O município de São Jerônimo da Serra (Norte Pioneiro) tem vivido nos últimos anos uma série de escândalos políticos envolvendo dezenas de crimes, entre eles corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, organização criminosa, prática de "rachadinha" e adulteração na folha de pagamento para receber recursos indevidos na três últimas administrações, com cassações, prisões e afastamento de seus prefeitos. Diante da recorrência dos políticos de utilizar meios escusos para benefício próprio ou para pessoas de seu grupo, a reportagem da Folha ouviu três candidatos ao Executivo municipal para destacar suas ações para evitar esse tipo de atividade ilegal durante seus mandatos.

Imagem ilustrativa da imagem São Jerônimo busca alguém para apagar os recentes escândalos políticos
| Foto: Lis Sayuri/6-4-2014

O candidato Venicius Djalma Rosa, do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), diz que é preciso fazer “um choque de gestão”. “Vamos reorganizar o sistema contábil e fazer capacitação dos profissionais para sanar tudo isso. A pessoa que estiver à frente da prefeitura deve criar comissões de fiscalização e acompanhamento em todas as secretarias e as licitações devem ser transmitidas ao vivo, pela internet, para que toda a população possa acompanhar o que o município está fazendo”, apontou. Ele disse que pretende ainda alimentar o portal da transparência com os dados mais completos.

Rosa afirmou também que o “controle social é uma coisa importantíssima nesse caso”. “Isso traz a população para perto de nossa gestão. É fazer com que os conselhos municipais de educação e de saúde sejam participativos. Coloquei no plano de governo que vamos fazer a Casa dos Conselhos, que vai ser uma estrutura para que os conselhos tenham uma secretária, telefone e acesso à internet, para que eles se sintam valorizados”, apontou.

O candidato José Ademir Codonho, conhecido como Zé Polícia, é o candidato do PL (Partido Liberal). Ele afirmou que o combate à corrupção já começou na pré-campanha, já que só admitiu pessoas como aliadas em sua campanha se concordassem em não exigir qualquer acordo para isso. “Vou deixar bem claro que se o sujeito quiser negociar qualquer acordo não entrará pagamento a mais que não seja o estabelecido pela campanha de forma legal. Teremos tolerância zero com corrupção. A nossa equipe é enxuta. A gente vai colocar uma corregedoria forte e se possível vamos analisar a possibilidade de reforma administrativa para que os servidores incomodados possam sair da administração. Creio que assim será possível restaurar a credibilidade do município e dos empresários que quiserem se instalar na cidade. Assim será possível gerar empregos no comércio e na indústria”, destacou.

Ele admitiu a possibilidade de criar um conselho municipal de transparência e controle social. “Quero deixar a prefeitura o mais aberto possível para a população para demonstrar mais transparência, para trazer o cidadão para frequentar mais a prefeitura”, destacou.

A reportagem também entrou em contato com o candidato Adicarlos Leite , do Pros (Partido Republicano da Ordem Social), que foi lacônico. “A forma de sanar (a corrupção) é com trabalho sério e transparente, com acesso da população, fazer uma gestão voltada para o bem comum, prezando pelos princípios que norteiam a administração pública”, respondeu. Ele justificou a resposta curta pelo fato de ter feito campanha na zona rural e porque no restante da agenda tem se dedicado à gravação de vídeos para sua campanha eleitoral.