Dar a oportunidade de uma criança aprender a tocar um instrumento, dentro da escola onde estuda e gratuitamente. É isso o que o projeto “Orquestrando o Futuro - Oficinas de Musicalização” tem feito. Com coordenação geral da pianista e professora Irina Ratcheva, a experiência das oficinas de musicalização já havia sido testada em 2022 com mais de 70 alunos da Escola Municipal Arthur Thomas.

O projeto-piloto foi bem sucedido. "Por enquanto são seis escolas, mas a ideia é aumentar esse número. É incrível ver a resposta das crianças, perceber que está funcionando", alegra-se. "O acesso à arte tem um significado muito importante e quando isso é feito em uma escola, de modo coletivo, por meio de cantigas e se utilizando do folclore é uma maneira de chegar às crianças", pensa Ratcheva.

Alunos da Escola Municipal Arthur Thomas na apresentaçãoque contou com a participação da Palhaça Adelaide: formação musical desde a infância
Alunos da Escola Municipal Arthur Thomas na apresentaçãoque contou com a participação da Palhaça Adelaide: formação musical desde a infância | Foto: Fábio Alcover/ Divulgação

O projeto teve início em fevereiro com oficinas semanais para 300 alunos do 1º ao 5º ano de escolas municipais. A proposta faz parte das atividades educacionais desenvolvidas pela Orquestra de Câmara Solistas de Londrina e será realizada no decorrer do ano em seis escolas: E.M. Arthur Thomas, E.M. Nair Auzi Cordeiro, E.M. Norman Prochet, E.M. Aristeu dos Santos Ribas , E.M. Suely Ideriha, E.M. Luiz Marques Castelo (Distrito Espírito Santo).

O lançamento oficial do projeto “Orquestrando o Futuro - Oficinas de Musicalização” foi realizado na última sexta (17), no Cine Teatro Ouro verde. O “Mundo Mágico” apresentou as tradicionais cantigas de roda que encantam gerações, além de obras de Mozart e Villa-Lobos, com a participação da palhaça Adelaide (personagem da atriz Juliana Galante), que leva o público a um mundo mágico para conhecer peculiaridades de cada instrumento de uma orquestra. O projeto “Orquestrando o Futuro” tem patrocínio da Secretaria Municipal de Educação de Londrina. Realização: Artis Colegium Associação Cultural e Orquestra de Câmara Solistas de Londrina.

UM DIA MARCANTE

Bastante contente com a presença maciça dos alunos no Cine Teatro Ouro Verde, a vice-diretora da Escola Arthur Thomas, Cristiane Tokairin, comentou que projeto desperta interesse por mais Cultura, pela Arte e também pelos instrumentos. "Para nós, é uma satisfação ser a escola-piloto do projeto. Já observamos as conquistas mesmo em um período relativamente curto", afirma. "Nesse ano, as práticas foram realizadas em duas oficinas. "Notamos como é possível aprender com a metodologia desenvolvida, ao mesmo tempo em que esse aprendizado deixa os alunos seguros, pois sentem-se capazes e isso gera reflexos em todas as áreas do aprendizado", afirma.

A vice-diretora da Escola Arthur Thomas, Cristiane Tokairin e as alunas Ayla Cristina Rocha e Rhaylhana Derney Amancio: prazer em aprender música
A vice-diretora da Escola Arthur Thomas, Cristiane Tokairin e as alunas Ayla Cristina Rocha e Rhaylhana Derney Amancio: prazer em aprender música | Foto: Walkiria Vieira

Rhaylhana Derney Amancio, 8 anos, foi uma das alunas a subir ao palco. Em sua primeira apresentação, admitiu que estava feliz. "Mas ao mesmo tempo nervosa. É bastante responsabilidade e também a primeira vez que faço uma apresentação e toco violino para tantas pessoas", sorri. Sua colega, Ayla Cristina Rocha, 8 anos, deu uma dica antes da apresentação: "Respira fundo". Ayla também estuda na Escola Municipal Arthur Thomas e foi uma das nove crianças que se apresentou. "Eu amo Cultura, adoro História e estamos aprendendo muitas coisas novas, interessantes e divertidas", comemora. "É a primeira vez que entro no Teatro Ouro Verde, é lindo", acrescenta.

DOAÇÃO

Presente ao lançamento do projeto, a Educadora em Saúde Pública Conceição Barroso levou com ela o seu violino. "Eu o trouxe para doar para o projeto e me sinto muito realizada por saber que dessa forma estarei ajudando uma criança a ser iniciada na música". Barroso recorda que seu pai tocava violino. "Esse eu comprei para mim anos atrás, também toco, mas quando soube do projeto eu decidi fazer a doação. Gosto de fazer trabalhos voluntários e fui recebida com alegria pela Irina" conta. A voluntária reconhece a importância da música e destaca: "Além de ter uma papel na educação e formação pessoal, a música faz bem para a mente em todas as idades, tanto na parte emocional como cerebral, além de preencher os espaços de uma maneira muito positiva", reflete.

ENSINO COLETIVO

Natanael Fonseca, violonista e professor, é coordenador das oficinas e também regente das crianças . "Estou satisfeito com a forma como o projeto se desenvolveu até aqui, a proposta introduz a criança no universo musical por meio de uma orquestra de cordas. Ou seja, é um trabalho de musicalização diferenciado. Desenvolvo esse trabalho em outros estados há 12 anos e temos resultados muito promissores, com alunos que iniciaram no projeto e hoje seguem a vida como musicistas profissionais”, explica.

O projeto traz uma metodologia de ensino coletivo, possibilitando que os alunos aprendam de maneira lúdica e colaborativa. Em relação aos reflexos das oficinas de violino para as outras atividades, Fonseca considera que o fato de uma orquestra ser um sistema muito organizado, isso é transmitido para os alunos. "A maneira de segurar o instrumento, de descansar na apresentação são exemplos de uma disciplina a ser levada a todas as outras áreas", observa.

Debora Aguiar, é professora do 2º ano da Escola Municipal Arthur Thomas e também aplaudiu de pé a apresentação. "Todo esse aprendizado enriquece a formação dos alunos e ajuda na parte cognitiva. Aqui as crianças já tem as aulas de musicalização e essa proposta tão bem fundamentada vai ao encontro do que já sabemos que soma, nesse caso, a música", diz. A professora observa também que os alunos estão dispostos e motivados com o desenvolvimento do projeto em 2023.

Debora Aguiar, professora do 2º ano da Escola Municipal Arthur Thomas: projeto já envolve 300 alunos
Debora Aguiar, professora do 2º ano da Escola Municipal Arthur Thomas: projeto já envolve 300 alunos | Foto: Fabio Alcover/ Divulgação

* Mais informações no site Mostra de Música de Câmara

E nas redes sociais (Instagram e YouTube) da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina

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