LONDRINA - 90 ANOS: a história também passa pelas escolas
A história da educação também é contada por meio de suas unidades escolares; a Escola Padre Anchieta é mais antiga que a própria cidade
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terça-feira, 10 de setembro de 2024
A história da educação também é contada por meio de suas unidades escolares; a Escola Padre Anchieta é mais antiga que a própria cidade
Walkiria Vieira
Longevas e em plena atividade, as escolas municipais de Londrina fazem do compromisso com o aprendizado, patrimônio imaterial. Das edificações que contam parte da história às conquistas diárias de alunos e professores, a Educação evolui.
Na linha do tempo, as 88 unidades escolares conservam também a memória do desenvolvimento da cidade e o valor que se dá à formação do cidadão. A Escola Municipal Padre Anchieta, localizada no Heimtal, bairro na região norte de Londrina, foi erguida com peroba em 1931, sendo foi a primeira instituição de ensino do município.
Naquele tempo, a área rural dava ao Heimtal, alcunha de Patrimônio. Em 26 de julho deste ano, celebra 93 anos de atividades exclusivas à educação. Ou seja, a escola é mais antiga do que Londrina - que neste ano chega a seus 90 anos.
A unidade de origem alemã, passa por uma reforma atualmente e a parte de madeira será preservada. A diretora Mariana Botura Mataram Abra, explica que a escola faz parte da história de várias gerações. "Avós e pais dos atuais alunos estudaram aqui". Atualmente, atende desde a Educação Infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental.
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Com o cuidado de trabalhar o tema memória com as crianças, o corpo docente não deixa cair no esquecimento um fato tão relevante - que é a trajetória da escola. "Temos uma comunidade participativa e bastante ativa nesse sentido e colaboram para que a memória seja preservada e valorizada", afirma Abra.
De maneia interdisciplinar, Geografia, História e Língua Portuguesa são trabalhados ao destacar a localização e os fundadores da escola, por exemplo, por meio de produções de texto.
As atividades realizadas pelos alunos com apoio de seus professores são administradas pelas coordenadoras pedagógicas Simony Regina Bonifácio e Claudia Barbieri.
Com 450 alunos matriculados no ano letivo de 2024, o número é bastante expressivo e diferente de 1931, quando eram 93 estudantes. "Com o crescimento dos bairros, a demanda aumentou bastante - são crianças que chegam até de transporte escolar, o que demonstra como Londrina cresceu", constata Abra.
Parte do trabalho de valorização é o projeto "Um pedacinho da Alemanha na nossa Londrina", que com o apoio da Secretaria de Educação, da Secretaria de Cultura e do Museu Histórico- que incentivam o entendimento da escola como patrimônio histórico local por meio de oficinas, entrevistas, pesquisas e muito mais.
PERTO DO CINQUENTENÁRIO
No ano que vem, a Escola Municipal Hikoma Udihara completa 50 anos de atividade. A data não passará em branco de acordo com a diretora da unidade, Iracema Sbizera dos Santos Ribeiro. "Embora estejamos no Complexo Educa enquanto a escola é reconstruída, temos que pensar em algo para a comunidade". E já adianta: "Vamos fazer um trabalho de relacionar os 90 anos de Londrina com os 50 da escola e esse paralelo também será representado durante o Londrina Mais", adianta Ribeiro.
Atuam na coordenação pedagógica Vanessa Priscila de Araújo Nomachi Fal e Camila Aparecida Pio e a unidade localizada na região leste recebe alunos dos bairros Lindoia, Alemanha, Parque das Indústrias, Urca - estudantes, corpo docente e toda a comunidade está na expectativa para o novo projeto e o retorno para o local de origem da escola. Com 310 matriculados, a direção admite que a mudança de endereço representou uma baixa. Perdemos cerca de 200 alunos".
APOSENTADA E NA ATIVA
Professora aposentada do município, Creuza Croxatte dedicou 31 anos à alfabetização de alunos, pois sempre que teve a oportunidade, estava nas salas dos anos iniciais. "Presenciar a descoberta deles é algo fascinante, surpreendente e fascinante", pensa.
A jornada de Croxatte teve início da escola Elias Kawan, na região norte de Londrina e logo passou a lecionar na Hikoma Udihara. Aposentada desde 2017, não parou de parar. "Dediquei-me nos últimos anos aos alunos com necessidades especiais, também cursei Psicopedagogia e durante a pandemia passei a dar suporte aos alunos, pois era necessário orientar os alunos da Educação Especial e também aqueles com pais e responsáveis que não sabem ler", explica.
NIHOJIN-KAI E A PRIMEIRA ESCOLA JAPONESA
A Nihojin-kai é a Associação Japonesa de Londrina que nasceu para unir todos os imigrantes japoneses que estavam na cidade. O primeiro presidente da Associação foi Hikoma Udihara.
Para aproveitar o espaço da sede da Associação, foi criada a primeira escola japonesa da cidade, com o total de 24 alunos, todos moradores da área rural de Londrina, e que eram ensinados pela professora Toshiko Zakoji.
A Escola Japonesa foi a primeira unidade escolar étnica no perímetro urbano, no ano de 1933. Funcionava também como clube japonês (kaikan). Durante a década de 1960, Londrina chegou a ter até onze escolas japonesas, que, posteriormente, ficaram sob responsabilidade do poder público municipal.
UM NOVO BAIRRO, UMA NOVA ESCOLA
Não menos importante e com uma responsabilidade e tanto, a Escola Municipal Roberto Alves Lima Junior é mais nova da rede municipal de educação.
Em 2021, para respeitar o calendário letivo, as aulas tiveram início no dia 25 de janeiro, na creche vizinha à unidade atual - quando finalmente, em 4 de outubro, a estrutura novinha em folha fora inaugurada para as 20 turmas.
Em consonância com o padrão de colorido da SME, a escola que atende atualmente 500 alunos tem bastante cor e atende nos períodos matutino e vespertino. A diretora da unidade é Viviane Perez, a diretora auxiliar Nayara Nicolim e as coordenadores pedagógicas são Sandra Leite e Vanessa Monteiro.
Localizada em um complexo de bairros planejados, o Tauá, a escola era uma necessidade. "A instalação de uma escola é fundamental para um bairro, principalmente para oferecer uma atendimento de qualidade à população", afirma Nayara Nicolim.
A diretora auxiliar explica que uma escola tem uma papel muito importante perante à comunidade. "Felizmente, já criamos um vínculo positivo com os pais e responsáveis. Há um relacionamento positivo, de confiança e, da mesma forma que a escola acaba se tornando uma referência para todo o território - tanto para as crianças que nela estudam como para todos que sabem que ela está lá e o que oferece", afirma.
A mais nova da rede, a Escola Municipal Roberto Alves Lima Junior, segue construindo uma relação com os matriculados e familiares. "A cada semana em que um torre de prédios é liberada no bairro, há procura por vagas em nossa escola. A história das outras escolas é muito importante para a nossa e todos nós servidores públicos trouxemos para essa unidade nosso olhar, nossa experiências e compromisso de agregar boas práticas e boas histórias nessa linha do tempo da educação municipal, sustenta Nicolim.