No que dependesse do pai, ele seria médico ou advogado, mas Mouhamed Harfouch escolheu mesmo ser ator. ''Foi amor à primeira vista. Subi no palco, vi a platéia e descobri o que queria fazer pelo resto da vida'', lembra. Com 17 anos de carreira, é com o poligâmico Farid, de ''Cordel Encantado'', que Mouhamed começa a desfrutar do reconhecimento do público. ''Me param nas ruas, xingam, dão conselhos'', diverte-se. Na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes, seu personagem tem de se dividir para dar conta de Bartira, de Andréia Horta, Neusa, de Heloísa Périssé, e Penélope, de Paula Burlamaqui. ''Na cultura dele é assim, os homens se casam com mais de uma mulher. A primeira impressão que tive é que ele era um mulherengo, mas não é. Ele ama as mulheres dele e só tem olhos para elas'', defende.
Cria do teatro, de onde acredita ter desenvolvido sua disciplina de trabalho, o ator estreou na televisão em 1996, no extinto ''Você Decide''. E também participou de novelas como ''Pé na Jaca'' e seriados como ''Guerra e Paz''. O trabalho na atual novela das seis marca o segundo encontro de Mouhamed com as autoras de ''Cordel Encantado''. O primeiro foi em ''Cama de Gato'', de 2009. ''Logo que acabou, elas me convidaram para fazer o Farid'', conta o carioca com fortes traços árabes. Além das três mulheres, o personagem também concilia três profissões: barbeiro, dentista e músico, o que levou o ator a aprender um pouco de cada função. ''Foi um longo processo de estudo, de composição. Tive de fazer aulas de extração de dentes, de montaria e de sanfona'', enumera.
Nome: Mouhamed Teixeira Harfouch.
Nascimento: Em 29 de outubro de 1977, no Rio de Janeiro.
O primeiro trabalho na tevê: No episódio ''O Meu Guri'', do ''Você Decide'', da Globo, em 1996.
Atuação inesquecível: Na peça ''Estação Baixo Gávea'', a primeira que fez. ''Foi o momento no qual senti o poder do ator no palco''.
Interpretação memorável: Lima Duarte como Sinhozinho Malta, em ''Roque Santeiro'', de 1985.
Um momento marcante na carreira: O atual, com o Farid, de ''Cordel Encantado''.
Ao que assiste na tevê: Programas de entrevistas, seriados e esportes.
Ao que nunca assiste: Programas de vendas.
O que falta na televisão: Dramaturgia para crianças.
O que sobra na televisão: Filmes repetidos.
Ator: Tony Ramos.
Atriz: Glória Pires.
Se não fosse ator, seria: Advogado. ''Me formei em Direito, mas não exerço a profissão. Acho que tentaria levar adiante''.
Novela preferida: ''Vale Tudo'', de Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, exibida em 1988.
Que novela gostaria que fosse reprisada: ''Saramandaia'', de Dias Gomes, de 1976.
Vilão marcante: Beatriz Segall como Odete Roitman, em ''Vale Tudo''.
Melhor bordão da tevê: ''Tô certo ou tô errado?'', de Sinhozinho Malta, de ''Roque Santeiro''.
Filme: ''Quanto Mais Quente Melhor'', de Billy Wilder.
Livro de cabeceira: ''Os Irmãos Karamazov'', de Fiódor Dostoiévski.
Autor predileto: Fiódor Dostoiévski.
Diretor favorito: Woody Allen.
Vexame: Na peça ''Teen Lover''. ''Eu entrava só de toalha em cena, mas ela cobria tudo. Teve um dia que eu deixei a toalha cair e, como o espetáculo era feito em um Teatro de Arena, não podia abaixar para pegar. Foi constrangedor''.
Uma mania: ''Dedilhar o violão, sem tocar nenhuma música'' .
Um medo: ''Das cortinas fecharem e a gente partir para outro plano''.
Projeto: ''Montar dois espetáculos, previstos para janeiro de 2012''.
''Cordel Encantado'' - Globo - Segunda a sábado, às 18h.