Poeta, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata: a trajetória múltipla de Vinicius de Moraes (1913-1980) atravessa os mais diversos ambientes culturais e intelectuais
Poeta, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata: a trajetória múltipla de Vinicius de Moraes (1913-1980) atravessa os mais diversos ambientes culturais e intelectuais | Foto: Acervo UH/Folhapress

Poeta, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata carioca. A trajetória múltipla de Vinicius de Moraes (1913-1980) atravessa os mais diversos ambientes culturais e intelectuais – de Mãe Menininha do Gantois a Orson Welles, de Baden Powell a Pablo Neruda; passando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Ouro Preto, Montevidéu, Buenos Aires, Paris, Oxford e Los Angeles. A partir de agora, fãs da obra imortal do artista podem acessar pela internet mais de 11 mil documentos originais escritos por ele, incluindo poemas, textos em prosa, letras de música, peças, cartas e roteiros.

Doado pela família do poeta a partir da década de 1980, o acervo do poeta pertence ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Em 1992, o arquivo ficou disponível para consulta pública na mesma instituição. Considerando a relevância de preservar a memória da cultura brasileira e de garantir acessibilidade a um número ilimitado de pesquisadores, professores, escritores, músicos, artistas e do público em geral, a VM Cultural lançou na semana passada um site (http://acervo.viniciusdemoraes.com.br) onde é possível acessar milhares de documentos originais que foram digitalizados. O Acervo Digital Vinicius de Moraes tem patrocínio do Ministério do Turismo e do Itaú, com realização da VM Cultural.

Com idealização e coordenação de Julia Moraes e coordenação técnica e design de Marcus Moraes, respectivamente neta e sobrinho-neto de Vinicius, o Acervo Digital Vinicius de Moraes surgiu do desejo de preservar digitalmente o arquivo, incentivar a pesquisa e democratizar o acesso à obra do poeta. Antes de ser doado ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, o acervo estava na casa da família do poeta, na Gávea, bairro da Zona Sul carioca, onde foi bem cuidado por suas irmãs Lygia e Laetitia de Moraes.

São 6 mil registros que contemplam mais de 11 mil documentos originais, entre manuscritos e datiloscritos, totalizando mais de 34 mil imagens digitalizadas. Marcus Moraes destaca a importância do projeto, que segue a tendência dos grandes acervos digitais nacionais e internacionais. “Estamos preservando esse material de qualquer problema físico e dando acesso gratuito à informação.”

“Do ponto de vista de quem quer entender os processos literário e criativo, o acervo é muito rico. É um mapa da criação. Não são só acertos, ali estão os erros também. Acredito que isso valorize todos os artistas”, avalia Julia Moraes. Para Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, não existe inovação sem conservação. “Sem constituirmos a memória do passado, não se estabelecem novas fronteiras, conhecimentos ou saberes”, defende.

O acervo está dividido em três grandes séries: Correspondências, Produção Intelectual e Documentos Diversos. Na série Correspondências, há cartas, cartões e telegramas de renomados nomes da literatura, da música e do cinema do Brasil e do mundo; além de missivas com políticos, familiares, amigos e editoras. Entre eles, Orson Welles, Pablo Neruda e até uma carta de Charles Chaplin. A série Produção Intelectual traz poesias, textos em prosa, artigos, peças, letras de música, shows, roteiros de cinema, discursos, entrevistas e traduções.

Imagem ilustrativa da imagem Um passeio virtual pela obra do "Poetinha "
| Foto: Divulgação

Na área musical, são mais de 260 letras. Em Documentos Diversos, há folhetos, cadernos de anotações, cartões de visita, convites e documentos importantes para o estabelecimento da história do cinema no Brasil. Há um dossiê sobre a criação do Instituto Nacional do Cinema, além de relatórios sobre os festivais internacionais de cinema e atas das reuniões do Primeiro Festival Internacional de Cinema no Brasil.

Receba nossas notícias direto no seu celular, envie, também, suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL11