Uma turnê. 12 mil quilômetros rodados por 22 cidades de 15 estados do Brasil. Uma longa jornada assim pode soar como algo normal na vida de artistas, mas ganhou um toque especial com o trio londrinense Hellway Patrol: todo o trajeto foi percorrido dentro de uma ambulância.

Para divulgar o álbum de estreia ‘’All Myth Shall Fall’’ (2022), junto da banda Manger Cadavre e de maneira independente os músicos apresentaram mistura dos gêneros Trash, Heavy e Stoner metal por cidades de diferentes expressões culturais como São Bernardo do Campo (SP), Itauna (MG), Brasília (DF), Arapiraca (AL) e São Luís (MA).

O trio começou em 2017 e é composto por Ricardo Pigatto (vocal e baixo), Thiago Franzim (guitarra e backing vocals) e Netto Pavão (bateria e backing vocals). Mas, por uma situação pessoal de Pavão, na turnê a bateria ficou por conta de Douglas Labigalini.

O trio se apresentou em São Luís (MA), uma das 22 cidades do tour
O trio se apresentou em São Luís (MA), uma das 22 cidades do tour | Foto: Divulgação/Nata Lima

Mas de onde surgiu a inusitada ideia de fazer da ambulância um ''bus tour''? Segundo Ricardo Pigatto, vocalista e baixista do trio, os valores de transporte aéreo e até mesmo locar vans ou ônibus tornam impraticáveis turnês de artistas independentes. Então, influenciado pelo tédio do isolamento social e pelo espírito do ‘’faça você mesmo’’, decidiu comprar uma ambulância velha para voltar às atividades musicais. Foram dois anos de constantes reformas até que, aos 45 do segundo tempo, o carro ficou pronto o suficiente para dar início, no dia 15 de julho, à nova experiência."

Foram vários os desafios presentes na jornada. O primeiro foi manter a boa convivência entre os integrantes das duas bandas por tantos dias, em condições tão diferentes do habitual. Outro desafio foi a condição das estradas no interior do país: Pigatto conta que dirigiu a maior parte do percurso em caminhos de pista simples, e por conta das difíceis rodovias não era possível passar dos 60km/h.

Mas a mais marcante adversidade ocorreu no meio da turnê, quando em um momento de folga, o baterista Douglas desenvolveu uma infecção alimentar e precisou ser internado por três dias em um hospital do Recife (PE). Os médicos não o liberaram para seguir estrada, Douglas pegou um avião e voltou para Londrina. E, por um momento, a banda ficou sem rumo. Até que conheceram Raone, baterista recifense que se disponibilizou à ajudar: aprendeu as músicas em dois dias e integrou a trupe da ambulância.

Ainda com os desafios, Pigatto celebra a jornada: ''foi uma grande experiência, nos pontos positivos e negativos''. Ele já tinha participado de outras turnês pela América Latina e pelo Brasil, e comenta satisfação voltar ao norte e nordeste depois de 16 anos. ''O público de lá é aberto, são fãs da música e da cultura. Embora se questione se existe rock por lá: existe!'', destaca.

O encerramento da turnê ocorre com show em Londrina, cidade onde foi dada a largada da aventura, no domingo (09).

SERVIÇO

Show de encerramento da turnê

Onde: Volts Bar (Rua Lucílio de Held, 161 - Jd. Coliseu)

Quando: domingo (09) às 17h

Ingressos: R$20 antecipadamente pelo Sympla e R$30 na portaria do evento

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