A casa está em uma rua, a rua dentro de uma cidade, a cidade em um Estado, esse em um País e o País dentro do Planeta. Nessa perspectiva de localização geográfica, há mais a avaliar e valorizar. O bairro, a vizinhança e o lugar onde vivemos tem significado e contribuem para nossa formação. A escola possui um papel fundamental nesse aspecto e quando se trata do estado do Paraná, a rede municipal de Ensino de Londrina desenvolve um trabalho em diferentes faixas etárias e séries escolares para que além de saberem onde os estudantes estão, onde vivem e quais são as características e histórias de seu estado, trazerem à sala de aula informações que mostrem a riqueza da cultura, da gastronomia, turismo, arte e história do povo paranaense.

Durante as atividades em sala de aula, alunos colocam no papel o senso de pertencimento ao Estado
Durante as atividades em sala de aula, alunos colocam no papel o senso de pertencimento ao Estado | Foto: Divulgação

Com planejamento, a Secretaria Municipal de Londrina, mantém uma equipe interdisciplinar para que abordagens desse nível sejam realizadas em sala, colocadas em prática, mas com estudo prévio. As servidoras municipais Andrea Zanon, Maria Cristina de Matos Damasceno, Eliane Candoti e Rosimeire Ferreira Lopes Pereira integram a equipe de apoio pedagógico do município que realiza um trabalho minucioso. De acordo com a servidora Andrea Zanon, que integra a equipe de apoio pedagógico de Geografia, o trabalho orientado pela Equipe de Apoio Pedagógico de História e Geografia da SME/PML se dá pela formação continuada de professores em sala de aula e em campo, pela realização de roteiros de visitação a locais com potencialidade educativa que contemplem aspectos históricos e geográficos da região.

Além disso, ocorrem orientações pontuais aos professores e a elaboração de materiais didáticos que atendam à proposta curricular e às demandas específicas de estudantes e professores quanto à geografia e à história do Paraná.

No Museu do Expedicionário, em Curitiba: alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da E.M. Francisco Pereira de Almeida Junior, de Londrina
No Museu do Expedicionário, em Curitiba: alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da E.M. Francisco Pereira de Almeida Junior, de Londrina | Foto: Divulgação

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

O trabalho com roteiros históricos e geográficos em Londrina e pelo Paraná assumiu novas configurações em tempos de pandemia. Diante da necessidade de isolamento social e de um ensino remoto, recorreu-se às visitas virtuais, tanto em museus, como em trechos e à utilização de recursos audiovisuais, a fim de que os estudantes acessassem os locais a serem estudados e seus respectivos conhecimentos. Segundo a servidora Eliane Candoti, uma das integrantes da equipe de apoio pedagógico de História, os conteúdos de História e Geografia do Paraná constam no currículo do município validado pelo documento do Referencial Curricular do Paraná que orienta os currículos dos 399 municípios do Estado.

Estudo de campo na reserva indígena Apucaraninha: valorização da cultura e debates sobre aspectos da resistência dos povos
Estudo de campo na reserva indígena Apucaraninha: valorização da cultura e debates sobre aspectos da resistência dos povos | Foto: Divulgação

Ele tem uma base comum nacional, porém incentiva os estudos locais e regionais, especialmente por meio dos conteúdos de História e Geografia. "Sobre os povos indígenas do Paraná, três estão em destaque: Kaingangs, Guaranis e Xetás. Os maiores grupos, que hoje possuem representantes na região norte do Paraná", esclarece.

"O trabalho envolvendo os povos indígenas e também a população negra do Paraná perpassa questões ambientais relacionadas à paisagem e às suas mudanças, o desmatamento e seus efeitos, a exploração da mão de obra, a composição étnica e cultural do Estado e as manifestações culturais e de resistência na luta pelos seus direitos", ratifica.

Do ponto de vista das profissionais do grupo de apoio pedagógico, não se trata de falar apenas das contribuições culturais desses grupos. "Mas da sua relação com a terra e com a natureza e de que forma isso interfere positivamente no ambiente. Nas lutas que travam até os dias de hoje para garantir o direito à terra, que sempre foi sua; à uma educação étnico-racial; ao atendimento médico; à manutenção da língua e dos costumes de origem; ao acesso digital e tecnológico; à segurança e ao respeito às suas terras e à sua dignidade", informam.

"Tais questões levantam temas como racismo, preconceito, empatia, direitos humanos, respeito, valorização da vida, educação ambiental, convívio e diversidade, entre outros", refletem.

EDUCAÇÃO INTEGRADA

Educadores de Londrina na cidade da Lapa, no Largo Francisco Cunha Pereira Filho
Educadores de Londrina na cidade da Lapa, no Largo Francisco Cunha Pereira Filho | Foto: Divulgação

Nos bastidores da Educação, a integração é palavra de ordem e um trabalho de estudo e campo que parte de temáticas atuais, para então olhar para o passado e entender as razões do que temos hoje. Segundo as profissionais, priorizam-se imagens reais e atuais e neste caso, a fotografia e o cinema tem um valor especial como documentos que registram a realidade vivida e a fala desses sujeitos como protagonistas de suas histórias.

O Parque Estadual Vila Velha, a cidade de Foz do Iguaçu, Castro, Morretes, Canyon Guartelá integram os roteiros de estudo, assim como a capital do estado, Curitiba e o litoral. Em Lapa, região metropolitana de Curitiba, um dos pontos turísticos estudados foi o Largo Francisco Cunha Pereira Filho, memorial dedicado ao ex-diretor-presidente da Gazeta do Povo, considerado um lapeano de coração.

As profissionais compreendem e ensinam que o trabalho com os ciclos econômicos e com os conflitos sociais do Paraná, apresenta as tramas sociais em que esses grupos, juntamente com o grande volume de migrantes e imigrantes, interagem e modificam a realidade vivida a partir de suas expectativas, valores e culturas que marcam a face desse Paraná diverso. "Uma característica do nosso Estado é a diversidade de povos e culturas, que se manifesta no patrimônio cultural material e imaterial do Paraná, o qual se configura pela gastronomia, pela arquitetura, pela música, pela dança, pelas lendas, pelos modos de fazer e pensar", pensam.

Assim, as paisagens do Paraná, a relação do campo com a cidade, as relações sociais e ambientais, os mitos de origem Patrimônio Cultural são alguns temas que integram o componente curricular. As redes urbanas no Paraná, símbolos como a araucária e a gralha azul não escapam da vontade de transmitir conhecimento aos cidadãos - paranaenses de nascimento ou não.

ESTUDO EM CAMPO

Professoras Karina, Rosângela, Ivete e Lúcia durante atividade de campo com alunos
Professoras Karina, Rosângela, Ivete e Lúcia durante atividade de campo com alunos | Foto: Divulgação

A Escola Municipal Francisco Pereira de Almeida Junior, localizada na região oeste de Londrina, tem um projeto chamado Conhecer Paraná. De acordo com a diretora da unidade, Ivete Pimentel, durante todo o ano letivo os alunos aprendem sobre nosso estado, sua história, lendas, personagens, política, geografia, cidades, locais turísticos "Para culminância do projeto, os alunos do último ano do fundamental fazem uma viagem para nossa capital, assim podem vivenciar um pouco do que aprenderam em sala de aula, como moramos no terceiro planalto, a viagem passa por todos os planaltos, e na capital temos um roteiro de visitas a museus, parques , zoológico e centro cívico", relata.

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