São Paulo - Tina Turner, morta na quarta-feira (24), se chamava Anna Mae Bullock quando nasceu. Ela mudou de nome a contragosto, no início da sua carreira, por causa de Ike Turner, que na época ainda era seu marido.

Turner contou à Oprah Winfrey em 2013 que a mudança ocorreu sem o seu consentimento após ela gravar a música "A Fool In Love", em 1960.

"O problema de Ike era que ele sempre quis ser uma estrela. Então mudou o nome para Ike e o meu para Tina, que era um nome feito por ele. Foi patenteado para que ele pudesse ser meu dono", afirmou a cantora em entrevista à apresentadora. A ideia de Ike era que, se Turner deixasse a banda deles, ele poderia substituí-la e continuar usando o nome.

O casamento de Turner e Ike foi marcado por violência e controle desde o princípio. Além de bater na cantora, Ike tinha o costume de traí-la, praticar sexo violento e não consensual e de obrigá-la a cantar mesmo que a artista não estivesse se sentindo bem.

SEGUNDO CASAMENTO

Tina Turner se casou pela segunda vez em 2013, aos 73 anos, com o alemão Erwin Bach, com quem namorava há 27 anos. A cantora escolheu um visual nada tradicional para a ocasião: um vestido preto e verde.

Ela explicou a decisão de usar a peça, que viu pela primeira vez em um desfile da grife Giorgio Armani em Pequim.

"Eu pensei: 'Preciso ter esse vestido, mesmo que eu nunca o vista'. Então, eu pensei: 'Já sei, esse vai ser meu vestido de casamento!'", contou, em entrevista à revista britânica Hello!.

O vestido foi incrementado com cristais Swarovski e combinado com uma sandália de tiras transparentes.

Na ocasião, Tina também pediu que as convidadas vestissem branco e os convidados, trajes de gala. Entre os presentes estavam a apresentadora Oprah Winfrey e o cantor Bryan Adams.

A cerimônia aconteceu na mansão do casal na Suíça, o Chateau Algonquin. Apesar de ser budista desde os anos 70, Tina optou por uma cerimônia "tradicionalmente americana, mas com toques pessoais".

ERWIN BACH SALVOU VIDA DE TINA

Tina Turner e Erwin Bach se conheceram em 1985, no Aeroporto de Düsseldorf, na Alemanha. Ele, que era um executivo da indústria da música, estava lá para recebê-la. "Aquele simples primeiro encontro levou a um longo e lindo relacionamento e meu único e verdadeiro casamento", disse ela, em sua autobiografia.

Bach tinha 30 anos, e Turner 47.

Em 2016, Bach doou um rim para Tina Turner. A cantora havia sido diagnosticada com câncer de intestino e, após sofrer com efeitos colaterais do tratamento, buscou a homeopatia, o que piorou seu quadro. Ela disse que, com a doação, o marido lhe deu o "presente da vida".

RECORDE DE PÚBLICO NO MARACANÃ

A cantora não ficou conhecida como a rainha do rock 'n' roll à toa. Em uma das visitas ao Brasil, a cantora quebrou recorde de público ao se apresentar no Maracanã. O Guinness World Records registrou que a artista estabeleceu o recorde mundial para a "maior participação paga em um show para um artista solo" com 188 mil pessoas ocupando o estádio carioca em 1988. Ela superou Frank Sinatra, que tocou para 170 mil pessoas oito anos antes no mesmo local.

ELA FALOU DO FUNERAL

Tina Turner teria planejado o próprio funeral. Ela queria que ele fosse maior do que o de Aretha Franklin, com quem teve uma rivalidade musical e pessoal a partir dos anos 1970. A disputa começou com rumores de que Franklin teria tido um caso com o primeiro marido de Tina, Ike Turner, antes do divórcio do casal, em 1978. "Tina quer que o seu seja o maior funeral da história da cultura pop ", disse uma fonte ao site RadarOnline em 2018, ano em que Aretha morreu. O custo de seu funeral foi estimado em cerca de US$ 300 mil (cerca de R$ 1,5 milhão).