Ações planejadas oferecem mais chances de resultados satisfatórios e um bom exemplo chega no ano letivo de 2023: a Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), ampliou o ensino em período integral para mais duas unidades: nas escolas municipais José Gasparini (Conjunto Farid Libos), onde atenderá 425 crianças, e Edmundo Odebrecht (Warta), onde serão contemplados 332 alunos.

De forma ordenada e diante de novas demandas e necessidades, a modalidade está alinhada aos tempos atuais e representa um ganho significativo na formação dos alunos. Assim, partir de 2023, a Secretaria Municipal de Educação planeja expandir de forma gradual, durante os próximos anos, o ensino integral para todas as 121 escolas municipais de Londrina. Até o fim de 2024, a modalidade deverá estar em vigor em seis unidades e, depois disso, 10 escolas serão contempladas a cada período subsequente de quatro anos.

Com a ampliação, a rede municipal passa a oferecer o ensino integral em três escolas, já que a Escola Municipal Professor Hélvio Esteves, que atende 260 estudantes e fica no Jardim Belleville, adotou essa modalidade em 2013. Nas escolas municipais Edmundo Odebrecht e José Gasparini, as crianças contempladas pela medida vão do ensino infantil ao fundamental, iniciando o ensino integral aos dois anos de idade na primeira unidade e aos quatro anos na segunda. Já na Escola Municipal Professor Hélvio Esteves, os alunos atendidos são os do ensino fundamental, a partir de seis anos de idade.

Conforme a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, as duas escolas que passaram a oferecer a modalidade foram escolhidas por conta da demanda das regiões onde se localizam e de sua infraestrutura. “A Escola Municipal Edmundo Odebrecht foi inaugurada em 2020, e a ampliação da Escola Municipal José Gasparini foi concluída no ano passado, sendo que ela foi toda reformada. Então, são espaços novos e modernos, onde a gente já consegue atender em tempo integral, que é uma necessidade que irá crescer nos próximos anos”, frisou.

A diretora Pedagógica da SME, Mariangela Bianchini, afirmou que o ensino integral proporciona um aprendizado completo e de qualidade às crianças. “É uma contribuição de excelência, que possibilita que os alunos recebam uma formação completa, não só como estudantes, mas também como cidadãos. Além disso, o ensino integral evita que as crianças fiquem nas ruas; elas têm a oportunidade de permanecer em um espaço protegido, de ensino. Consideramos que todos têm direito ao ensino integral, e por isso vamos expandi-lo cada vez mais”, disse.

MAIS ALUNOS NO ENSINO INTEGRAL

A diretora da Escola Municipal Edmundo Odebrecht, do distrito da Warta, Daisy Martin Paes de Gois, menciona que houve um período importante de adaptação e, passados pouco mais de um mês do início do ano letivo, a rotina segue de modo mais harmônico. "Além do ensino regular com as disciplinas da grade, oficinas de esporte também servem de motivação", conta. Gois explica como todas as atividades são dispostas faz a jornada de estudos ser prazerosa. "Eles almoçam, tem o tempo para a higiene, podem brincar, jogar e até o momento de relaxamento", destaca.

Escola Municipal Edmundo Odebrecht, no distrito da Warta: alunos são orientados em tempo integral e já se sentem mais produtivos
Escola Municipal Edmundo Odebrecht, no distrito da Warta: alunos são orientados em tempo integral e já se sentem mais produtivos | Foto: Divulgação

As oficinas são um outro fator que torna o tempo na escola bem aproveitado. "Nas oficinas os alunos têm a oportunidade de aprender de modo mais concreto o que foi apresentado a eles na teoria." E traz um exemplo: "No caso da dengue, aprendem como evitar e todos os problemas que o mosquito causa, assim como prevenir e dados com número infestação atual. Já na oficina, tem contato com o microscópio, observa a larva e esse formato torna o aprendizado mais lúdico e prazeroso", observa.

A diretora considera que o estudo integral permite mais participação, vivência dos conteúdos, assim como uma oportunidade maior de superar as dificuldades. "Sabemos que há diferentes formas de aprender. Uns assimilam melhor ouvindo, outros fazendo e com essas práticas temos mais ferramentas de explorar os conteúdos e verificar como está o aprendizado de cada aluno e suprir as necessidades.

Com o objetivo de manter o vínculo dos familiares e responsáveis com a formação dos alunos, atividades são enviadas para casa duas vezes por semana. "Assim o hábito é preservado e os pais podem ter um acompanhamento. Segundo a diretora, há um contentamento geral de pais e alunos pelo fato de a escola ter sido contemplada com a modalidade integral. "Estão aproveitando ao máximo", alegra-se.

UM DESEJO DA COMUNIDADE

Localizada no Conjunto Farid Libos, a Escola Municipal José Gasparini também tem proporcionado mais tempo e mais qualidade de ensino para novos alunos. De acordo com a diretora da unidade, Patrícia Ribeiro de Ávila, a oportunidade do ensino integral representa ganho na aprendizagem e também no que diz respeito àsocialização. "Esse era um desejo antigo da comunidade. Torciam para que mais turmas pudessem ter o ensino integral e agora essa é uma realidade muito positiva", diz.

Escola Municipal José Gasparini no Conjunto Farid Libos, dirigida por Patrícia Ribeiro de Ávila: há muito tempo  alunos esperavam pelo ensino integral
Escola Municipal José Gasparini no Conjunto Farid Libos, dirigida por Patrícia Ribeiro de Ávila: há muito tempo alunos esperavam pelo ensino integral | Foto: Walkiria Vieira

Os alunos da Escola Municipal José Gasparini são oriundos de bairros como Jardim Tropical, Moema, Farid Libos, Novo Amparo, por exemplo. Ávila explica que o processo de adaptação tem fluido bem. "Temos uma assessoria pedagógica e a rotina está estruturara de forma a ter disciplina, mas também ser agradável e equilibrada, sendo que no ensino integral, a aprendizagem ocorre em todos os lugares, o tempo todo", cita. "Do desjejum à interação com alunos menores ou maiores, exercitam a cidadania e essa troca de representa uma riqueza de vivências", acrescenta.

A aluna Alice Laina, oito anos, está no 4º ano A e considera que os projetos a ajudam a ter mais concentração e interesse pelos assuntos estudados. Já Beatriz Cardoso Moreira, sete anos, 2º A, destaca que o fato de também poder brincar na escola torna o espaço mais divertido. "No começo eu achei estranho, agora estou feliz", comenta. Sarah Veiga Pires, 10 anos, é aluna do 5ºB e o que mais chama a sua atenção nesse momento é que a sua rotina de estudo ficou mais organizada. "E eu estou contente porque passo o dia todo junto com os meus amigos", sorri.

O aluno Gabriel Ribeiro Dutra cursa o 2º ano. Ele tem sete anos e além do que a turma contou, ele lembra de como as refeições são gostosas: "Já tivemos até pipoca e eu gosto muito do macarrão com carne moída, do nhoque, do cachorro quente e também das frutas - até melão nós comemos", enumera. O aluno Isaac Eduardo W. Laneiro tem 8 anos e cursa o 4º ano B, espera um lanche especial em 24 de março, dia de seu aniversário. "No Dia das Crianças teve picolé e pula-pula", recorda. O colega Paulo Cesar Vitor neto, 7 anos, é aluno do 2º B e conta que está aprendendo muito mais no período integral. "Tenho muitas atividades e consigo fazer as tarefas com organização", diz.

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