Na primeira sessão remota da Câmara Municipal de Londrina após o domingo de eleições, os vereadores discursaram sobre o resultado das urnas. Entre eles, Mario Takahashi (PV) e Rony Alves (PTB), que sofreram uma derrota maiúscula após virarem réus na Operação ZR3, deflagrada em 2018. O ex-presidente da Casa, que está no segundo mandato, obteve apenas 402 votos, e o professor petebista, no terceiro mandato consecutivo, conquistou 341.

Imagem ilustrativa da imagem Rony culpa imprensa por votação 'pífia'; Takahashi adota cautela
| Foto: Gustavo Carneiro/16-9-2019

Ambos estão entre os 13 réus no processo da Operação ZR3 do Ministério Público do Paraná, que denunciou um suposto esquema de corrupção em tratativas de projetos de lei sobre o zoneamento urbano de Londrina. Rony Alves classificou de "pífia" sua própria votação, mas disse que não reflete o seu histórico político. "Levanto as mãos limpas e nunca dormi com minha mente me acusando. Foi uma luta terrível, uma acusação infundada, uma luta da imprensa contra a gente e sei de muitas falsidades, de pessoas que beijaram o meu rosto e me traíram e me apunhalaram. Esse Rony que a imprensa mostrou não existe" discursou.

Já Takahashi usou a sessão on-line para agradecer aos votos e justificar o resultado das urnas em tom mais sereno, mas criticou políticos que teriam usado a ZR3 como palanque político. "Eu quero discordar de forma educada do Rony. Todos disputaram aqui e só ganham ou perdem quem têm a coragem e ousadia de disputar. Eu decidi ir para a campanha a duas semanas antes do prazo. O resultado da votação é integralmente minha responsabilidade. Enfrentei um desgaste de imagem, mas não de competência. São 402 pessoas que conhecem minha história e sabem que não sou desonesto."

Em janeiro de 2018, os parlamentares foram afastados do cargo por decisão da 2ª Vara Criminal de Londrina. Eles só puderam retornar à Câmara em meados de 2019. Nesse ínterim também foram investigados por quebra de decoro parlamentar sobre os mesmos fatos relacionados à ZR3 em uma Comissão Processante aberta na Casa, mas absolvidos no julgamento político. Ambos negam as acusações do MP.