Não eleitos concentraram pouco mais de 30% dos votos em Londrina

Os nove candidatos que disputaram o cargo mais importante do Poder Executivo municipal de Londrina e saíram derrotados, na noite deste domingo (15), receberam os votos de pouco mais de 30% do eleitorado londrinense. Políticos mais experientes, com cargos no Poder Legislativo local, estadual e federal, além de um ex-prefeito, um empresário, um advogado e um delegado. A diversidade entre os perfis só não foi quebrada com a presença de uma candidata à prefeitura neste ano.

Segundo mais bem votado, com 18.558 votos, e considerado o mais “polêmico” entre os dez, o deputado federal e ex-vereador de Londrina Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros), agradeceu aos eleitores e avaliou que sua família sai “muito mais fortalecida” desta campanha, em alusão à eleição de sua esposa, Mara Boca Aberta (Pros) como vereadora. Mesmo sendo o candidato com os maiores índices de rejeição, Petriv disse que seus maiores inimigos foram as “notícias falsas”, em referência a campanhas adversárias.

“O povo é soberano e decidiu por ficar com o atual inimigo do povo, então justiça seja feita e nós respeitamos. O povo decidiu que quer continuar com o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) alto, vai continuar a indústria da multa, os guardas municipais vão continuar oprimindo a população”, lamentou.

Em sua primeira disputa, o empresário Márcio Stamm (Pode) disse ter recebido o resultado com muita tranquilidade e felicidade. Quarto mais bem votado, foi o escolhido de 13.601 eleitores. Em seguida, ressaltou que tanto as características desta campanha quanto as condições impostas pela pandemia da Covid-19 foram grandes adversários dos candidatos “menos conhecidos” e reafirmou o compromisso de seu partido em não “aumentar impostos e a máquina pública”.

“Esse cenário certamente beneficia candidatos a prefeito que tentaram a reeleição. Vimos isso no Brasil todo. Mas estamos muito felizes porque conseguimos debater a cidade de Londrina. Continuo com a minha vida normal, amanhã volto a trabalhar de forma plena e ainda há a expectativa de elegermos vereadores e esperamos continuar a fiscalização na Câmara Municipal de Londrina”, disse.

Quinto candidato a receber o maior número de votos, com 10.808, Tiago Amaral (PSB) disse que a eleição foi o primeiro passo de um ciclo já que quer continuar debatendo a cidade de Londrina. “A situação financeira do município, geração de emprego, mudança da matriz econômica, isso tudo queremos continuar debatendo. Claro que nosso objetivo era ganhar a eleição, mas eu reafirmo que Londrina precisa ser debatida. Nesse aspecto não há dúvida nenhuma que conseguimos avançar”, avaliou. Amaral deve retomar seu mandato como deputado estadual na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná).

Sociólogo, o candidato pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil), Márcio Sanches, disse que chega ao final da campanha com a cabeça erguida. Ele recebeu 1.252 votos. "Fiz uma campanha dentro dos recursos que eu tinha e não tenho o que questionar. Acho que o povo escolhe e vamos ver o que será destes próximos quatro anos. Continuo filado ao PC do B”, afirmou à FOLHA. Ele também ressaltou que durante a campanha, se deparou com informações importantes e que não deixará de lutar pela ampliação da moradia popular e por investimento na área da cultura.

A reportagem não conseguiu contato com o vereador licenciado Júnior Santos Rosa (Republicanos), terceiro colocado, com 16.765 votos. Além dele, o ex-prefeito Homero Barbosa Neto (PDT) recebeu 6.974, à frente do advogado Carlos Scalassara (PT), escolhido por 6.412 eleitores. Completam a disputa o Delegado Águila Misuta (MDB), com 4.940 votos e o empresário Álvaro Loureiro Junior (PV), escolhido por 705 eleitores.