Mesmo com horas e mais horas de estudo, lembrar de todos os conceitos, termos e fórmulas no dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é uma tarefa difícil. Mas como que para quase tudo existe solução, "apelidar" as fórmulas de física pode ser uma maneira de memorizar as equações de forma mais fácil e divertida. Além disso, outro fator que colabora é o treino, já que com a prática o aluno consegue absorver as fórmulas de forma mais eficiente.

Bruno Rostirolla, professor de física do Colégio Marista, explica que a prova de física aparece no segundo dia de provas do Enem no caderno de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, junto com a química e a biologia. A prova de física, assim como nas demais disciplinas da área das exatas, exige que o candidato resolva exercícios durante a prova por meio de fórmulas e equações.

Para isso, o professor explica que utilizar algumas palavras ou "apelidos" que resumem as fórmulas pode ser uma forma de memorização. Um dos conteúdos trabalhados na disciplina é a análise do movimento, que é a mecânica, sendo que existe um tipo de movimento chamado de uniformemente variado (MUV). Ele detalha que o MUV é composto por três equações que recebem ‘"apelidos" de acordo com as variáveis que aparecem lá. A primeira delas é a do "sorvetão’", utilizada para calcular o deslocamento: S= S₀ + V₀ + AT²/2. Por meio das iniciais da fórmula, fica mais fácil memorizar a equação por meio do termo "sorvetão".

ECONOMIZAR TEMPO

A mesma lógica vale para a fórmula do "vovô ateu", que calcula a velocidade de um corpo, e para a de Torricelli ou "vovô e vovó e mais duas asas delta", utilizada para descobrir o intervalo de tempo, sendo elas, respectivamente: V= V₀ + AT e V²= V²₀ + 2AΔS. “A gente acaba utilizando esses apelidos das equações para facilitar a memória, mas não tem jeito, dentro das exatas, não adianta o candidato só olhar o professor fazendo, ele tem que treinar”, ressalta.

Na hora da prova, para economizar tempo e aumentar as chances de acertar a questão, Rostirolla orienta que os alunos identifiquem o objetivo da pergunta, ou seja, o que ela quer saber. Por exemplo, se a questão quer que o candidato encontre a posição de um corpo, ele precisa saber primeiro a velocidade. Caso o exercício não traga o valor da velocidade, ele primeiro faz essa equação para então fazer o cálculo para saber a posição, respondendo a questão. “É como se fosse uma engenharia reversa, eu começo pelo objetivo e vou descobrindo o que eu preciso fazer para chegar a esse objetivo”, ressalta. Segundo o professor, isso ajuda a economizar tempo de prova, já que se o candidato sabe o que o exercício quer que ele faça, ele pode identificar com mais rapidez a linha que ele tem que percorrer para resolver o exercício.

Em relação aos conteúdos de física que mais aparecem no Enem, o professor cita a parte de acústica, de energia e do cálculo de potência de equipamentos elétricos. Segundo ele, são questões do dia a dia que podem aparecer na prova como, por exemplo, um texto sobre o consumo de energia de uma geladeira com determinada potência, em que o aluno precisa descobrir o valor da fatura no final de um mês a partir desse consumo energético. Ainda falando sobre energia, Bruno Rostirolla pontua que sempre aparecem questões sobre a transformação de energia em usinas. Ele exemplifica a energia cinética, que no movimento é transformada em energia potencial gravitacional ou elástica.