O incentivo à leitura pode vir de diferentes partes: da família, de amigos e da escola. No calendário anual da rede municipal de educação, ações diárias despertam o interesse pela leitura, bem como conservam a relação fiel do leitor com publicações.

Seja por meio dos clássicos da literatura, pelo interesse por novos autores ou assuntos, o caminho até a leitura é próspero. O pensamento crítico, por sua vez, libertador. Em Londrina, estudantes contam com acesso ao acervo das bibliotecas das escolas, bem como o apoio pessoais e de empresas que, por meio de campanhas ou atos solidários, contribuem para o desenvolvimento da sociedade ao fazem a cultura chegar a mais pessoas.

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Um exemplo vem da Campanha de Doação de Livros da Unimed Londrina e a proposta é ampliar o acervo de bibliotecas de escolas municipais. Desde 2015, a campanha já arrecadou 5.330 livros e beneficiou 12 escolas municipais de Londrina e região. Apenas na edição de 2022, foram arrecadados mais de 800 exemplares.

De acordo com a gerente de Sustentabilidade da cooperativa, Fabianne Piojetti, a campanha é uma oportunidade para fazer a diferença na vida de outras pessoas por meio da literatura. "Pois cada livro doado pode ser uma porta para o conhecimento, o entretenimento e a transformação pessoal", pensa Piojetti.

RENOVAÇÂO DE ACERVOS

Em fase de arrecadação, a expectativa da campanha de 2023 é superar a arrecadação do ano passado e levar conhecimento e cultura para mais pessoas. "Neste ano, as doações serão destinadas para a Escola Municipal San Izidro (zona sul) e para a Escola Municipal Jadir Dutra de Souza (Patrimônio Selva). “Para alcançarmos esse objetivo, contamos com a participação de todos”, destaca.

A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Jadir Dutra de Souza, Angela Rosa Garcia, afirma que a instituição estimula semanalmente um momento de leitura das crianças com as famílias. “Nós temos um acervo de literatura infantil e infanto-juvenil e sempre há necessidade de renovar os títulos. As crianças fazem a leitura em casa e novos livros geram maior interesse deles. Livro nunca é demais, todos são bem-vindos”, afirma.

Em 2022, foram destinados 419 livros para a Escola Municipal Francisco Aquino, localizada no Distrito de São Luiz. A coordenadora da unidade, Olga Maria Rocha Ribeiro comenta que à época, toda a escola recebeu com muita alegria a notícia de que os alunos seriam contemplados com a arrecadação da Unimed. Com alunos do 1º ao 5º ano e também os matriculados da EJA - Educação de Jovens e Adultos, Ribeiro relata que os livros melhoraram bastante o acervo da biblioteca. "É uma escola rural e nossos alunos são sem condições mesmo, por isso, a escola ser escolhida é de grande valia para nós. Os livros podem ser levados para casa, além de usados nos momentos já planejados nas salas de aula e na biblioteca", comenta.

Já a Escola Municipal Machado de Assis, recebeu 420 livros na campanha promovida pela Unimed no ano passado. O diretor da unidade, Geraldo Aparecido Bento, considera que iniciativas assim devam servir de referência, uma vez que o resultado é prático e muito positivo. A escola fica localizada na região Sul de Londrina. Atende alunos do P5 ao 5º ano e os 300 alunos são incentivados a desenvolver o hábito da leitura por meio de diferentes atividades. "Ficamos até surpresos por sermos contemplados e temos a ciência de que precisamos progredir muito ainda no Brasil em relação à formação de leitores. Mas perseveramos", reflete.

Geraldo Aparecido Bento, diretor da Escola Municipal Machado de Assis: gratidão pelos 420 livros recebidos através de doação
Geraldo Aparecido Bento, diretor da Escola Municipal Machado de Assis: gratidão pelos 420 livros recebidos através de doação | Foto: Divulgação

Bento observa também que a partilha dos livros e os empréstimos desenvolvem também nos estudantes a responsabilidade pela devolução, a atenção aos prazos, assim como o cuidado com o material impresso. "Sabem que o livro deve ser conservado e devolvido em perfeito estado, pois cuidando assim, muitas pessoas ainda poderão usufruir do volume".

CAMPANHA SEGUE ATÉ JUNHO

Para doar, é só levar seus livros até os pontos de atendimento da Unimed Londrina até o dia 11 de junho: Sede Administrativa (Av. Ayrton Senna da Silva, 1065), Clínica Multiprofissional (Av. Ayrton Senna da Silva, 555), Clínicade Vacinas (R. Senador Souza Naves, 999) e nos escritórios regionais de Arapongas (R. Eurilemos, 756), Cambé (R. Espanha, 448), Ibiporã (R. Vitoriano Valente, 450) e Rolândia (R. Duque de Caxias, 222).

Após a arrecadação, os livros passam pela avaliação do estado de conservação e da adequação do conteúdo para a faixa etária dos alunos das escolas beneficiadas. “Os livros que não se enquadram nos critérios da seleção são encaminhados para sebos e trocados por literatura infantil, que é posteriormente doada para as escolas”, explica.

ÓCULOS INTELIGENTES

Desde 2021, a Prefeitura de Londrina dispõe de um equipamento viabilizado pelo Governo do Paraná, por meio do Projeto Óculos Acessível – OrCam MyEye, iniciativa da Secretaria de Estado da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF). Os “óculos inteligentes” permitem a leitura por escuta, reconhecimento facial, identificação de objetos, cédulas e códigos de barra, entre outras finalidades.

O objetivo é auxiliar pessoas com deficiência visual a usufruir da leitura. O aparelho portátil de inteligência artificial conta com uma pequena câmera sem fio que pode ser acoplada magneticamente a qualquer armação de óculos.

A diretora de Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura, Leda Araújo, explica que isso é valioso para aumentar o acesso ao público com deficiência visual. "Atraindo mais frequentadores que queiram usufruir dessa moderna e prática ferramenta para suas leituras".

PESQUISADOR MOTIVA O GOSTO PELOS LIVROS

No aniversário de oito anos de idade, Léo Pires Ferreira, 81 anos, ganhou de sua madrinha um livro de Monteiro Lobato. O nome do livro, assim grafado à época: "Idéas de Géca Tatú". Feito rastilho de pólvora, Léo virou um consumidor de Lobato a ponto de se tornar estudioso e pesquisador reconhecido do autor que se popularizou pelas personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Léo Pires Ferreira: "A escola tem um papel muito importante na formação de novos leitores"
Léo Pires Ferreira: "A escola tem um papel muito importante na formação de novos leitores" | Foto: Walkiria Vieira

Embora muitos pensem que Léo - esse é seu nome de batismo - seja formado em Letras ou afins, ele é um agrônomo com mestrado e Doutor em Fitopatologia. Dono de uma coleção com obras raríssimas, o estudioso conserva três paredes inteiras de Monteiro Lobato em sua biblioteca particular.

Ao longo dos anos, além de doações a diversas bibliotecas, Léo também contribuiu para motivar as pessoas a desenvolverem o gosto pela leitura. Entre as atividades, com apoio da Cooperativa Integrada, viajou com sua esposa Marinez para diferentes municípios realizando palestras a professores. "Para tornar esses também multiplicadores". Com fôlego e conhecimento aprimorado, Léo conta que ainda pode contribuir para escolas, empresas e centros culturais que desejam difundir o gosto pela leitura.

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