Incidência de infecção urinária cresce no verão
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Fernanda Borges <br> Reportagem Local
Diferentemente do homem, a anatomia da mulher favorece o surgimento de infecção urinária que pode se agravar ainda mais em períodos quentes. De acordo com especialistas, a mudança de alguns hábitos diários - como a alimentação e outras atividades do cotidiano - pode causar uma oscilação no funcionamento do organismo aumentado a ocorrência de cistite - infecção que pode se agravar se não for tratada.
O médico urologista Caio Cintra, mestre em cirurgia pela Santa Casa de Ciências Médicas de São Paulo, explica que a incidência aumentada nas mulheres tem a ver com a contaminação - via uretra - de bactérias que colonizam a região perineal (base do púbis). Como nos homens a dimensão da uretra é maior, eles acabam sendo mais ''protegidos'' das contaminações. ''Os homens só desenvolvem o problema nos casos de alterações estruturais ou funcionais do trato urinário'', diz Cintra.
No verão, a desidratação, o menor fluxo urinário, as alterações intestinais por mudanças da rotina alimentar presente em viagens e o aumento da frequência sexual facilitam a ação bacteriana. Segundo o médico, o sexo feminino sofre mais com a cistite - que pode ser causada por bactérias e fungos que percorrem o canal da uretra se alojando na bexiga. Isto ocorre porque o canal da mulher é mais curto e, por conta disso, o acesso fica mais fácil.
''O reconhecimento do quadro depende do aparecimento dos sintomas como ardência urinária, aumento da frequência miccional, desconforto e sangramento na urina. Deve-se lembrar que quadros associados à febre, normalmente, são mais graves e precisam de tratamento prolongado e imediato. Quando o quadro evolui, conhecido como uma pielonefrite, traz outros sintomas como náuseas e vômitos, o que é um sinal de que as bactérias se espalharam para a corrente sanguínea e, neste caso, pode ser necessário internar o paciente para tratamento endovenoso'', alerta.
Especialistas afirmam que cerca de dois terços das mulheres experimentam, no mínimo, um episódio de cistite ao longo da vida, sendo que 5% delas têm recorrências. A cada manifestação do problema, a mulher passa seis dias sofrendo com os sintomas. A higienização adequada também é uma forma preventiva para não se contrair a doença.
De acordo com o médico, manter os mesmos hábitos diários, mesmo sendo um período atípico, é o mais recomendável. ''O ideal é que a paciente sob suspeita procure pronto atendimento médico, a fim de receber terapêutica adequada, evitando maiores complicações. O tempo de tratamento precisa ser respeitado e seguido, mesmo após o desaparecimento dos sintomas'', finaliza.