O compromisso com a formação de cada cidadão da rede municipal de ensino de Londrina é renovado diariamente por meio de práticas que respeitam a Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

Exemplo relevante é a formação de leitores. Em Londrina, desde de 2002, a Secretaria Municipal de Educação - SME- conta com o Projeto Palavras Andantes que tem como objetivo ações de promoção de leitura organizado a partir de cinco elementos integrados e concomitantes: sala de leitura, acervo, empréstimo, hora do conto e professor mediador de leitura.

Neste sentido, organizar atividades lúdicas que requeiram o uso de processos psíquicos em destaque desde a Educação Infantil (percepção, atenção, memória, linguagem e pensamento), dirigindo a atenção da criança para os aspectos da atividade e dos objetos a serem percebidos como a contação de histórias infantis é uma atividade presente na rotina dos estudantes.

Em sua 13ª edição, o ECOH - Encontro de Contadores de Histórias de Londrina - segue até o dia 27 de agosto com a proposta de dedicar o mês inteiro à arte da narrativa oral - nas escolas, bibliotecas e em espaços ao ar livre.

Envolver crianças e adultos para contar a saga de uma ervilha que saiu pelo mundo em busca de seu destino é uma tarefa para um bom contador de histórias. Pois a atriz e narradora Kiara Terra cumpriu a missão dada a ela e realizou a abertura do evento, dando ao público a oportunidade de interagir.

A programação oferece espetáculos, oficinas e rodas de conversa, para celebrar e estimular a prática ancestral de contar histórias. No total serão 19 apresentações gratuitas, de artistas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

REPERTÓRIO E PRODUÇÃO TEXTUAL

Coordenadora Pedagógica do Instituto de Educação Infantil e Juvenil, Elaine Alves da Silva, acompanhou uma turma de estudantes durante a apresentação do Grupo Fio da Meada na Biblioteca Pública Infantil, no centro de Londrina. "Histórias daqui, de lá e acolá" conectando o Brasil e a África, foi o centro das atenções dos estudantes.

Com 17 anos de atuação, a coordenadora pedagógica considera a contação de histórias de grande importância para a formação dos alunos. "Permite que a criança desenvolva o imaginário, faça uma relação com os símbolos, por exemplo".

Na ocasião, os alunos do 2º ano, de 8 e 9 anos de idade, incluindo os que têm necessidades especiais, acompanharam a atividade. De acordo com Silva, a apreciação de ações de formação como essa contribuem para a formação de repertório.

"Eles criam uma grande expectativa, ficam bastante eufóricos e, em sala de aula, podem expressar o entendimento que tiveram por meio de uma produção de texto e também de forma ilustrativa".

A coordenadora considera importante que as escolas e as famílias prestigiem eventos deste nível e valorizem os contadores de histórias porque possuem uma habilidade diferenciada e que marca a memória das crianças.

'BRASILEIRINHO' NA ESCOLA

No CMEI Vanderlaine Aparecida Rodrigues Ribeiro, na região norte, os 210 alunos, foram contemplados com a apresentação do espetáculo "Histórias de um Cavaquinho", com Rafael de Barros.

O artista conta a história da música "Brasileirinho", de Waldir de Azevedo, composta em 1947, e mescla sua história de vida lembrando, por exemplo, de quando, aos dois anos de idade, ganhou o cavaquinho que tanto queria e que o acompanha até hoje.

A diretora da unidade, Michelle Mayara Praxedes Silva, relata que o evento foi muito proveitoso para os alunos. "Interagiram e gostaram desde a produção trazida pelo artista, como a performance, pois permitiu que as crianças interagissem de verdade".

Juntamente com as coordenadoras da unidade, Renata Miranda de Araújo e Liduanne Proença Rui Fernandes, a diretora confirma a relevância de eventos culturais deste nível na escola.

"A contação de história está presente em todo o trabalho pedagógico dos professores e a leitura é parte da formação do indivíduo - tanto a leitura deleite, como a destinada à formação escolar", acreditam.

HISTÓRIAS PARA CONECTAR GERAÇÕES


Idealizadora do ECOH, Claudia Silva considera que contação de histórias é um elo vital que conecta gerações, permitindo que a sabedoria e as experiências de vida dos mais velhos sejam transmitidas às crianças.

"Vejo as famílias como as guardiãs dessa tradição, onde o ato de contar histórias vai além do entretenimento; ele preserva a identidade, os valores e as raízes de cada família. É no seio familiar que essas narrativas ganham vida, fortalecendo laços e alimentando o senso de pertencimento", pensa.

A idealizadora também acredita que o incentivo à prática é de grande valia. "Estamos também cultivando cidadania, porque histórias carregam em si a essência de quem somos e de onde viemos, criando uma base sólida para a formação de cidadãos conscientes e conectados com suas origens", afirma.

LONDRINA PERCURSO PARA CONTAÇÃO

O encerramento da programação artística, no próximo domingo (25), é uma oportunidade para participar do espetáculo itinerante "Percursos afetivos Chão Vermelho".

Será a partir das 10 horas e a proposta é explorar, de bicicleta, a história e as paisagens de Londrina com o ator, narrador e doutor em Geografia, Cadu Cinelli.

A largada será na Biblioteca Preta, na Vila Cultural , Rua Uruguai, 1656, e o percurso será concluído na Barragem do Lago Igapó. Entre os dois pontos, muitas riquezas a explorar.

Cinelli, que integra o grupo "Os Tapetes Contadores de Histórias, escolheu conduzir o passeio por um percurso com o tema central chão vermelho: o chão percorrido por crianças, trabalhadoras e trabalhadores, pessoas idosas que vêm ao centro da cidade. O mesmo chão que abriga árvores, que é o mesmo coberto pelo asfalto, pelo progresso da cidade.

Em caso de chuva, a contação será na Biblioteca Preta (Vila Cultural Casa da Vila)

SERVIÇO

13º ECOH – Encontro de Contadores de Histórias de Londrina

Quando: até 27 de agosto

Realização: Instituto Cidadania

Patrocínio: Promic – Programa de Incentivo à Cultura de Londrina

Mais informações: https://ecoh.art.br/programacao-13-ecoh/