Protetores, carinhosos e estimulantes

Apesar de morar sozinha em um casa ampla, a empresária Carla Fuganti Schinitzius nunca se sente só. Isso porque os cães Chez, Giulia, Kate, Hannah, Lola e Squeeze estão sempre lá, querendo toda a atenção da dona. "Eles são uma ótima companhia. Sinto como se tivesse um monte de crianças em casa. E o engraçado é que cada um tem personalidade própria", diverte-se.
Segundo Carla, Squeeze, o mais velho da turma, de 13 anos, é extremamente bravo e protetor; Chez, 12, é bas­tante independente; Giulia, 10, é meiga, sensível e deli­cada; Kate, 5, é ótima para cuidar da casa, cari­nhosa, mas muito tempera­mental; Hannah, 3, adora se exibir e é a única que não dorme em casinha de cachorro - ela prefere a cama da dona; e a mais novinha, Lola, com quase 2 anos, é medrosa e assustada.
Além da quantidade, outra prova de que a empresária realmente ama seus animais, é o fato de cinco deles serem vira-latas, vindos de doações ou pegos na rua. "Só o Squeeze, um yorkshire, eu ganhei. Hannah e Lola fui buscar no S.O.S Animal, e as outras recolhi na rua. São mais de dois milhões de animais sem casa no Brasil. Eu realmente não me importo com raça, o que gosto é da companhia deles, principalmente dos vira-latas. Eles demonstram uma gratidão incrível", afirma.

Benefícios
Acreditar que animais são ótima companhia pode parecer algo subjetivo, porém, os benefícios dessa relação já foram comprovados pela ciência. Um estudo da Universidade de Miami (EUA), publicado na revista americana Journal of Personality and Social Psychology, mostrou que os donos de animais de estimação são menos solitários, têm uma maior autoestima.
''Quando o ser humano está em contato com um cachorro, o cérebro libera ocitocina, um neuro-hormônio responsável pelos sentimentos de afeição, aproximação e amor'', afirma Estevão Vadasz, coordenador do Projeto Autismo, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

Limites
A psicóloga Tatiane Ichitani explica que, seguindo orientações corretas, os cães podem também auxiliar em casos de depressão, mesmo em casa. "A presença de um cão só pode ser considerada terapia se for uma relação equilibrada. Ele precisa de limites e regras porque vive em matilha. Em uma casa onde ele não encontra isso, podem surgir problemas comportamentais como latidos excessivos, agressividade, ansiedade de separação. Uma relação saudável pode trazer muitas coisas boas, inclusive auxiliar em casos de depressão. Por isso, sempre recomendamos consultar um profissional da área para auxiliar na escolha do animal mais adequado para cada família".
Segundo Tatiane, não só os cães podem ser usados em tratamentos, outras espécies como gatos, répteis e peixes também. "Os animais podem se tornar terapêuticos, no sentido de tirar o foco da doença e estimular o paciente a se relacionar com o mundo de uma forma diferente. Eles se relacionam com todos os tipos de pessoas, não têm preconceito com um deficiente, por exemplo", explica.
Em Londrina, a equoterapia - tratamento feito com cavalos - ajuda no tratamento de crianças especiais. Foi desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial, e aplicada em soldados norte-americanos que necessitavam de recuperação física e psicológica. No Brasil, o tratamento é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina há 14 anos.
Diversão garantida
Quem pensa que só o cão é o melhor amigo do homem, precisa rever seus conceitos. No caso do corretor de imóveis Rodolfo Keilhold Moreira da Silva, seus fieis companheiros são Selvagem e Paula, dois hamsters bastante agitados que adoram comer bolachinhas. "Moro sozinho em um apartamento e sempre gostei de cuidar das minhas plantas. Mas há três meses um amigo resolveu me dar esses hamsters e eu gostei", conta.
Segundo ele, animais são uma ótima companhia e fazem muito bem às pessoas que os possuem. No entanto, cães e gatos - os mais comuns – nem foram cogitados. "Passo o dia fora e esses bichos precisam de mais atenção. É uma maldade deixá-los trancados em um apartamento o dia todo".
Além disso, Rodolfo afirma que é possível, sim, interagir e se divertir com os ratinhos. "Eles não dão trabalho. Aliás, volto à noite da faculdade e ainda vou brincar com os dois para dar uma relaxada. Monto um parque de diversões para eles".

Carla e seus cães de estimação: "Eles são ótima companhia, demonstram uma gratidão incrível"

Diversão é a palavra que resume a relação de Rodolfo com seus hamster Selvagem e Paula