Por mais que se tente evitar, ninguém consegue ficar totalmente longe dos medicamentos. Eles são indispensáveis para prevenir, curar ou aliviar sintomas e doenças, contribuindo para aumentar a qualidade de vida quando utilizados com responsabilidade e sob orientação médica. Mais cedo ou mais tarde, com maior ou menor frequência, todo mundo precisa visitar uma farmácia.
E a indústria não é a única alternativa disponível ao consumidor, que pode recorrer também às farmácias de manipulação. Atualmente é possível manipular medicamentos cardiovasculares, anti-hipertensivos, antidepressivos, antibióticos, hormônios, para diabetes, doenças de pele, colesterol, osteoporose, terapia ortomolecular, entre outros.
''O medicamento manipulado é elaborado através de receita médica com os mesmos princípios ativos dos medicamentos comuns'', afirma Daianny Festti Sussai, farmacêutica da Phloraceae em Londrina. O segmento cada vez mais conquista o seu espaço. De acordo com o Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) existem cerca de 4 mil farmácias em funcionamento no Estado e 526 estabelecimentos de manipulação, sendo 36 situados em Londrina.
''A farmácia de manipulação tem total condições de trabalhar como a indústria, oferecendo o mesmo padrão de qualidade e eficiência. Mas é preciso preencher alguns requisitos'', afirma a farmacêutica Maristela Lelis Dias, gerente do setor de farmácia do Hospital Evangélico.
Segundo ela, diferente do medicamento industrializado, que é produzido em larga escala para atender a população de forma geral, o manipulado é uma medicação personalizada. ''Uma fórmula específica é desenvolvida exclusivamente para determinada pessoa na dose e quantidade indicadas pelo médico'', explica, ressaltando que a manipulação segue a mesma regra da indústria farmacêutica no que diz respeito à receita. ''Algumas fórmulas, como as controladas, em nenhuma hipótese podem ser comercializados sem receita'', alerta Maristela.
A farmacêutica Mylena Cristina Dornellas da Costa, docente da UniFil, ressalta que no início o medicamento manipulado era indicado principalmente quando a dose disponível pela indústria não era a ideal para um determinado caso.
Entre as vantagens da manipulação, Mylena destaca o fato de ser produzido na quantidade ideal, evitando sobras e descartes irregulares. ''Além disso, é possível manipular fórmulas que a indústria farmacêutica deixou de fabricar ou produzir a forma líquida de um medicamento disponível somente em comprimidos na indústria'', pontua a farmacêutica, ressaltando que outro atrativo é o preço. O medicamento manipulado pode custar até 50% mais barato.
Cuidado com a escolha da farmácia
As especialistas alertam que é preciso tomar alguns cuidados no momento de escolher a farmácia de manipulação. ''O estabelecimento deve contar com um farmacêutico habilitado para garantir a qualidade necessária'', considera Maristela, ressaltando que o CRF-PR e a Vigilância Sanitária de Londrina são bastante atuantes.
Recomenda-se verificar se o local conta com o certificado do CRF que indica a presença do farmacêutico e as autorizações de funcionamento, que devem estar dentro do prazo de validade. ''Normalmente estes documentos ficam expostos'', afirma Maristela.
Para fazer a escolha adequada, é importante também procurar farmácias que possuam certificados de qualidade como o ISO 9001, assim como outros programas de qualidade magistral.
A infraestrutura, de acordo com as farmacêuticas, pode dizer muito sobre o estabelecimento. ''A farmácia que trabalha corretamente faz questão de mostrar isso'', pontuam.


Imagem ilustrativa da imagem Medicamento personalizado
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Uma das vantagens do manipulado é que ele pode ser feito na quantidade necessária pelo paciente, evitando desperdícios