Na reta final da campanha eleitoral, a OAB Londrina reuniu os dez candidatos a prefeito, na noite da terça-feira (10), para uma sabatina com temas sobre o futuro da cidade. Em um encontro morno, sem grandes embates, cada um respondeu a três perguntas e apresentou resumidamente o plano de governo. Todos estavam reunidos presencialmente na sede da instituição, mas o encontro foi transmitido apenas para uma plateia virtual e está disponível no canal do Youtube da OAB Londrina. Sem muitas novidades, o encontro permitiu aos políticos reforçar a campanha que já fazem nas redes sociais, no rádio e na TV.

Imagem ilustrativa da imagem Em sabatina morna, Belinati é o alvo dos candidatos
| Foto: Jonas Pereira/Divulgação

Alvo preferencial dos oponentes, o prefeito Marcelo Belinati (PP) foi o mais atacado. A principal crítica se tratou do aumento do IPTU, levantada com mais afinco pelo deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta (PROS), e pelo empresário Marcio Stamm (PODE), representando o grupo político do ex-prefeito Alexandre Kireeff. Sem se permitir abalar, Belinati usou seu tempo para apresentar um panorama "de uma cidade transformada" em sua gestão.

Duas das perguntas respondidas pelos candidatos foram fixas e ele se revezaram para dar seus pontos de vista. A primeira foi sobre a forma em que se pode atrair investimentos para a cidade sem prejuízos fiscais, e a segunda, a respeito do pagamento de precatórios a vencer no próximo mandato. As respostas foram variadas e muitas vezes passaram por temas importantes, como a necessidade de aprovar o plano diretor e resolver o déficit da Caapsml (Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais de Londrina).

SOCO

No segundo bloco do encontro foi proposto um tema para cada candidato e, em seguida, eles apresentaram seus planos para Londrina. Sustentabilidade, mobilidade urbana, combate à pobreza, transparência e a Guarda Municipal foram alguns dos assuntos abordados. Com o tempo de resposta de um minuto e meio e sem a possibilidade de confronto entre os candidatos ou questionamentos do mediador, não houve espaço para a discordância. Muito menos questionamentos individuais sobre cada um dos postulantes a prefeito.

O momento de maior agitação se deveu a um rompante emotivo do advogado Carlos Scalassara (PT), em sua primeira resposta, em que acabou socando o púlpito. “Precisamos de força, senão não se muda o município”, afirmou. O ato foi motivo de piada para Boca Aberta, que voltou e disse que, caso fosse ele que tivesse feito o mesmo, já teria um pedido de cassação na Câmara dos Deputados. Tirando o incidente, o encontrou mostrou candidatos bastante tímidos, como o caso de Tiago Amaral (PSB), Junior Santos Rosa (Republicanos), o delegado Águila Missuta (MDB) e Barbosa Neto (PDT).

NACIONAL

A política nacional pouco resvalou do debate, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) só foi citado – negativamente – pelo candidato Marcio Sanches (PCdoB) lembrando das queimadas no Pantanal. O candidato, egresso do movimento estudantil, ainda rememorou o Fora Collor, elogiando Lula e criticando o ex-presidente impedido do cargo. Stamm também citou Lula de forma indireta, lembrando sua condenação pela Lava Jato.

As propostas mais sui generis vieram das ideias do empresário Alvaro Loureiro Junior (PV), que apresentou um projeto finlandês para resolver a questão dos moradores de rua – bem distante da realidade local. Ele ainda sugeriu para a sua visão de cidade do futuro a implantação de um metrô de levitação. Inacreditável. Sem grandes novidades, o encontro dificilmente permitiu aos indecisos escolher em quem depositar o voto no próximo domingo (15)