Reduzir os gastos públicos com cargos comissionados e construir um novo hospital para a cidade são os planos mais recorrentes entre os candidatos a prefeito de Apucarana (Norte). A disputa está formada entre seis postulantes. As legendas representadas promovem uma espécie de resumo da política nacional, com políticos orientados desde a base do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ao governador Ratinho Junior (PSD), além da esquerda. No centro do debate municipal está o atual ocupante da cadeira na prefeitura, o engenheiro Junior da Femac (PSD), que busca a reeleição. “É um desafio. Apucarana tem quase 140 mil habitantes, é a maior cidade do Vale do Ivaí. Temos cuidado muito da questão do coronavírus. A pandemia não passou. Então tenho me dedicado firmemente à administração da cidade”, diz à FOLHA.

Imagem ilustrativa da imagem Saúde e gestão dominam pauta das eleições em Apucarana
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Como atual administrador, ele tem a seu favor o trabalho que apresentou ao longo dos últimos quatro anos, primeiro como vice do então prefeito Beto Preto, atual secretário estadual de Saúde, e garante a continuidade do que faz. “Estamos unidos para continuar no caminho do desenvolvimento, continuar tendo a melhor educação municipal do Paraná, com Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 7,6, o maior entre as grandes cidades do estado. Falta menos de 1% das ruas urbanas para a gente asfaltar”, resume o prefeito, que lembrou dos problemas que tem que gerir. “Temos de fazer tudo isso com muito planejamento financeiro. Apucarana é uma das cidades mais endividadas do Paraná”.

Pelo Republicanos, o veterinário Andre Romagnoli apresenta um plano de governo que é subdividido em 12 grandes grupos que têm como orientação básica o desenvolvimento econômico da cidade. A promessa do candidato é a formação de uma equipe de governo enxuta e eficiente, além de um planejamento orçamentário coerente. “A redução dos custos do município estará em pauta desde o início, mas sempre com o compromisso da manutenção dos serviços essenciais à população”, garante.

HOSPITAL

O advogado Laércio Luz (PT) ressalta que o trabalho de aproximação com o eleitorado foi reforçado por meio das mídias digitais devido às precauções para evitar a dissipação da Covid-19. O político promete construir um novo hospital público municipal, promover eleições diretas para os postos de diretores das escolas, retirar o presídio do Centro da cidade e construir um novo terminal próximo à rodoviária. “A gestão atuará fortemente na formulação e implantação das políticas públicas no município através da participação popular no orçamento, que é um princípio basilar do Partido dos Trabalhadores”, afirma.

A candidata do Podemos, a publicitária Carol Scarpelini, defende um trabalho conjunto entre todas as secretarias de governo e que o foco do seu trabalho são os cidadãos. Ela considera a proximidade da bancada do Senado, formada exclusivamente por parlamentares do seu partido, fundamental para ter apoio para conseguir um novo hospital para Apucarana. “Minha primeira medida será abrir a prefeitura para a sociedade e os setores para o diálogo. A atual administração se fechou e nossa proposta vem na contramão dessa forma de trabalhar. Defendo um grupo enxuto e funcional”, explica a candidata, de família com tradição na política local.

INFRAESTRUTURA

O vereador Rodolfo Mota (PSL) também defende uma administração dividida em 12 eixos estruturantes, que serão desdobrados em programas, ações e metas, com planejamento para até 30 anos. Obras viárias, reforço no atendimento de saúde pública com um Pronto Atendimento Infantil 24 horas, uma Clínica de Saúde da Mulher e um Centro de Diagnóstico por Imagem estão nos planos de Mota. “Como primeira medida do mandato, vamos reduzir os secretários dos atuais 20 para 15, assim como os cargos em comissão de 250 para no máximo 150. Essas mudanças economizam perto de R$ 30 milhões em um mandato”, afirma.

Também de orientação de esquerda, pelo PSOL, a professora Malu Domingues defende que Apucarana seja mais humana. “Nossas propostas estão voltadas para toda a cidade, prioritariamente para os trabalhadores homens, mulheres, negros, negras e população LGBTs, os mais excluídos e quem mais necessita de políticas públicas”, diz. O norte da administração que ela pretende fazer se utiliza da participação popular, com medidas como o orçamento participativo e a criação de conselhos populares. “Desejo que os eleitores conheçam nossas candidaturas a vereança e votem nelas para que tenham vozes na câmara”, conclui.