Ampliar a escolaridade e a qualificação dos jovens e adultos é o objetivo das Secretarias Municipais de Educação de Cambé e Londrina ao promover o acesso à EJA - Educação de Jovens e Adultos.

Diante do reconhecimento de alunos que durante sua trajetória pararam de frequentar a escola, interromperam os estudos e necessitam de uma educação inclusiva e equitativa, as secretarias dos dois munícipios seguem com matrículas abertas e comprometidas para que nenhum cidadão fique sem ler e escrever.

Assim, escolas e professores municipais traçam perspectivas positivas para cumprir o Pacto Nacional de Alfabetização com vistas a superar o analfabetismo e a qualificação dos jovens e adultos.

Em Londrina, a Prefeitura divulga as vagas disponíveis para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A EJA é voltada ao público com 15 anos de idade ou mais, que não frequentou ou não pôde concluir o Ensino Fundamental I, que compreende turmas do 1º ao 5º ano.

De acordo com dados do Censo 2022, o município apresentou uma taxa de analfabetismo de 2,8%, que representa cerca de 12.850 pessoas, sendo a maioria delas a partir dos 55 anos. Para acolher esse público, a Secretaria Municipal de Educação (SME) oferta a EJA em 38 escolas da rede municipal e dois Centros de Convivência da Pessoa Idosa (CCIs), das regiões oeste e leste.

FORMAÇÃO INCLUSIVA

Atualmente há 533 alunos matriculados em Londrina e a expectativa da SME é ampliar o número. Para a secretária municipal de Educação, Vânia Costa, trata-se de um grande desafio. “São jovens e adultos que, muitas vezes, não tiveram oportunidade, tiveram que trabalhar cedo, e muitos deles não sabem ler ou escrever, muito menos assinar o seu nome. Alguns acabam até assinando com o polegar. Então, essa mobilização é justamente para trazer esses alunos que, independentemente da idade, possam aprender a ler e a escrever”, afirmou.

De acordo com a coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da SME, Vanessa Valero, a rede municipal recebe na EJA todos que têm 15 anos ou mais e antes do ingresso o aluno passa por uma avaliação diagnóstica para verificar qual a etapa mais adequada.

Os conteúdos trabalhados em sala de aula são os mesmo do Ensino Fundamental I, porém a metodologia utilizada e a linguagem são adaptadas para a faixa etária, incluindo atividades do Letramento Digital. Dependendo da etapa em que cada estudante está após a avaliação diagnóstica, a duração da EJA pode ser de um a três anos”, acrescentou.

Valero reforçou que o Município aderiu ao Pacto EJA, política pública do Ministério da Educação que visa a superação do analfabetismo. Dessa forma, a SME incentiva a adesão da comunidade que ainda não concluiu as séries iniciais do Ensino Fundamental, com o tema “Seu sonho não envelhece: a EJA te espera!”. “A palavra que nos norteia este ano é acolhimento e estamos trabalhando muito nisso. Temos uma meta a cumprir, que é a erradicação total do analfabetismo”, frisou.

A formação de jovens e adultos é diferenciada e, de acordo com Valero, ao passo que na educação básica tradicional, o Ensino Regular, é voltada para crianças e adolescentes que estão na idade escolar prevista pela legislação. Já a EJA é uma modalidade especial, pensada para quem, por diferentes razões, não teve a oportunidade de estudar na idade certa ou precisou interromper os estudos. Assim, o foco é na valorização da trajetória de vida, autonomia e superação. O currículo é adaptado, o tempo é reduzido e os conteúdos são organizados de maneira mais dinâmica, respeitando a realidade dos estudantes”, detalhou.

Todos os alunos matriculados na EJA recebem um kit de material escolar básico, com cadernos, lápis, estojo e bolsa, e também o uniforme da rede municipal de ensino. Interessados podem comparecer diretamente na unidade mais próxima de sua residência tendo em mãos os documentos pessoais, ou pela Secretaria Municipal de Educação (43) 3375-0101 ou 3375-0022.

Segundo a Secretaria de Educação de Cambé, a EJA no município significa mais que o ensino formal, é um instrumento de transformação social
Segundo a Secretaria de Educação de Cambé, a EJA no município significa mais que o ensino formal, é um instrumento de transformação social | Foto: Divulgação

EJA TAMBÉM EM CAMBÉ

A EJA (Educação de Jovens e Adultos) do município de Cambé representa muito mais do que um espaço de ensino formal. Nas palavras da Secretária de Educação e Cultura, Estela Camata, trata-se de um instrumento de transformação social e de desenvolvimento humano integral. "Especialmente para essas pessoas que, historicamente e mediante suas condições de vida, foram excluídas do processo educativo - seja por conta da necessidade de trabalhar na infância, proibição das mulheres em atividades de estudo, dificuldade de acesso a unidades escolares e a itinerância resultantes das necessidades de sobrevivência", observa.

A secretária explica que desde 2021 estão sendo implementadas em Cambé ações pontuais visando um melhor atendimento para esta modalidade: oferta de transporte escolar para os alunos residentes em bairros distantes da escola, coordenação pedagógica diária na instituição, aulas com professores especialistas de Arte e Educação Física, apoio pedagógico fora do horário escolar e em sala de aula, distribuição de material escolar e uniforme específicos para jovens e adultos.

"Todas essas ações vão ao encontro do nosso entendimento de que o direito à educação de jovens, adultos e idosos deve buscar o desenvolvimento do indivíduo em suas máximas potencialidades nas dimensões cognitiva, afetiva, cultural e social", detalha.

COMPROMISSO RENOVADO

Atualmente o atendimento é centralizado em uma instituição, a Escola Municipal Padre Symphoriano Kopf, que atende alunos das cinco regiões do município. "Os alunos que moram em regiões distantes da escola são transportados pelo transporte oferecido pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura até o polo. Há um total de 40 alunos matriculados, com idades entre 15 e 83 anos", de acordo com a secretária.

Para frequentar a EJA, o estudante precisa ter no mínimo 15 anos completos e não ter concluído os anos iniciais do Ensino Fundamental I (1° ao 5° ano ). Há também casos em que os alunos procuram a EJA pelo interesse em retomar os estudos porque não possuem mais a comprovação de conclusão do Ensino Fundamental I e precisam da certificação para dar andamento e concluir os estudos. "Nessa situação, o aluno frequenta as aulas durante o ano letivo e vivencia todo o processo pedagógico para a conclusão da etapa", detalha Camata.

As matrículas podem ocorrer em qualquer momento do ano letivo na Escola Municipal Pe. Symphoriano Kopf. Mais informações com a coordenadora Nayla (43) 3174-0261- das 18h às 22h) ou na Secretaria Municipal de Educação e Cultura com Ariane ou Angélica (43) 3174-0256 - das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17horas.

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