Inédita e online, a exposição Londrina Sonora é um convite e tanto para quem aprecia história, fotografia e as artes de uma maneira geral. Por meio de um passeio auditivo, o convidado é atraído a conhecer a Londrina da década de 30, bem como saber quais eram os sons que permeavam a escuta dos nossos povos originários e das pessoas que aqui chegavam.

Nos seus 86 anos, Londrina ainda guarda reminiscências da época de sua fundação. Aliando pesquisa história, fotografia e composição musical em som binaural - o famoso som 3D - a exposição "Londrina Sonora" retrata mais precisamente o período que vai de 1930 até 1939. As composições que integram o Londrina Sonora são assinadas por Erisla Pastore e Daniel Simitan, que trabalharam com a reprodução dos sons binaurais através de um programa específico. Em tempos de pandemia, a exposição, antes planejada para ocupar diversos espaços londrinenses, agora será inteiramente online, em site que foi criado especialmente para abrigá-la. “Utilizamos essa técnica, o famoso som 3D, para trazer novas perspectivas e nuances para essa história”, conta Erisla, uma das criadoras do projeto.

Cenas e personagens do cotidiano estão na exposição " Londrina Sonora"
Cenas e personagens do cotidiano estão na exposição " Londrina Sonora" | Foto: Acervo: Museu Histórico Padre Carlos Weiss

Ao abordar a história de Londrina, somos frequentemente levados a imaginar e a pensar na vinda dos colonizadores ingleses e no loteamento feito pela Companhia de Terras Norte do Paraná. A exposição, por sua vez, busca ressignificar a história contada a partir desse ponto de vista, trazendo novas perspectivas. A equipe do projeto participou de minuciosa pesquisa em busca de imagens, fotografias e documentos que retratassem o período em questão. “Será mesmo que o Norte do Paraná era vazio e sem forma e somente a partir desse ponto é que começamos a “existir”?”, indaga Calebe Viana, historiador que integra o projeto. Além de Calebe, a equipe multidisciplinar é composta por Erisla Pastore e Daniel Simitan (já citados), pelo fotógrafo Rei Santos, pela designer Camila Wiechert, pela produtora Laís Iracema e também conta com a jornalista Maria Eduarda Oliveira.

Colheitas: imagem histórica e afetiva da região de Londrina
Colheitas: imagem histórica e afetiva da região de Londrina | Foto: Acervo: Museu Histórico Padre Carlos Weiss

Após a pesquisa, foram escolhidas 30 fotografias e cada uma delas ganhou composições de paisagens sonoras e todas são reproduzidas a partir da técnica de reprodução de sons binaurais. De acordo com os pesquisadores, o som binaural, ou som 3D, é um processo de gravação no qual é simulada a espacialização sonora do espectador. O projeto conta com o patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC) e apoio do Museu Histórico de Londrina.

Londrina: pujante e irreconhecível

A imagem emblemática da construção da ponte sobre o rio Tibagi
A imagem emblemática da construção da ponte sobre o rio Tibagi | Foto: Acervo: Museu Histórico Padre Carlos Weiss

Em um trecho do conteúdo, conta-se: "A natureza se encontrou com o homem e o homem com ela. Desse encontro, nasce Londrina. A partir de uma planta que vimos no começo dessa exposição chegamos a última foto, a cena de uma mata fechada e viva, ordenada e silenciosa - de sua maneira - em seu próprio caos. Partimos de um mundo natural, sonoro, para uma cidade, loteada, formatada com novas caras e novos sons.

Quem imaginaria, em 1934, que aquele pequeno conjunto de casas daria origem a imensos prédios? Trocamos algumas coisas por outras, julgando serem mais valiosas. Competimos para produzir, construir e acumular cada vez mais. Até quando e a que preço? O som também está nesta competição e ela se tornou tão grande que o silêncio está quase extinto. Você já pensou na transformação sonora ao longo da sua vida? Quais os sons que você escutava na infância que hoje não escuta mais? O som da modernidade cada vez mais intrínseco ao nosso sistema. Acabaremos isolados em nosso próprio ruído?", questionam os autores.

Sobre a criadora do projeto

Erisla Pastore : uma das idealizadoras da mostra
Erisla Pastore : uma das idealizadoras da mostra | Foto: Rei Santos/ Divulgação

Graduada e pós-graduada em música pela Universidade Estadual de Londrina , Erisla Pastore atua como violinista, arranjadora e compositora. Participou da gravação do CD "Bichos, Cores e Outros Amores" (2013) e desde 2011 é assessora artística do Festival Internacional de Música de Londrina. No ano de 2019 fez arranjos para um concerto especial com clássicos do jazz e do blues para a Orquestra Acadêmica BRAVI. Além do "Londrina Sonora", ainda em 2020, orquestrou a trilha sonora original (composta por Daniel Simitan) do próximo longa-metragem do diretor Aly Muritiba e participa do projeto "Londrina em 4 Atos", que será lançado em breve.

Serviço:

Londrina Sonora - Exposição Iinédita Multissensorial Online

Passeio auditivo através de imagens de Londrina nos anos 30

Até 31 de maio de 2021

Classificação Etária: Livre

Preço: Gratuito

Para ver a exposição "Londrina Sonora" clique aqui