WILMAR KLEIN A ‘Bíblia’ do som industrial Reprodução‘‘Industrial Nation’’: revista especializada no som industrial e afins mantém site na Internet Com suas páginas internas impressas em papel jornal e em preto-e-branco (apenas a capa é colorida e impressa em cuchê), ‘‘Industrial Nation’’ - não obstante a modéstia de sua apresentação gráfica - é, seguramente, uma das melhores revistas norte-americanas dedicadas ao som industrial, pós-industrial, noise e afins. Só não afirmo que é a melhor porque a sua periodicidade não é lá muito confiável, e, por esse mesmo motivo, não me atrevo a sugerir ao leitor desta coluna que faça uma assinatura da publicação. Posso, no entanto, recomendar uma visita ao site da revista - http://www.industrialnation.com, que tem nos itens bands, labels e links os seus pontos fortes. Refletindo a postura editorial da IN - que, embora especializada em industrial, abre espaço para outros gêneros -, a relação de bandas e artistas disponível (em ordem alfabética) no site é bastante eclética, remetendo, por exemplo, às páginas de representantes do dark ambient (Lustmord, Black Tape for a Blue Girl, Love Spiral Downwards, entre outros), post-rock (Labradford e congêneres), eletrônica em suas várias modalidades (Howie B, Banco de Gala, Meat Beat Manifesto, Biopsy, Adam F, Front Line Assembly, Farmer’s Manual, Future Sound of London, Atom Heart, Moby e até o manjadíssimo Fatboy Slim), noise (Merzbow & cia.), gótico (Bauhaus, Love Is Colder Than Death), kraut-rock (Can, Faust) e experimental (Nocturnal Emissions, The Hafler Trio, Nurse With Wound). Ao todo, centenas de nomes, prevalecendo, é claro, aqueles ligados ao som industrial e seus desdobramentos (Throbbing Gristle, Einsturzende Neubauten, Test Department, Deutsche Nepal, Evil Toys, Ministry, Electric Hellfire Club e muito, muito mais). De quebra, vão aqui outros nomes que merecem ser clicados: Laibach (grupo de tecno marcial da Eslovênia que comparece na relação com três links), Martyn Bates (membro do Eyeless in Gaza que desenvolve interessantes trabalhos solo), Blackhouse (banda italiana cujos integrantes se autodenominam ‘‘industrialistas cristãos’’, ainda que o resultado seja uma barulheira diabólica), Lassique Bendhaus, Mentallo and the Fixer, Cabaret Voltaire, Legendary Pink Dots, Mortiis, Muslingauze, Numb, Vidna Obmana, Nitzer Ebb, Negativeland, Current 93, Front 242 (com nada menos que oito links) e Vampire Rodents (banda na linha cyber-industrial que incorpora elementos da música clássica, num mix bastante criativo). O item labels oferece uma boa lista de pequenos selos que, heroicamente, continuam apostando na inventividade sonora e, por isso mesmo, são ignorados pelas publicações de grande circulação. A seção de links, por sua vez, traz excelentes dicas de emissoras de rádio disponíveis na Internet, organizações voltadas ao som industrial, gótico, noise e música eletrônica, e, ainda, uma extensa relação de online magazines e web zines de várias partes do mundo (incluindo um ‘‘Industrial Music Digest’’ editado na Rússia e um arquivo da magnífica - e, infelizmente, extinta - revista ‘‘EST’’). Para finalizar, duas curiosidades: - O primeiro número da ‘‘Industrial Nation’’, editado pelo idealista Paul A.Valerio e lançado em junho de 1991, teve a ridícula tiragem de 100 exemplares. Essa tiragem foi aumentando de edição para edição, até chegar, ultimamente, à casa dos 13 mil exemplares. - No site da revista é possível localizar, na seção de links, uma página dedicada aos piercings genitais do pioneiro do som industrial Genesis P-Orridge. A quem interessar possa.