Um fotógrafo de respeito
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2005
Equipe da Folha
Curitiba De tanto ver o pai, Osvaldo Jansen, fotografar, o jovem Edison Jansen decidiu aprender o ofício. Começou a ir para redação do jornal que o pai trabalhava, em Curitiba, até conquistar o seu primeiro emprego na área, no extinto jornal Paraná Esportivo. Lá se vão mais de 40 anos de carreira. Atualmente aposentado, Jansen não quer mais saber do peso da máquina. ''Já fotografei muito, agora quero só pescar'', brinca. Um dos mais respeitados fotojornalistas do Paraná, Edison Jansen foi o primeiro paranaense a ganhar o Prêmio Esso de Fotografia, em 1968.
''Hoje em dia, ninguém mais consegue (o prêmio) sem retratar violência. Os fotógrafos que estão aí pensam que é fácil, mas fotografar é difícil, precisa de sensibilidade'', diz. Quando começou a carreira, Jansen lembra de outra dificuldade inerente à profissão 30, 40 anos atrás. ''O fotógrafo tinha que carregar um equipamento pesado. Só o flash pesava uns três quilos. Era um trambolho e pouca vezes tínhamos carro. Eu ia fotografar a pé ou de lambreta, equilibrando o equipamento'', conta.
Depois de fotografar muito jogo de futebol, no Paraná Esportivo, Jansen passou para o também extinto jornal A Última Hora, que fechou com a revolução política na década de 60. Trabalhou na comunicação do governo do Paraná na década seguinte e depois fez um ''tour'' por diversos jornais (e editorias) paranaenses, até se aposentar, há cinco anos. Ele revela que a editoria geral é a que mais o atrai, pelas inúmeras possibilidades que oferece. ''Mas em todas as editorias, o que o fotojornalismo precisa é de movimento'', ensina.
Quando fotografava para policial, por exemplo, Jansen evitava tirar fotos de presos ''no paredão'', e conta: ''Eu sempre pedia para o acusado arrumar o cabelo e quando ele ia arrumar eu batia a foto. Isso dava o movimento que o fotojornalismo necessita''. Movimento, paciência e sensibidade. O trinômio é fundamental para a profissão, conforme salienta Jansen. Para conseguir tirar a foto que conquistou o Prêmio Esso, por exemplo, ele ficou atento às notícias, foi para o local e esperou pacientemente o momento certo do clic. ''É claro, um pouco de sorte também ajuda'', revela. (K.M.P)