Quando se mudou de Cuiabá (MT) para Londrina, cerca de 12 anos atrás, a personal driver Rosimere Lima descobriu nos perfumes a renda extra que procurava. Passou a vendê-los de forma personalizada para uma clientela seleta. "Não tinha loja, mas formei uma clientela muito boa e tinha pessoas trabalhando para mim. Deu certo por um bom tempo", lembra. "Mas há uns quatro anos, quando o dólar começou a subir, parei de vender", conta. O negócio pode ter terminado, mas a paixão pelos perfumes segue firme, forte e, claro, cheirosa.

Quem confirma é a cachorrinha Chanel, fiel escudeira de oito anos. "Sim, o nome dela é por causa do perfume mesmo", entrega Rosimere, que tem entre seus top favoritos, o Chance, da grife francesa. "Sempre gostei muito de cheiro, mas o que me atraiu muito no perfume foi o fato dele estar relacionado ao amor e à autoestima. Isso sempre me fascinou. É difícil ver uma pessoa que tome um banho, passe um perfume e não se sinta bem. Quem está pra baixo não passa perfume", reflete. "O cheiro é uma das coisas que mais mexe com a gente"

"Tenho alguns da minha preferência, mas não tem como se prender a um só", diz. Para Rosimere, o Chance, da Chanel, "reservo para os momentos especiais para mim, não importa se é uma festa de gala ou um simples evento aqui em casa. Não qualifico pelo tamanho da festa", explica. "Fui experimentando e cheguei no Chance", diz. "Mas ganho muitos perfumes de presentes, as pessoas sabem que eu gosto e me dão", diz.

Sobre aquele tabu de que é difícil dar perfumes de presente, Rosimere ensina alguns truques. "Se fosse na época que eu vendia e alguém me perguntasse o que dar, a primeira coisa que eu perguntaria seria a idade e também o tipo de perfume que a pessoa gostaria. Saber em que área ela atua ajuda", diz. "Quem gosta de um perfume cítrico dificilmente vai gostar de um encorpado, no qual entram os adocicados. Sabendo isso, fica mais difícil errar. As pessoas de mais idade gostam dos florais", ensina. "Fui aprendendo por curiosidade e também a gente aprende muito com os próprios clientes." Segundo Rosimere, "perfume é igual vinho, que você vai degustando e aprendendo. E vendo as diferenças".

Entre os preferidos do momento, Rosimere tem uma dezena, mais ou menos. Ela os reveza, principalmente na troca de estações. "O verão pede perfumes mais leves. Já o inverno pede os mais encorpados", aponta. Uma dica da expert é não friccionar os pulsos para transferir a fragrância de um para o outro. "Altera o perfume", alerta.

Os pontos para borrifar são os clássicos: pulsos e atrás das orelhas. "E também atrás dos joelhos" indica Rosimere. Ela ainda complementa sobre a quantidade. "Imagina entrar no elevador às sete da manhã com alguém muito perfumado", diz. Pode ser um bom regulador na hora de passar o perfume, colocar-se no lugar do outro, seja o vizinho, colega de trabalho ou companheiros de viagem do carro, ônibus ou avião.

Imagem ilustrativa da imagem COMPORTAMENTO - Escolha seu cheiro
| Foto: Foto: Anderson Coelho
"Perfume é igual vinho, você vai degustando, aprendendo e vendo as diferenças", diz Rosimere Lima