'Acaba virando um vício'
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
A empresária Ana Paula Marin, 27 anos, tem nove tatuagens espalhadas pelo corpo e adianta: ''Não vou parar. Não sei dizer mais quantas virão por aí''.
Ela afirma que quando fez a primeira, em 2007, não imaginava que faria tantas outras depois. ''Acaba virando um vício'', admite.
Todas as tatuagens foram feitas em períodos em que Ana Paula enfrentava alguma mudança em sua vida. ''São desenhos e frases que expressam o que estava sentindo naquele momento. Nunca fiquei muito tempo pensando antes de fazer. Tenho a ideia e uma semana depois já estou tatuando'', revela, explicando que sempre se preocupou em espalhá-las pelo corpo de maneira harmoniosa.
A maioria das frases tatuadas é em outro idioma. ''As pessoas ficam curiosas para saber o que está escrito. Duas, porém, só eu sei o significado'', diz.
As tatuagens nunca atrapalharam Ana Paula, nem mesmo no ambiente de trabalho.
Muito pelo contrário. ''Sempre trabalhei com moda e nunca tive problema em mostrá-las. Mas conheço médicos e advogados que têm tatuagens e não deixam à mostra. Depende muito da área e local de atuação'', observa.
No que diz respeito ao preconceito, ela acredita que já existiu, mas que hoje não é tão forte. ''As pessoas veem a tatuagem como liberdade de expressão. O mundo mudou e hoje o foco do preconceito não está mais nisto'', opina.
Em família
A dona de casa Lurdes Salvadori dos Santos e as filhas Ariane e Loraine, turismóloga e gerente de marketing respectivamente, compartilham da mesma opinião. As três têm tatuagem. ''Tatuagem é algo pessoal. Julgar se é certo ou errado é intervir na individualidade da pessoa'', defende Loraine, que tem três desenhos pelo corpo: uma rosa azul nas costas, um laço no tornozelo e borboletas perto do ombro.
Lurdes, sem se importar com a opinião dos outros, fez suas duas tatuagens depois dos 50 anos. ''Tenho uma rosa no tornozelo e uma Nossa Senhora no pulso. Sempre admirei os tatuados, mas só pensei em fazer depois que recebi o incentivo das minhas filhas. Como meu marido não as deixava fazer por causa da idade, elas insistiam para que eu fizesse. Depois que fiz, ficaram realizadas e tinham orgulho de dizer que a mãe era tatuada'', lembra.
A primogênita Ariane diz que sempre teve vontade, mas que o pai só permitiu quando completou 21 anos. ''Hoje tenho três: uma borboleta nas costas, flores no pé e uma Nossa Senhora no pulso, igual a da minha mãe'', diz, acrescentando que já trabalhou em uma grande empresa em que não podia ter tatuagem aparente. ''Eu ainda não tinha a do pulso e a do pé eu escondia com maquiagem'', revela.
Loraine afirma que tem muito orgulho de suas tatuagens, mas em algumas reuniões de trabalho procura usar camisa com manga para não deixá-las visíveis. ''Pretendo fazer mais uma frase e também algumas flores, mas ainda não escolhi o lugar'', diz. (P.C.B.)