O versátil mercado fashion
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 07 de abril de 2011
Mayhara Nogueira<br>Reportagem Local
Multifacetada, a jovem Danieli Bárbara, desde que se formou no curso de Moda na UEL, em 2006, percorreu diversos caminhos dentro desse mercado - como figurinista, produtora e gerenciadora de conteúdo de moda para redes sociais.
Foi ela quem desenvolveu a identidade visual do figurino da cantora Céu para a turnê "Vagarosa". A jovem acredita que a área de shows é um dos segmentos mais complexos dentro do mercado e exige muita sensibilidade. "O figurinista tem de auxiliar o artista a expressar as características mais intímas do seu estilo e da sua personalidade, sempre com o objetivo de inovar", diz. "Mas, diferentemente das modelos, o artista opina, então é preciso ter muito jogo de cintura para entender o ele quer e transmitir segurança suficiente para que compreenda o seu trabalho", explica.
Estudar, pesquisar e estar em contato constante com diversas referências artísticas, também faz parte da profissão. Para a turnê da cantora Céu, Danieli pesquisou informações sobre a Jamaica dos anos 1970 para compor o figurino. "Tudo integrado, as roupas tinham de conversar com a música, com a iluminação e com o cenário, é um longo trabalho de pesquisa", afirma.
De volta a Londrina, Danieli começou a desbravar uma novíssima vertente da comunicação de moda: as redes sociais. É nesse segmento que ela trabalha hoje, como gestora de conteúdo da Céu Empresa de Marketing de Moda, onde monitora e publica notícias sobre o mundo fashion em blogs, Facebook, Youtube e Twitter para diferentes grifes de todo o país. "É uma atividade nova, não só para mim, mas para o mercado brasileiro", explica ela. "Cada vez mais, as marcas buscam se comunicar melhor na internet, abrindo um filão no mercado que se abre para profissionais da área", acrescenta.
Para quem quiser entrar nesse ramo, Danieli dá uma dica. "O importante é adquirir muito conhecimento em moda, ter facilidade para escrever, utilizar a internet, estar integrada com todos os mecanismos de redes sociais e ter espírito obsessivo por informação", brinca.
Além de trabalhar como figurinista, Danieli também foi produtora de estilo e de editoriais de moda das mais importantes revistas do gênero do país, como Elle, Estilo e Mag, sendo que na última ela ocupou a posição de segunda assistente do top editor Paulo Martinez.
Thaís Fujarra é um jovem talento no cenário londrinense. Trabalhando na área há três anos, a fotógrafa já fez campanhas para Madre Cortes, Nexxus, Züe, Aldithorium, entre outros, além de editoriais de moda. Ela explica que a fotografia de moda tem uma linguagem própria, não basta apenas entender de técnica fotográfica. "Comprar uma câmera digital, aprender a usá-la e considerar-se fotógrafo não é suficiente. É preciso adquirir muito conhecimento de moda, da mesma forma que é necessário entender de diversas manifestações artísticas, pois tudo vai inspirá-lo", afirma.
Saber trabalhar em equipe é um grande diferencial na hora de escolher a profissão, comenta Thaís. "Não queira trabalhar sozinho; para que o projeto seja bem-sucedido é essencial que você esteja conectado com stylist, cabeleireiro, maquiador, produtor executivo e modelos. É preciso ter feeling para explorar o ambiente, aguardando o momento certo para o click".
Embora Londrina ainda não tenha um mercado que valorize financeiramente esses profissionais - comparando a outros grandes centros do país -, Thaís revela que oportunidades não faltam. "O Norte do Paraná é um polo da moda, tem muitas indústrias de confecção, tem de correr atrás", afirma a fotógrafa.
Jornalista, pós-graduada em moda e com um curso de produção de moda pelo Senac, em São Paulo, Fernanda Ericsson, cresceu em meio a desfiles, revistas e produções de moda. Sua mãe, Fátima Ericsson, além de proprietária de uma empresa de malharia e tricô, na década de 80 escrevia para uma coluna de moda da Folha de Londrina.
Fernanda trabalha há quase 10 anos com produções, e já desenvolveu campanhas, editoriais de moda para revistas, catálogos e até desfiles, sendo que o último trabalho nas passarelas foi para a marca Basic, no Catuaí Collection, que teve a presença do cantor Arnaldo Antunes.
Quem pensa que esse trabalho é só glamour, se engana. Fernanda explica que o produtor é o profissional que faz acontecer. "É quem pensa na concepção do trabalho - foto ou desfile -, é quem procura locação, modelos, peças e acessórios e até objetos que vão compor uma cena", afirma. "Não é fácil", admite.
Organização e pontualidade também são rigorosamente essenciais. "Trabalhar com peças de roupa de várias marcas que, depois do uso, são devolvidas, exige um cuidado extra. A agenda de uma produtora também não tem rotina e horários, mas é preciso se programar", comenta. Outra boa dica é estar conectada à cidade, ter muitos contatos, pois vão surgir trabalhos que exigem soluções rápidas", afirma ela. O produtor de moda também precisa de um acervo bacana de roupas, sapatos e outros acessórios. "Mas é complicado, pois não ganhamos o suficiente para investir, como acontece em grandes cidades".
Fernanda é autônoma e trabalha só com produções. "O mercado está desvalorizado, e hoje é impossível trabalhar só com moda, por isso ampliei minhas habilidades para o ramo da publicidade".