Mestre do cavaquinho, Waldir Azevedo (1923-1980) colocou o instrumento em posição de destaque ao executá-lo em solos e não apenas como acompanhamento nas rodas de choro que aconteciam na década de 1950, no Rio de Janeiro. Além de exímio instrumentista, o músico foi autor de várias composições de sucesso, incluindo "Brasileirinho" e "Delicado" - dois clássicos que atravessam gerações. Essas e outras música assinadas pelo artista que completaria 100 anos de idade em 2023 estão reunidas no álbum “Waldir Azevedo - o mestre do cavaquinho”, gravado pelo bandolinista Déo Rian, que arregimentou um sexteto de cordas e percussão para gravar 17 temas do compositor carioca. Editado pela gravadora Biscoito Fino, o disco já está disponível nas plataformas digitais.

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A riqueza da obra de Waldir Azevedo e seu estilo único de tocar provaram que a música instrumental de qualidade é capaz de alcançar sucesso popular, e que o cavaquinho, instrumento visto como limitado, pode assumir o papel de protagonista. Seus maiores sucessos, incluídos neste registro, foram compostos nas décadas de 1940 e 1950. “Brasileirinho”, abre-alas da carreira do músico, alcançou sucesso imediato. Outro grande clássico de Waldir, “Delicado” foi lançado no final de 1950 e tornou-se um dos discos em 78 rotações mais vendidos de 1951. O terceiro grande sucesso do compositor carioca, nascido no bairro da Piedade, foi “Pedacinhos do Céu”, também de 1951: o tema foi feito em homenagem às filhas, então com 6 e 3 anos de idade.

Waldir Azevedo em foto de 1955: músico colocou o cavaquinho em posição de destaque  e compôs va´rias músicas de sucesso como "Brasileirinho"
Waldir Azevedo em foto de 1955: músico colocou o cavaquinho em posição de destaque e compôs va´rias músicas de sucesso como "Brasileirinho" | Foto: Folhapress

Waldir Azevedo deixou cerca de 160 composições e uma extensa discografia. Suas obras seguem sendo gravadas por novas gerações e o sucesso internacional da obra de Waldir Azevedo permanece intocável até os dias de hoje, nos quatro cantos do mundo. No tributo intitulado “Waldir Azevedo - o mestre do cavaquinho”, Déo Rian (bandolim) se juntou ao grupo formado por Valmar de Amorim, Marcio de Almeida (cavaquinho solo), Bruno Rian (bandolim), André Bellieny (violão 7 cordas) e Darly Guimarães (pandeiro) para registrar temas como “Vê se gostas”, “Cinema Mudo”, “Contraste” e “Flor do Cerrado”, entre outros. Produzido pela Todamérica, editora musical criada há quase sete décadas, na qual o mestre do chorinho editou seus sucessos, o projeto resgata a riqueza das composições homenageado em registros instrumentais, seguindo as partituras originais do compositor.

Déo Rian começou com o cavaquinho aos cinco anos de idade, instrumento que trocaria pelo bandolim. Exímio bandolinista, passou a integrar o lendário Conjunto Época de Ouro depois da morte de Jacob do Bandolim, em 1969. Depois de participar do histórico espetáculo “Sarau”, com Paulinho da Viola, Época de Ouro e Sergio Cabral, Déo Rian formou seu próprio conjunto, o “Noites Cariocas”, em 1977. Um dos mais conceituados solistas do país, Déo Rian já se apresentou em inúmeros países, entre eles o Japão; gravou com incontáveis artistas, incluindo um álbum com Raphael Rabello.

Serviço:

Álbum “Waldir Azevedo - o mestre do cavaquinho”

Artista - Déo Rian

Gravadora – Biscoito Fino

*Disponível nas plataformas digitais

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