Qual o peso de um voto nas eleições? Para muita gente que não tem ciência do que representa isso pode ser a diferença entre dois estilos de administração que a cidade pode ter. Em Quinta do Sol (Região Centro- Oeste do Paraná) um voto foi determinante para que o candidato Leonardo Romero (PSD), da coligação Seguindo o Rumo Certo (PP / PT / PDT / MDB / PTC / PSD), triunfasse nas urnas. Ele obteve 1703 votos (50,01%), exatamente um voto a mais que seu oponente Jilvan Ribeiro (Cidadania), que obteve 1702 votos (49,99%).

Para Romero não foi fácil acompanhar a apuração. "Eu ganhava numa urna, perdia na outra. Na somatória ganhei por um voto e isso é para mexer com o coração", destacou. Segundo ele, não dá para saber o que foi de mais relevante que fez na campanha para garantir essa diferença. "Foi um trabalho de equipe no dia a dia. Pode ter sido algo que a gente fez no último dia de campanha e acredito até que possa ter sido algo no dia da votação. Mas o trabalho da gente aconteceu durante os 45 dias de campanha, com uma equipe forte. A gente sabia que não seria fácil, mas com fé em Deus deu tudo certo", declarou.

Após a eleição muitas pessoas têm contado histórias para Romero, deixando claro que foram determinantes para sua eleição. "A gente escuta história. Cada um conta uma. Um deles disse que chegou ao local de votação quando faltavam três minutos para fechar e o fiscal deixou ele votar. Outro amigo disse que veio de Maringá para cá para votar na gente. Cada um desses votos é importante. Se não tivessem eles o resultado seria diferente", destacou.

Romero tem ciência da responsabilidade que tem e diz que o desafio maior é trabalhar para todo mundo na cidade, inclusive para os que votaram no adversário. "Vamos fazer uma administração boa e tenho certeza que vamos conquistar os 49,99% que não acreditaram na gente, mas com certeza a gente vai conquistar. Tenho que trabalhar para todos e a gente faz questão disso. Não vamos identificar quem votou contra e quem votou a favor. Vamos deixar nossa marca de uma administração competente. Sou a favor do atual prefeito, de quem recebi apoio. A gente sabe o quanto melhorou a saúde e as estradas nos últimos anos. Eu sei que não é uma tarefa fácil, mas temos que correr atrás de emprego e renda para o município, porque tem muita gente querendo ir embora daqui e não podemos deixar os jovens saírem do município por falta de oportunidade", afirmou.

Ele cumprimentou o adversário Jilvan. "Quero cumprimentá-lo pelos votos que teve. A votação foi expressiva. Se depender de mim, vamos trabalhar juntos, não tem problema que fomos adversários nas urnas", declarou.

Jilvan Ribeiro (Cidadania) ressaltou que perdeu a eleição para a máquina pública. "O atual prefeito é primo de meu adversário e uma das pessoas mais ricas da cidade. Eu, morador da Vila Rural, só recebi fundo partidário. Pelo menos a gente conseguiu conscientizar a população de que dinheiro não compra a eleição", afirmou. "Conheço ele e não tenho grau de afinidade e nem grau de discussão. Mas a campanha acirrou os ânimos. Política é canelada."

Ribeiro disse que o que faltou foi um bom debate que esclareceria pontos da campanha dos dois candidatos. "Um debate facilitaria muito para mostrar a proporção dos outros candidatos. De nossa parte calor humano não faltou. Visitamos todas as casas e tivemos apoio grande, mas a decisão é das urnas. Nós, que somos democratas, temos que aceitar.

VITÓRIA PELA IDADE

O prefeito eleito Edmilson Stencel e o vice, Amarildo
O prefeito eleito Edmilson Stencel e o vice, Amarildo | Foto: Divulgação

Em Kaloré (Vale do Ivaí), o agricultor Edmilson Luís Stencel, da Coligação Vamos Caminhar Juntos (DEM / PDT / PSB / PL), não pode nem dizer que venceu por um voto, pois a apuração apontou que ele e a candidata Ritinha, da coligação O Trabalho Continua (PP / PTB / PSL / PODE / PSD) ficaram rigorosamente empatados na escolha popular, com 1.186 votos (37,14%) cada. Eles disputaram também com o candidato Décio Bochio, que obteve 821 votos (25,71%). De acordo com a legislação eleitoral, em caso de empate de votos o candidato mais velho ganha, o que favoreceu Edmilson, que tem 59 anos. Ritinha possui 41 anos.

Fizemos trabalho aqui. Eu sou oposição, trabalhei contra a máquina e nossa campanha foi na sola de sapato. Como a lei favorece quem é mais velho, eu fui beneficiado. Na apuração foi uma pressão. perder ou ganhar faz parte do jogo, mas foi tenso, porque a cada urna era um resultado. Uma hora estava na frente e outra hora estava atrás. Eu acompanhei em um escritório que a gente tem com os candidatos a vereador. Ele relatou que por conta houve atraso na apuração, por causa da transmissão dos resultados, mas logo depois foi resolvido.

A gente concorreu em três candidatos. A eleição foi ontem e agora são quatro anos de trabalho. Farei um trabalho para o povo. O que a gente tem que fazer é trabalhar para todos. Aqui nós temos que trabalhar a segurança, geração de empregos e por aqui há muita falta de moradia. Também vamos trabalhar para melhorar a saúde e o abastecimento de água, que aqui ainda consumimos água de mina. Ele ressaltou que buscará moradias pelo programa do Governo Federal. Para implantar indústrias ele afirmou que já tem planejada a implantação de barracões de indústrias e para resolver o problema da água ele pretende implantar um projeto em parceria com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

Segundo dados de 2012 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), são 896 idosos, o que representa 20% dos moradores kaloreenses.