A descoberta do prazer da leitura pode acontece em qualquer fase da vida, porém, especialistas recomendam que quanto mais cedo a criança for estimulada no contato com os livros, mais curiosa, criativa e interessada ela será.
Um bom caminho para iniciar esse estímulo com os pequenos é garantir o acesso aos livros. Bebês de um ano e meio já podem brincar com livros feitos de plástico, recheados de figuras e até barulhinhos que imitam os sons intra-uterinos, o que desperta a atenção e o tato. "Quanto mais lúdicos e coloridos forem, melhor", explica a psicopedagoga e programadora neurolinguística Camilla Caraco.
Porém, só ter livros em casa não basta. A atitude dos pais conta muito. "Para a criança, é o período da imitação. Se ela vê os pais vivenciando a leitura, vai querer fazer o mesmo. Caso os pais não tenham o hábito de ler, essa é uma oportunidade para começar. O mesmo acontece, por exemplo, com a mudança para uma alimentação saudável", diz.
Deixar que as crianças brinquem à vontade com os livros também é importante. Mesmo antes da alfabetização, o manuseio e o estímulo visual fazem parte do simbolismo que o livro terá mais tarde. "Os livros precisam ser manuseados sem a preocupação de que possam ser danificados. A criança precisa fazer deste contato algo significativo, palpável", ressalta Camilla.
A psicopedagoga indica os livros educacionais, com base em questões como ética e valores, levando sempre em conta a linguagem e o conteúdo adequados para cada faixa etária. Uma dica é olhar a sinopse das publicações e procurar autores consagrados.

Acervo caprichado

Cada livro exposto nas prateleiras não está ali por acaso. Antes de entrarem para o acervo da loja de brinquedos educativos Ciranda, de Londrina, as histórias passam pelo crivo de Denise Gentil, que além de empresária é jornalista e mãe. "Se estão ali, existe uma razão para isso. Escolho todos os livros, título por título", conta a proprietária do espaço.
Com publicações voltadas para crianças e adolescentes, o local é um deleite para pais e filhos que adoram estar perto de livros. Obras de autores brasileiros consagrados misturam-se a títulos assinados por novos talentos e clássicos mundiais.
Outra característica peculiar à loja é não comercializar livros que contenham histórias de personagens famosos. Na opinião da jornalista, títulos com essa abordagem acabam limitando a imaginação e a necessidade de raciocínio da criança.

Brincadeiras na livraria

Aos sábados, dia de contação de histórias, o espaço fica lotado. Mesmo os pequenos, não alfabetizados, folheiam e carregam livrinhos de um lado para o outro. O advogado Marcelo Giovanini e o filho Mateus, de 4 anos, são freqüentadores assíduos da Ciranda. "Gosto daqui pelo ambiente e pela diversidade. As crianças ficam à vontade e não param de manusear os livros", conta.
Desde que a filha mais velha nasceu, em 2005, o advogado leva a mulher e os pimpolhos ao local em busca de livros e brinquedos antigos. "Nós lemos bastante, por isso faço questão que eles cultivem o hábito. Em casa, contamos histórias para eles e os livros estão sempre em locais de fácil acesso", diz.
A loja foi inaugurada há 7 anos como livraria infantil. Aos poucos, os brinquedos educativos ganharam espaço, e agora dividem as atenções dos clientes. A ideia de abrir a Ciranda veio junto com a gravidez do primeiro filho de Denise. "Desde que me tornei mãe tive a preocupação com o que meus filhos iriam aprender. Tudo aqui tem foco no resgate e no fortalecimento do vínculo entre pais e filhos, entre filhos e cuidadores. Acho que as famílias e os brinquedos atuais mudaram, mas as crianças, não. Elas ainda precisam do olho no olho, da mão na mão", ressalta.
Todos os meses há atividades voltadas para a criançada. Além da contação de histórias, são realizadas oficinas que ensinam a criar brinquedos antigos como bonecas de pano e carrinhos de madeira. As atividades são realizadas no primeiro e no terceiro sábado e na última quinta-feira do mês.

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Tradição familiar
Fã de livrarias, o estudante Rômulo Cardoso de Oliveira Silva, de 14 anos, não deixa de olhar as novidades em livros e gibis todas as vezes que passa por uma. Seu gênero preferido de leitura são as histórias de aventura. "Nas idas ao Catuaí Shopping, chamo ele para irmos ao boliche, mas ele prefere dar uma passada na livraria", conta o pai do garoto, o aposentado Reinaldo Oliveira. O hábito de ler faz parte de uma tradição familiar. Junto dos pais e dos irmãos mais velhos, o garoto freqüenta livrarias desde pequeno. "Eu e minha esposa damos liberdade para que ele escolha os livros que mais se interessar. Não gostamos de direcionar. Acho que a leitura é algo essencial para descobrir coisas novas", aponta Reinaldo. (E.S.)
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"Gosto daqui porque há muita informação e as crianças ficam livres para manusear os livros", diz o advogado Marcelo Giovanini, frequentador da Ciranda, com o filho, Mateus, de 4 anos
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Autores clássicos e contemporâneos estão entre os mais procurados, Ciranda
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"Ter livros em casa não basta. Se os pais não têm o hábito de ler, essa é uma oportunidade para começar", afirma a psicopedagoga Camilla Caraco
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"Emily": 12 páginas com texturas variadas, para crianças com mais de 6 meses; "Capitão Calamari", a partir de 1 ano, Girotondo
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Livro de plástico para bebês brincarem durante o banho, da Girassol para Livrarias Curitiba (Catuaí Shopping)