Marina Irene Beatriz Polonio Marina Irene Beatriz Polonio :  “Enquanto a questão ambiental tem sido tratada a passos de tartaruga, a degradação ambiental anda a galope 
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Marina Irene Beatriz Polonio Marina Irene Beatriz Polonio : “Enquanto a questão ambiental tem sido tratada a passos de tartaruga, a degradação ambiental anda a galope " | Foto: Divulgação/arquivo pessoal
Os três Erres - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - foram um dos capítculos mais interessantes do livro
Os três Erres - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - foram um dos capítculos mais interessantes do livro | Foto: Gustavo Amorim/ reprodução

Observar e valorizar a natureza por meio de atitudes é uma prática da professora aposentada Marina Irene Beatriz Polonio, autora de Nossa Casa. A coletânea de textos e ilustrações didático-pedagógicas sobre o ambiente preenchem capa e miolo da obra lançada em 2019 pela Editora Objetiva. Presente em instituições como o Lar Santo Antônio em Cambé e Apae, a proposta é que chegue também a todas as bibliotecas de Londrina, Cambé e região, tão logo os protocolos em respeito à pandemia provocada pelo Covid-19 permitam.

Ilustrado por José Anesio Montini, o livro tem ainda uma série de lâminas de Gustavo Amorim e Tiago Augusto Silva (Beraldelli) e todo o conteúdo pode ser explorado com diferentes abordagens graças às informações e curiosidades. Em "Confissões de uma mangueira", a autora discorre sobre o uso de recursos naturais para a fabricação de pneus. "Uma solução seria a reciclagem, pois podemos transformar em asfalto-borracha, pisos de quadras, etc", cita. Apresentado por Naide Cazalli, a obra é reconhecida pela sensibilidade da autora que de modo sábio ensina maneiras simples de contribuirmos para salvar o Planeta e nossas vidas.

O valor da sustentabilidade e os problemas do cotidiano estão esmiuçados com dados atualizados e didática que alcança a todos. Sobre os três erres, recomenda autora: "Vamos cuidar de nosso planeta reduzindo, reutilizando e reciclando minha gente". Os telhados verdes, a produção de adubo orgânico em casa, a prática da doação como um exercício de solidariedade também são abordados na obra - que cumpre o seu papel de alertar e refrescar a memória das pessoas sobre o fato de que existem recursos limitados, como a água por exemplo. O livro expõe que a mudança para melhor está ao alcance de nossas mãos: seja na separação do lixo doméstico, seja ao não descartar no chão o papel de bala, embora pequeno. Mas se todos fizerem isso, atirando coisas no chão, o estrago é grande e os rios ficam poluídos. "Pessoas verdes, entre outras ações sustentáveis, são aquelas que economizam água, papel e energia elétrica", ensina.

Marina Irene Beatriz Polonio Marina Irene Beatriz Polonio :  “Enquanto a questão ambiental tem sido tratada a passos de tartaruga, a degradação ambiental anda a galope 
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Marina Irene Beatriz Polonio Marina Irene Beatriz Polonio : “Enquanto a questão ambiental tem sido tratada a passos de tartaruga, a degradação ambiental anda a galope " | Foto: Divulgação/arquivo pessoal

Como surgiu a ideia de escrever o livro e a quem se destina?

O conteúdo da leitura de meu livro denota minhas preocupações e algum aprofundamento sobre tais assuntos. Não sou apenas aquela que escreve sobre o meio ambiente, pratico esse amor também, pois vivo doando sementes, mudas de árvores e de outras plantas. Além disso, costumo plantar frutíferas juntamente com outras pessoas. Meu livro interessa a pedagogos e profissionais de áreas afins, bem como ao público infanto-juvenil. Os primeiros como promotores de ações pedagógicas que possam conscientizar os alunos sobre a essencialidade da leitura na manutenção e preservação de nosso carente e sofrido planeta. Já para os alunos, o objetivo é que se informem das possibilidades de procedimentos cotidianos básicos que devem realizar para contribuir com melhorias para o bem do nosso planeta e, ainda, que apliquem tais conhecimentos, transmitindo-os às pessoas dos círculos sociais onde se inserem.

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Como observa a questão ambiental no Brasil e no mundo nos dias de hoje?

A questão ambiental brasileira deve ser olhada sob muitas perspectivas porque nosso País tem dimensão continental, sendo também imensa sua biodiversidade, o que provoca muitos problemas na relação Homem-Natureza. Poluição, desmatamento e a questão dos aterros sanitários são assuntos recorrentes nas mídias. Contudo, o mundo todo vem enfrentando problemas ambientais importantes como efeito estufa, poluições diversas, mudanças climáticas e outros tantos mais.

Desde que lançou o livro o meio ambiente sofreu mais degradações. Como analisa esse fato?

Enquanto eu lançava meu livro, muitos outros problemas se somaram aos já existentes assolando nosso País fortemente. Posso citar dentre eles a seca e a consequente morte de alguns tantos rios brasileiros, bem como o desmatamento, queimadas, a questão da finitude da água e a poluição em suas diversas formas. As degradações que nosso planeta está sofrendo dizem respeito à falta de políticas ambientais mais consistentes. Protocolos e acordos internacionais há muitos. Leis e Normas também. Porém, entendo que todos esses documentos ficam muito restritos a existirem apenas no papel. Eles precisam sair do papel para que todo ser humano se comporte ambientalmente um pouco melhor.

Por que o meio ambiente não recebe toda atenção e interesse de governos e cidadãos como deveria?

A questão tem sido tratada a passos de tartaruga enquanto que a degradação ambiental tem andado a galope. Sabemos que desde o início do capitalismo a exploração abusiva dos recursos naturais vem acontecendo aceleradamente. Quer parecer que os governantes, preocupados mais com o crescimento da economia têm postergado a resolução da prevenção e dos problemas ambientais. Mas o que é animador é que já vemos, desde algum tempo, movimentos governamentais e não governamentais, assim como cidadãos brasileiros mais atentos e preocupados com tais problemas, seus encaminhamentos e suas soluções.

Que tipo de abordagem considera que possa dar resultados com jovens e crianças para um mundo melhor?

A Educação formal e a não formal devem direcionar seus esforços para que aconteça uma transformação social por meio da conscientização dos cidadãos brasileiros sobre a sustentabilidade e a finitude de certos recursos naturais. Sem educação, nossa casa que é o planeta Terra, desaba. Todavia, para que a educação formal vença o desafio de educar ambientalmente jovens e crianças, fazem-se necessárias intervenções pedagógicas que partam daquilo que o aluno percebe em seu contexto mais restrito que é o familiar e a comunidade onde mora. É conhecendo 'in loco' os problemas ambientais que acontecem nesses contextos e sendo chamados a contribuir para a solução dos mesmos que os alunos se interessarão mais por tais estudos .

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. | Foto: Reprodução

Serviço:

Nossa Casa

Autora: Marina Irene Beatriz Polonio

Valor: R$40 - pode ser encontrado no Mercado Livre, em Cambé nas bancas Bel e Esquina e loja Cheia de Graça, em breve no Sebo Capricho em Londrina e pelo e-mail da autora: [email protected]