A disputa eleitoral pela prefeitura de Maringá terá um número recorde de candidatos. Ao fim do período das convenções, o eleitor tem 13 nomes na disputa. A maior parte dos candidatos se divide entre os grupos do atual mandatário e postulante à reeleição, Ulisses Maia (PSD), e o ex-prefeito Silvio Barros, que não irá disputar o pleito em novembro. “Esse grande número de candidatos parece que pode ajudar Maia, mas, no fundo, aponta que devemos ter um segundo turno”, indica o cientista político Tiago Valenciano, professor da Unicesumar. “O mistério é para onde irão migrar os votos dos eleitores de Barros, que foi o primeiro colocado no primeiro turno da eleição passada”, pondera.

Imagem ilustrativa da imagem Maringá tem número recorde de candidatos à prefeitura
| Foto: Marcos Zanutto/7-5-2019

O cenário atual de Maringá pode ser dividido entre dois grandes grupos. Um é relacionado a Silvio Barros e conta com o candidato José Luiz Bovo (Podemos) - administrador, foi prefeito de São Jorge do Ivaí por três vezes, secretário municipal de Maringá por onze anos e também foi secretário de Estado da Fazenda na gestão de Cida Borghetti. E também com Valdir Pignata (Cidadania), que é ex-vereador de Maringá e foi diretor do Procon no município, secretário municipal e atuou no Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) como diretor da Administração Finanças.

O outro grupo divide espaço com o atual prefeito. Dois de seus ex-secretários se lançaram para suceder o ex-chefe. Este é o caso de Eliseu Fortes (Patriota), que oferece como vice a contadora Eliane de Oliveira Silva, do mesmo partido. O candidato é advogado tributarista e foi diretor-geral de gabinete da Prefeitura de Maringá e controlador-geral do município. O outro dissidente é Rogério Calazans (Avante), professor e empresário, foi diretor do Procon, secretário de Gestão e procurador-jurídico do município. Ele terá como parceira de chapa a psicóloga Luzinete Peder.

INDEFINIÇÃO

Na opinião de Valenciano, ainda está muito cedo para compreender como o eleitor irá se comportar, em especial porque Maringá viveu um movimento em prol da volta de Silvio Barros, que acabou não se concretizando. Pelo PP, virá como candidata a Coronel Audilene, que comandou a Polícia Militar no estado, a primeira mulher no posto, nomeada por Borghetti. Ela terá na chapa o ex-vereador Marco Meger (PSB). “Acaba que podemos avaliar que o favorito é o prefeito Ulisses Maia. Ele tem a máquina a seu favor e tem popularidade nas redes sociais, mas a eleição é um processo e não é possível prever o resultado”, aponta o especialista.

Tanto o governado Ratinho Junior (PSD), quanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não têm ainda uma força grande no processo eleitoral do município. “Eu imagino que diretamente o governador vá ter uma presença muito forte. Grande parte dos partidos que são base de seu governo têm candidatos para o primeiro turno”, explica Valenciano. Já o deputado estadual Homero Marchese (PROS) – que terá como vice-prefeito da chapa o coronel Marco Fahur (PSC) – e Calazans reivindicam o eleitorado como apoiadores de Bolsonaro.

VARIEDADE

Veterano nas disputas pela Prefeitura de Maringá, o deputado estadual Dr. Batista (DEM) tentará o posto pela quinta vez. Médico especialista do aparelho digestivo há 35 anos, ele foi vereador de Maringá em dois mandatos e está na AL (Assembleia Legislativa do Paraná) pelo quarto mandato consecutivo, onde é presidente da Comissão de Saúde. Também disputa Anibal Bianchini (PTC), empreendedor do terceiro setor e presidente de um Rotary Club de Maringá. Sua candidata a vice será Cristiane Tazinafo.

Completam a lista Akemi Nishimori (PL), professora de Matemática da rede estadual; Evandro Oliveira (PSDB), titular do 3° Cartório de Registro de Imóveis de Maringá e mantenedor do Unifamma (Centro Universitário Metropolitano de Maringá); o vereador Carlos Mariucci (PT), que terá como candidato José Márcio Peluso (PDT). Além do Prof. Edmilson (PSOL) – sua chapa é composta pelo por Osmar Batista, conhecido como Jahmaica. O professor é formado em contabilidade e foi presidente da Sesduem (Seção Sindical dos Servidores da UEM).

CÂMARA

No cenário para a Câmara dos Vereadores, o cientista político ressalta a enorme movimentação partidária que ocorreu. Dos 15 parlamentares, apenas um não concorre à reeleição: Maricucci, que disputará pelo Executivo. Entre eles, apenas dois não mudaram de partido. “Acredito que teremos o mesmo patamar da eleição de 2008, quando tivemos muitos candidatos. Agora é um recorde com 416 candidatos e acredito que teremos um número bastante elevado de partidos participando da próxima legislatura”, conclui Valenciano.