A epidemia de dengue em Londrina acumula 11.634 casos positivos . Ao todo, a cidade registrou 43.570 notificações por suspeita da doença. Deste total, além dos casos confirmados, outros 5.061 foram descartados e 26.875 estão em andamento. São 14 óbitos e os dados integram o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Por meio de diferentes ações de conscientização e enfrentamento, o controle é um anseio coletivo e as escolas da rede municipal de Educação realizam um trabalho contínuo dentro e fora da sala de aula. Na prática, cada vez mais cedo, alunos entendem que por menor que seja o mosquito, não se pode subestimar as consequências que traz para a sociedade.

Rosie Mattos é professora do Centro Municipal de Educação Infantil CMEI - Yolanda Salgado Vieira Lima, localizado no Conjunto Habitacional Alexandre Urbanas, região Leste. Não é de hoje que os seus alunos reconhecem os perigos da dengue e também a forma de prevenir.

Mattos explica que o tema é estudado dentro de Meio Ambiente e a cada ano, as turmas recebem lições e tarefas diferentes, de acordo com o nível em que estão. "Já realizamos caminhadas em volta da quadra da escola para distribuir panfletos para os vizinhos com o objetivo de conscientizar os moradores", recorda.
A professora observa que seus alunos são bastante observadores e sinalizam com facilidade atitudes reprováveis como a presença de garrafas jogadas em terrenos baldios e já sabem que toda casa precisa estar com a caixa d'água fechada e todos devem estar atentos para evitar água parada - por menor que seja a quantidade.
"Já realizamos caminhadas em volta da quadra da escola para distribuir panfletos para conscientizar os moradores", conta Rosie Mattos, professora do CMEI Yolanda Salgado Vieira Lima
"Já realizamos caminhadas em volta da quadra da escola para distribuir panfletos para conscientizar os moradores", conta Rosie Mattos, professora do CMEI Yolanda Salgado Vieira Lima | Foto: Divulgacao
O assunto tão sério também chega aos pequenos por meio da musicalização e uma música da Vílem Produções, letra de Serginho Vílem, é como um hino para os estudantes. "Zum zum zum zum zum /zum zum zum zum zum /o mosquito está voando /ele mira qualquer um / zum zum zum zum zum". Assim, de modo lúdico, o assunto é parte dos estudos dos alunos, que atuam como verdadeiros multiplicadores no combate à dengue.
Zum Zum Zum Zum Zum
Sem fugir, sem parar sem vacilar
vamos unir nossas forças e lutar
a patrulha chegou e o medo acabou
o mosquito vai ter que fugir
água parada não vamos deixar
a caixa d'água nós vamos tampar
e as garrafas nós vamos virar
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Em casa e na escola, todos no combate à dengue
Vinícius Ferreira tem nove anos, está no 4º da Escola Municipal Arthur Thomas e já teve dengue três vezes. Avó, Maria dos Anjos, considera importante o trabalho realizado pela escola. "Nós moramos em uma casa e temos muito cuidado. O trabalho que a escola faz com as crianças é educativo e reforça a conscientização", diz.
Vinícius Ferreira tem nove anos: teve dengue três vezes
Vinícius Ferreira tem nove anos: teve dengue três vezes | Foto: Walkiria Vieira
Cristiano Silva é pai de Ysis Helena, de sete anos, que estuda na Escola Municipal Arthur Thomas, e de Thomas Silva, de seis, aluno do CMEI Valéria Veronesi. Thomas teve dengue e a família sentiu a gravidade da situação que a cidade vive, e considera fundamental que todos sejam responsáveis para evitar a proliferação do mosquito e suas consequências.
Ysis Helena, 7 anos, estuda no 1º ano na Escola Municipal Arthur Thomas  e conhece a doença de perto: irmão Thomas, 6 anos, já teve dengue
Ysis Helena, 7 anos, estuda no 1º ano na Escola Municipal Arthur Thomas e conhece a doença de perto: irmão Thomas, 6 anos, já teve dengue | Foto: Walkiria Vieira
Helena Menck de Souza, 7 anos, está no 1º ano da Escola Municipal Arthur Thomas e quando o assunto é dengue, mostra que sabe do que se trata. As atividades da escola estão na ponta da língua, assim como a estudante já sabe ilustrar, por meio de seus desenhos, como todos os cidadãos devem proceder no cotidiano - e a maneira como a doença debilita as pessoas. Na mochila, Souza tem um trabalho recente feito na escola e Alessandra Menck, mãe da estudante, observa com satisfação o capricho de sua filha.
Helena Menck de Souza, 7 anos, aluna do no 1º ano da Escola Municipal Arthur Thomas, sabe ilustrar, por meio de seus desenhos, como todos os cidadãos devem proceder no combate à dengue
Helena Menck de Souza, 7 anos, aluna do no 1º ano da Escola Municipal Arthur Thomas, sabe ilustrar, por meio de seus desenhos, como todos os cidadãos devem proceder no combate à dengue | Foto: Walkiria Vieira
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Alunos escrevem carta ao prefeito de Londrina
Como parte do projeto de Residência Pedagógica do curso de Letras/ Português da UEL (Universidade Estadual de Londrina), as alunas Letícia Stefani Silveira e Victória Viude Verris desenvolveram um trabalho junto aos alunos do 9º ano do Colégio Aplicação. O projeto é disponibilizado pelo programa de bolsas de estudo da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Ao partir do tema Meio Ambiente, a proposta de desenvolvimento de cartas ao leitor foi colocada aos estudantes. "Como futuros profissionais professores de língua portuguesa, essas aulas foram dadas como aula de português", explicam. O projeto tem como professora orientadora Andréia Cunha M. Santana e professora preceptora Leslie Felismino Barbosa.
Imagem ilustrativa da imagem Combate à dengue também se aprende na escola
| Foto: Divulgacao
A experiência permitiu que os alunos do Ensino Fundamental exercitassem o gênero textual e os estudantes de Letras passassem adiante o que já aprenderam na universidade. Assertivo, o tema permitiu que todos pensassem sobre o tema e trouxessem argumentos e propostas ao prefeito de Londrina, Marcelo Belinati.
Londrina, 17 de abril de 2023.
Prezado Prefeito de Londrina,
Gostaria de lembrar que estamos em um momento delicado, onde o perigo é
difícil de ver: o mosquito da dengue. As pessoas estão sendo irresponsáveis demais, justamente por saberem que a penalidade de deixar seus quintais sujos não é grande, deveria aumentar o valor da multa e também os funcionários fiscalizando as casas. Assim, as pessoas ficam com medo da multa e fiscalização e param de deixar sujeira e água parada.
A secretaria de Saúde já alertou que estamos em epidemia de dengue e mesmo com mais de 1.500 casos, e habitantes internados os moradores continuam
deixando água parada. As pessoas deveriam parar de pensar em si mesmas e abrir os olhos para os casos de morte pela dengue.
Atenciosamente, Jhennifer da Silva Ternivkski
Imagem ilustrativa da imagem Combate à dengue também se aprende na escola
| Foto: Divulgacao
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