edições a palavra de profissionais que afirmaram que para um bom desempenho no exame, é necessário que o candidato esteja antenado ao que acontece no Brasil e no Mundo.

O professor de filosofia do Colégio Marista de Londrina, Lucas de Prado, afirma que a preparação para as atualidades envolve, em essência, a busca de conhecimento através de veículos oficiais de comunicação. “É importante acompanhar como dois ou mais veículos abordam um mesmo assunto. Fazer esses contrastes para que o aluno enxergue e tire suas próprias conclusões. Saber verificar as fontes também faz parte do processo”.

Prado, que leciona a disciplina de “Atualidades” na instituição, foi questionado se as redes sociais podem contribuir na busca de informações sobre temas do cotidiano. Segundo ele, é preciso cautela. “Podem ser úteis para o aluno ter um primeiro contato sobre o tema. Mas na hora da análise, é importante que sejam usados as TVs, rádios e jornais”, completou.

Acompanhar os fatos do dia a dia trazem, nas palavras do professor, a chamada leitura científica, onde o aluno realmente obtém conhecimento e aplica no momento do Enem, que exige esta habilidade. “Muita gente confunde o conceito de atualidades. O candidato deve ser capaz de aplicar conceitos, separando o que é fato, o que é ciência ou o que é opinião. Uma análise mais técnica, para que o aluno saiba como enxergar situações e que não fique apenas dando opiniões, com um discurso superficial”.

Sair da superficialidade, inclusive, é um ponto em que Prado chama a atenção para garantir que o aluno estude as atualidades e garanta um pensamento crítico, fundamentando suas ideias. “O intuito de estudar as atualidades é que o aluno consiga ‘ler’ o mundo que ele vive. Opinião todo mundo pode ter, mas é importante entender que existem muitos problemas na atual sociedade que não podem depender somente da opinião que eu tenho sobre o assunto. Com o pensamento crítico, você não aceita qualquer coisa que te colocam e trabalha para ser uma pessoa mais livre, atuando na sociedade de forma mais independente e mais honesta”, refletiu.

Além do Enem

Por mais que o Enem não adentre em temas cercados de polêmica, principalmente na redação, o professor de filosofia do Colégio Marista assegura que o aluno pode incluir o estudo destes assuntos na sua rotina. “É um incentivo estudar assuntos de grande controvérsia, pois fazem parte da nossa realidade”.

Na conclusão do texto dissertativo-argumentativo, a redação tem como um dos pilares a proposta de intervenção, que deve ser inserida nos últimos parágrafos. Seguindo o raciocínio de Prado, é possível que o candidato trace uma estratégia de propor soluções para cada assunto estudado. “Não basta que o aluno só conhecer a teoria dos filósofos/sociólogos, se não souber fazer uma leitura prática dos exemplos. Mesmo que não caia nenhum assunto no Enem, o aluno aprende a transitar com conceitos e sentirá mais confortável em abordá-los no seu cotidiano”, argumentou o professor.

As atualidades podem agregar assuntos que se arrastam há décadas. Para isso, é importante que o candidato do Enem faça uma leitura histórica que constate que o problema apresentado na prova não é recente. A contextualização pode trazer desdobramentos e fatos paralelos, onde o aluno pontua as diferenças, semelhanças e consolida sua leitura. “A gente só começa a ter uma opinião mais coerente quando começamos a estudar e investigar as informações. As atualidades pegam grandes problemáticas e incentivam o aluno a abordá-las fugindo da superficialidade”, concluiu.