Trocar fralda, alimentar, ninar, brincar, dar bronca, levar e buscar na escola, são algumas tarefas típicas das mamães, certo? Errado. A nova geração de pais está cada vez mais participativa e presente na vida das crianças. De acordo com a psicóloga Simone Oliani, especialista em análise do comportamento, aquele pai atuando somente como provedor da família mudou devido à entrada da mulher no mercado de trabalho. "Hoje, tanto o homem quanto a mulher trabalham fora, por isso, dentro de casa, há uma divisão de tarefas também".
Ela lembra que antes da década de 60, a maioria dos pais tinha como característica principal o autoritarismo, e as crianças ficavam aos cuidados da mãe. Depois, com a geração liberal, as transgressões foram acompanhadas com vistas grossas. "Já o novo pai que começou a surgir no final do século 20, está aprendendo a dar limites e afeto ao mesmo tempo", diz Simone. Ela argumenta que desde que haja coerência na comunicação entre pai e mãe, a presença masculina dentro de casa só traz vantagens à criança. "Se os pais são bons modelos, é grande a chance de os filhos repetirem isso no futuro".

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"Os filhos se inspiram nos pais, isso não tem como negar. Por isso, tento ser um exemplo para meu filho. E no mundo em que vivemos, acredito que participar de todas as fases da vida do João Pedro é fundamental. Apesar de trabalhar em alguns finais de semana, priorizo sempre a minha família. Da minha infância, lembro de meu pai trabalhando muito e mamãe cuidando de mim. Mas nem por isso ele foi um pai ausente". Marcelo Ruiz de Assis, gerente comercial, 34 anos, pai de João Pedro Ruiz de Assis, 6 anos
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"Meu pai não era muito participativo. Talvez seja por isso que sempre tive mais intimidade com minha mãe do que com ele. E não é o que eu espero da relação com meu filho. Por isso, ajudo bastante minha esposa nos cuidados com Guilherme. Ela também trabalha fora, e essa cumplicidade na divisão de tarefas estreita o vínculo entre pai e filho e é muito gratificante". Guilherme Palma, comerciante, 31 anos, pai de João Guilherme Stinghen Garcia Palma, de 1 ano.
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"Devido à minha profissão, tenho uma rotina um pouco diferenciada. De quinta a domingo viajo bastante, por isso o tempo que posso ficar com meu filho aproveito ao máximo. Troco fralda, alimento, dou banho, brinco, faço dormir, tudo para não perder nenhum momento do seu crescimento, e claro, para ajudar minha esposa, que é fisioterapeuta. Meu pai foi muito presente e participativo em minha vida e acho que seu comportamento foi essencial para que eu me tornasse o que sou". Renan Massaru, cantor, 26 anos, pai de Vitor Valença Massaru, 1 ano.
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"Como a Amanda ainda é muito novinha, depende bastante da mãe, mas tento ajudar no que posso. Ainda não troquei fralda, mas fico de olho e, se for preciso, acho que consigo me virar. É tudo muito diferente de quando eu era criança. Tanto meu pai quanto minha mãe trabalhavam fora e eu fui criado por babás e avós. Hoje, também trabalho bastante, mas aproveito cada momento do dia com minha filha. Ser pai é uma delícia". Gabriel Araújo, empresário, 30 anos, pai de Amanda Chineze Araújo, de 40 dias
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"Desde que Mariana nasceu participo de tudo na sua vida, inclusive revezo com minha esposa as noites em claro. É cansativo, mas isso não tem preço. E minha filha percebe essa presença, é superapegada comigo. Não tive essa vivência com meu pai, porém, hoje os tempos são outros. As mulheres trabalham tanto quando os homens, então é preciso dividir e participar mais do desenvolvimento dos filhos".Bruno Zandonai, veterinário, 31 anos, pai de Mariana Guergoleti Zandonai, 1 ano e 9 meses
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"O tempo que tenho livre gosto de ficar com meus filhos, aproveitar momentos de lazer com eles e também participar de alguns afazeres como buscar e levar na escola. Meu pai sempre trabalhou e viajou muito, mas, apesar da ausência, ele sempre foi um bom pai. Mas acredito que a presença do pai dentro de casa é muito importante, principalmente para educar os filhos e guiá-los pelo melhor caminho".Pedro Henrique Fadel, empresário, 34 anos, pai de Maria Fernanda Fadel, 10 anos,e João Pedro Fadel, 1 ano e 3 meses
Nova estrutura familiar
Um trabalho da Consultoria Cognatis com dados do IBGE e Kantar Worldpanel, revela que mais de 1,3 milhão de homens brasileiros moram sozinhos com seus filhos. Além disso, os homens estão se tornando pais cada vez mais tarde. Já são mais de 10 milhões os brasileiros que tiveram pelo menos um filho depois dos 50 anos. Os jovens, por sua vez, adiam cada vez mais a saída de casa: 4,7 milhões de domicílios têm a presença de um filho entre 25 e 30 anos de idade. Esse número representa 42% a mais do que em 2009. Em relação à estrutura familiar, a pesquisa mostra que as famílias estão menores: 28% dos lares brasileiros registram apenas um filho. Essas transformações contribuem para que os homens tenham mais tempo para se dedicar aos filhos.