Não é de hoje que obras e escritores entram nos índices dos proibidos - e privam o leitor da real perspectiva. Não raro, quem repassa a opinião, nem mesmo conhece o que reproduz - isso é fato. Insano, profético, imoral. Pornográfico, violento ou que faz apologia ao mal. Não se sabe ao certo quantos são os contos proibidos e quantos ainda estão por ser.

Lançado em 1875, “O crime do Padre Amaro”, de Eça de Queirós, gerou grandes protestos de grupos religiosos ao ir de encontro ao celibato clerical. Uma das consequências foi a proibição em salas de aula de Portugal. “Feliz Ano Novo”, de Rubem Fonseca, é de 1975. Foi censurado pelo DIP- Departamento de Imprensa e Propaganda no regime militar e teve a publicação e circulação proibidas.

Para a bibliotecária e docente do Departamento de Ciência da Informação da UEL ( Universidade Estadual de Londrina), Sueli Bortolin, o que faz os livros serem tão visados e alvo de equívocos - não só no Brasil - é a desinformação e o preconceito. “Há um movimento no Brasil e no exterior de 'caça às bruxas' - até contra a pacata Bruxa Onilda, que querem tirar das bibliotecas", alerta Bortolin. Para o professor do Departamento de Educação da UEL e Idealizador do projeto Palavras Andantes - da Secretaria Municipal de Educação - Rovilson José da Silva, a literatura é mesmo uma área vulnerável e não é um problema recente. "Nossa sociedade carece de acesso ao livro. Quanto mais dificuldade de acesso, mais difícil será entender isso", afirma.

Celibato - Estado ou condição de pessoa solteira, sem um par

Vulnerável - Coisa ou pessoa a ser atacada, frágil