Ushuaia, cenário de contemplação
PUBLICAÇÃO
domingo, 04 de março de 2001
Da Redação
Ushuaia é uma simpática cidade portuária, situada na baía do mesmo nome, em pleno Canal de Beagle, onde essa combinação de montanhas, glaciares, bosques e águas salgadas criam um perfeito cenário de contemplação. No inverno, tem luz por apenas cinco horas do dia; no verão, o sol quase espera a meia-noite para se pôr. Isso facilita os passeios pelo Parque Nacional de Tierra del Fuego, por trilhas ou estradas que percorrem seus recantos naturais, expondo a riqueza de sua flora e fauna. É curioso apreciar o trabalho dos castores, introduzidos na região e considerados predadores, mas que não deixam de se mostrar surpreendentes.
Na baía Lapataia, no interior do Parque, se encerra a Ruta Nacional 3, da Argentina, após ter cruzado mais de 3 mil quilômetros na direção austral. No parque, há um passeio no Tren del Fin del Mundo (antigo Tren de los Presos), conduzido por uma locomotiva a vapor, que percorre 14 km em 2,15h, por entre rios, cascatas, montanhas e bosques. Na cidade, há que subir os Montes Martial: a 7 km do centro, um pequeno teleférico (aerosillas) conduz a um fantástico mirante e ao início de caminhadas por entre glaciares, num percurso de subida que oferece as mais inesquecíveis vistas panorâmicas da cidade, do Canal de Beagle e das ilhas chilenas Navarino e Hoste.
Mais recentemente, Ushuaia vem se colocando no circuito nacional de esqui. Há centros invernais dispostos nas imediações da cidade e a melhor época para o esporte são os meses de outubro e novembro, quando os dias começam a oferecer mais tempo de claridade. Além da beleza natural, Ushuaia dispõe de um centro comercial rico para quem busca objetos, publicações e recordações da Patagônia e Terra do Fogo. Mas o que mais atrai em Ushuaia são as histórias e mitos. Cada morador ou cada passageiro tem um conto pronto para ser escrito. São aventuras de quem navega ou recebe e ouve navegantes. Falam de mares revoltos, da fúria do Cabo de Horn, de naufrágios, da imensidão do Pólo Sul. Ao mesmo tempo, convidam a repetir o feito, a desafiar o vento, a buscar a Antártida.
