Princípios cooperativos são práticas na rede municipal de ensino
Programa educativo beneficia em 2024 cinco escolas municipais, promovendo princípios cooperativistas e formação de professores
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 08 de outubro de 2024
Programa educativo beneficia em 2024 cinco escolas municipais, promovendo princípios cooperativistas e formação de professores
Walkiria Vieira
Ação conjunta é um dos princípios do cooperativismo. Por meio do projeto educativo da Unimed Londrina, alunos da rede municipal de Ensino estão aprendendo, na prática, como a união de esforços é essencial no desenvolvimento e os efeitos de tarefas coletivas. Identidade de propósitos e interesses, contribuição voluntária e objetiva também integram os princípios do cooperativismo para a conquista de resultados comum a todos.
Em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o programa em ação desde o ano passado contempla a formação completa para professores sobre princípios e valores do cooperativismo, bem como a aplicação deles aos estudantes - por meio do Cooperjogo: jogo educativo que aborda temas como cooperativismo, empreendedorismo, educação financeira e ambiental.
Idealizado e patrocinado pelo Sescoop e inserido no cronograma de ações da Unimed Londrina, o programa Cooperjovem está atuando em quatro escolas municipais da região neste ano. A última a aderir foi a Escola Municipal Jadir Dutra, localizada no Patrimônio Selva (Zona Rural) e que, neste mês, formou professores para aplicar o programa aos estudantes.
Segundo a Coordenadora Pedagógica da unidade, Angela Rosa Benis Garcia, projetos interdisciplinares são recebidos com ânimo por alunos e educadores, principalmente pelo fato de a escola oferecer o ensino em período integral. Assim, sempre busca desenvolver projetos com as turmas e este tem sido enriquecedor. "Eles passam por diferente fases nos jogos, cada um tem a sua função a ser executada e se sentem valorizados", comenta.
A escola tem na direção Celia Maria de Faria e neste primeiro ano de participação, estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental realizam a atividade bastante motivados. "Eles passam oito horas na escola e formas diferentes de trabalhar e aprender contribuem muito para o desenvolvimento", expõe a coordenadora.
De forma dinâmica e interdisciplinar, os alunos aprendem mais sobre conscientização ambiental, trabalho colaborativo, diversidade e também sobre planejamento. "O projeto veio reforçar valores já praticados na formação dos estudantes como cidadãos. Fazer um desenho coletivo foi uma das atividades dos estudantes. "Entendem que os sonhos podem ser realizados, mas precisam ser planejados. Também aprendem a lidar com as dificuldades, frustrações e o que não está alcance - com maturidade.
MAIS ÁRVORES, MAIS VIDA
Na Escola Municipal Doutor Joaquim Vicente de Castro, a coordenadora pedagógica Ana Paula Milani Bertosse considera que a toda a proposta venha ao encontro dos estudos em andamento- sobretudo em relação à culminância do projeto, uma vez que pais e alunos fizeram o plantio de ipês-rosas na praça Genezio Rodrigues de Campos, que fica pertinho da escola.
O estudo do meio ambiente, a seca e as queimadas recorrentes não deixaram dúvidas sobre o valor das árvores para todos. "Todos nós passamos semanas bastantes difíceis". A fumaça transformou o clima, o ar e uma paisagem talvez jamais vista provocou intenso muito mal estar coletivo. Essa é uma constatação comum a muitas cidades e estados do País. E infelizmente, não é a primeira vez que tantas pessoas são prejudicadas pelas queimadas.
Mais do que preocupação, os alunos da E.M. Doutor Joaquim Vicente de Castro entenderam que ações positivas são necessárias e, dentro da capacidade de trabalho e ao alcance de todos, buscaram o apoio da Secretaria Municipal de Ambiente para realizar o plantio de árvores. Ainda que a sombra não seja imediata, a atitude demonstra conhecimento e interesse em transformar.
Na primeira sexta-feira de outubro, dia 4, as turmas realizaram o plantio de três mudas de ipê-rosa com o auxílio e dos profissionais do viveiro municipal. Eles também se comprometeram com mais 15 mudas no entorno da escola. "Cada turma plantou uma árvore e dividiram a responsabilidade de fazer a rega quando estiverem na escola. Quem mora por perto ajudará nos finais de semana", detalha a coordenadora da unidade.
Logo, logo, uma plaquinha de identificação irá compor todo o trabalho permitindo que todos que passam e param na praça saibam o nome da árvore em ascensão e o nome da turma que a plantou. A coordenadora do Viveiro Municipal, Sirlei Julio de Souza, esteve presente durante o plantio, conversou com os alunos e deu todas as explicações pertinentes à atividade realizada.
A escola tem como corpo docente a diretora Flaviani Baraldi, a auxiliar de direção é Claudia Fernanda dos Santos Ruzzante e também atuam como coordenadoras pedagógicas Ana Paula Milani Bertosse, Rossana Germinara, Lydiane Messias de Siqueira Silveira.
O ENSINO LÚDICO
O Cooperjogo é uma dinâmica como a de um jogo na qual os alunos passam por fases como preparação, exploração, sonho, concretização e comemoração, com o objetivo de transformar sonhos em realidade e adquirir novos conhecimentos e habilidades.
O programa, idealizado e patrocinado pelo Sescoop, conta com o apoio da Cooperativa, do Sicoob e da Secretaria Municipal de Educação.
Aliny Marendaz, analista de Sustentabilidade da Unimed Londrina, destaca a contribuição da Cooperativa para o desenvolvimento sustentável da região por meio do Cooperjovem. “Colocamos em prática o 5º princípio do cooperativismo, que é a educação, formação e informação, além de reforçar o 7º, que é o interesse pela comunidade", explica Marendaz.
A Cooperativa atua nas organizações de formação para os professores, no suporte aos instrutores do Sescoop, no acompanhamento e apoio à implantação do programa nas escolas, oferecendo auxílio com metodologia e outras necessidades das instituições participantes.
APRENDENDO COM O PROCESSO
O Cooperjovem é constituído de duas fases. A primeira é a capacitação para os professores e a segunda é o momento em que esses profissionais, já capacitados, aplicam o projeto para os alunos. Ao todo, 17 professores se tornaram aptos a colocar em ação os princípios.
Angela Rosa Benis Garcia, coordenadora da Educação Infantil expõe que de seu ponto de vista existe a expectativa de que as crianças possam sonhar. "Que construam seus sonhos devagarinho, degrau por degrau, e saibam recomeçar se houver tropeços. Que voltem se o outro necessitar de uma ajuda. É o que vi nesse projeto, antes de qualquer coisa, a empatia, palavra necessária e esquecida em muitos momentos”, valoriza Garcia.
Para a diretora da escola Jadir Dutra, Célia Márcia Rossi de Faria, onde 130 estudantes, na faixa etária de quatro a 11 anos participarão do Cooperjogo, uma atividade dinâmica como essa e com o objetivo de desenvolver uma educação cooperativista, empreendedora, financeira e ambiental é muito proveitosa. “Nós poderemos proporcionar mais oportunidades de aprendizado às nossas crianças, de forma lúdica e prazerosa”, pontuou a diretora.
As outras escolas participantes já estão aplicando a metodologia com os estudantes e, ao final das fases do jogo, transformarão um sonho conjunto em realidade, seja aprendendo novas habilidades ou adquirindo novos saberes.
“Nós temos visto resultados significativos com o Cooperjovem, não só para os alunos como também para os professores que passam por muitos aprendizados nessa formação. A contribuição da Unimed Londrina para esse projeto cumpre a missão de cuidar da sociedade em todas as frentes”, reconhece Fabianne Piojetti, gerente de Sustentabilidade da Unimed Londrina.