Imagem ilustrativa da imagem ELEIÇÕES 2020| 'Precisamos ter áreas comerciais nos bairros dos conjuntos habitacionais'
| Foto: Gustavo Carneiro

Candidato à reeleição, Marcelo Belinati (PP) enfrenta a terceira disputa pela prefeitura de Londrina, desta vez com outros nove prefeituráveis. Na entrevista da série da FOLHA com os candidatos, o atual prefeito rebate críticas de adversários em relação ao aumento do IPTU e às prioridades de gastos na saúde durante a pandemia de Covid-19. Belinati também nega influência do período eleitoral nas decisões sobre a flexibilizações de decretos municipais na quarentena.

Ele também diz que resgatou a "autoestima" dos londrinenses e que criou um ambiente propício para a atração de novos empregos com a chegada de indústrias e o programa de desburocratização para criação de novos negócios na cidade.

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| Foto: Gustavo Carneiro

Por que senhor que ser prefeito por mais quatro anos?

Eu sempre quis ser prefeito de Londrina, não por status ou vaidade, mas para transformar a nossa cidade e o que a gente percebe aqui essa transformação. Ela está caminhando. Quero ser um instrumento para melhorar a vida das pessoas de Londrina. É claro que ainda tem muita coisa para se fazer, mas muita coisa foi feita e o cidadão consegue enxergar isso, e a minha a minha maior missão - e eu encaro sim como missão -, o maior desafio que nós teríamos era exatamente fazer um resgate do orgulho de ser londrinense, da autoestima das pessoas. Quando assumi a prefeitura uma das maiores características observadas é que as pessoas estavam tristes, desacreditadas com o futuro de Londrina e essa perspectiva mudou.

A planta de valores proporcionou aumento abrupto do IPTU em 2018 e chegou a influenciar na sua popularidade. Esse é o assunto mais explorado pelos seus adversários de campanha. O senhor se arrepende de ter feito a revisão?

Eram várias âncoras que seguravam o desenvolvimento de Londrina, e os prefeitos, ao longo dos anos - aqui não é uma crítica, é uma constatação -, não queriam fazer essas discussões em razão de serem medidas impopulares, mas eram necessárias. Todas elas foram tomadas, mas o que a gente percebe que o resultado está indo. Londrina renasceu, a cidade é outra hoje. Se você comparar e eu falo muito de tirar uma foto do antes e uma foto depois e você compara com Londrina de 4 anos atrás. A questão do ajuste do IPTU foi necessária para que a gente corrigisse os rumos da cidade de Londrina. Foi todo um ajuste junto com o choque de gestão e feitura de projetos com a captação de recursos em outras esferas governamentais.

O senhor pretende manter congelada ou liberar alíquotas progressivas como previa o primeiro projeto da planta de valores?

A planta de valores já foi corrigida e já foi reavaliada. Então, sendo reeleito prefeito, se o povo me der a oportunidade, a planta não será mais reavaliada.

Só na pandemia foram perdidos 4.100 postos de trabalho com carteira assinada. Qual sua política para recuperação de empregos, caso reeleito?

Vamos seguir o caminho da desburocratização da prefeitura, que possibilitou um saldo positivo na abertura de empresas na cidade, com a liberação de alvará mais ágil. Isso significa valorização do empresariado local. Em paralelo, a industrialização, a tão sonhada industrialização. Grandes indústrias, que não vinham há 20 anos, voltaram a vir. Cito a Tata, segunda maior empresa de tecnologia do mundo, a Sadia/Perdigão, o centro de distribuição do Magazine Luíza e o complexo industrial da J. Macedo, que vai gerar mais de 6 mil empregos. Junta-se a isso a Cidade Industrial, que nós fizemos todos os projetos, conseguimos todas as licenças ambientais e nos próximos dias vamos assinar a ordem de serviço com todas as empresas comprometidas a se instalar. É um trabalho que continua. Esse ambiente é propício para atração de novos empregos.

Prefeito, está arrastado na Câmara dos Vereadores o debate sobre a revisão do Plano Diretor. O setor produtivo criticou amarras no projeto enviado pelo Ippul. Como equilibrar isso?

A receita é exatamente essa: o equilíbrio, a ponderação e o bom senso. Nós temos que ter uma cidade que valorize o setor produtivo da cidade, mas que a gente possa crescer e se desenvolver com o equilíbrio necessário, garantindo a qualidade de vida das pessoas, preservando a questão ambiental. E como é que você constrói isso? Através do diálogo, o projeto foi protocolado na Câmara e passou por centenas de reuniões e eu creio que ele está no caminho. No Plano Diretor de 2015, especificamente na lei de uso e ocupação do solo, tiveram alguns equívocos como áreas comerciais deixaram de ser comerciais. Esse Plano Diretor do Executivo vai exatamente valorizar a vocação daquela área, precisamos ter áreas comerciais nos bairros dos conjuntos habitacionais para ter a farmácia, para ter o mercadinho, e o que não pode é ver essa colcha de retalhos que foi criada em 2015 em benefícios de particulares.

Uma das justificativas no projeto da planta de valores do IPTU era o aporte para Caapsml. Mas o conselho diz que não foi feito. Qual seu projeto para sanar o deficit?

Nós temos dois problemas: o deficit financeiro e atuarial. O financeiro já foi resolvido, nós fizemos uma reforma da Previdência que resolveu a questão do deficit financeiro, mas é claro que à medida que as pessoas vão se aposentando o deficit volta a existir. Quando assumi a prefeitura existia um deficit atuarial de R$ 2,5 bilhões e isso precisa ser resolvido. Nossa equipe técnica já resolveu a questão financeira, agora vamos resolver a questão atuarial. A Caapsml é mais um problema que os demais prefeitos foram empurrando com a barriga, mas nós vamos resolver.

Seus concorrentes questionam os investimentos em leitos alugados para Covid-19 no seu planejamento para a saúde na pandemia. Como recebe as críticas?

Vai ficar um grande legado para a cidade de Londrina. A prefeitura investiu milhões de reais no HU (Hospital Universitário) na compra de camas, respirador de equipamentos. Isso que o HU é hospital do governo. Nós contratamos profissionais para abrir os leitos. Londrina deu um exemplo para todo Brasil no combate à pandemia. A prefeitura criou uma estrutura no aparato de atendimento à população que teve um custo muito menor, garantindo a assistência necessária à população. Também na rede de assistência primária, com seis UBS, centro de referência em triagem, na UPA, que garantiram a preservação de centenas de vidas. Nós criamos aqui 116 novos leitos de UTI. Londrina tem hoje mais de 400 leitos de UTI, mais que estados inteiros.

As flexibilizações da pandemia cresceram com a proximidade das eleições e após protestos. É apenas uma coincidência de datas? Ou há influencia do período de eleições nesses decretos?

Não tem influência e não vai ter. Nós sempre vamos colocar em primeiro lugar a vida das pessoas. Temos um grupo de médicos especialistas na Secretaria de Saúde, também temos um grupo de médicos especialistas do Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública). Tudo que o Coesp delibera a gente discute com nossa equipe e chega num consenso. O que nós procuramos buscar é um ponto de equilíbrio, né? Nós precisamos ter bom senso também que as pessoas precisam trabalhar, mas sempre em primeiro lugar colocando os dados técnicos, médicos e científicos. Essa vai ser a minha a minha postura. Diversos políticos, por opção, sumiram na pandemia. Nós estávamos na linha de frente de domingo a domingo, cuidando das pessoas.

Outra questão social grave é dos moradores de rua. Quais medidas pretende aprimorar?

Na assistência social nós temos dois novos Cras, o sul e o este. Nós fizemos uma parceria sadia com a Igreja Católica de Londrina e também com igrejas evangélicas, o que possibilitou o aumento do número de lares de acolhimento para os moradores de ruas. São quase 400 vagas. Dobramos o valor do auxílio para R$ 192 para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Houve um grande trabalho em conjunto da assistência social com educação no sentido de amparar as crianças que estão em situação de vulnerabilidade, fornecendo alimento. Nós vamos continuar a dar o apoio e o amparo necessários e tentar resgatar essas pessoas.

Qual importância do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura) para o candidato?

Com o início da academia houve uma perda muito grande de receita no município e a prefeitura tem obrigações por lei que ela não pode diminuir, mas o orçamento da Secretaria de Cultura será recomposto na sua integralidade para 2021. Acho fundamental a Cultura, acho que existe até um preconceito até por questões ideológicas. Falo isso para o setor cultural e também creio que é uma falha nossa e do setor cultural, que nós precisamos divulgar, nós temos programas culturais que estão resgatando vidas para dar um futuro melhor às crianças.

Imagem ilustrativa da imagem ELEIÇÕES 2020| 'Precisamos ter áreas comerciais nos bairros dos conjuntos habitacionais'
| Foto: Folha Arte
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Folha de Londrina · ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2020 | Marcelo Belinati (PP)

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