Dos mesmos organizadores do Rock In Rio, o festival The Town estreou no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no dia 2 de setembro, com headliners poderosos como Bruno Mars, Foo Fighters, Demi Lovato, Maroon 5 e outros. Confira aqui a line-up do festival

Apesar da alta expectativa em relação ao evento, que passou credibilidade por sua associação ao Rock In Rio, a experiência não agradou a maior parte do público. O The Town é alvo de críticas desde o primeiro dia, e apesar da melhoria na organização em relação aos dias 2 e 3 de setembro, o grande vilão do festival foi a estrutura.

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Era nítido que a disposição dos palcos buscou agradar mais os patrocinadores do The Town do que o próprio público. Estandes das marcas parceiras estavam por todos os lados, atrapalhavam o fluxo de pessoas e obstruíam a visão dos palcos. Além disso, os palcos, que eram cinco, não estavam bem localizados.

O palco Skyline, onde as atrações principais se apresentaram, estava em aclive em relação à plateia, ou seja, a pessoa que estava na frente obstruía a visão de quem estava atrás. Assim, no sábado (9), se formou uma aglomeração desnecessária do público que foi prestigiar o Foo Fighters, destaque do dia. O advogado João Vitor Meirelles, de 23 anos, foi ao The Town para ver os ídolos. "O festival estava lindo, mas a logística do evento não comportou o público, era impossível se movimentar no palco principal", afirmou.

Fila para sair do autódromo, após o show do Foo Fighters
Fila para sair do autódromo, após o show do Foo Fighters | Foto: Rael Fernandes Martins/ Divulgação

Foram sete horas em pé, das 16h até as 23h, guardando seu lugar na aglomeração com a falsa esperança de poder ver, pelo menos de longe, um pouco da sua banda favorita. Mesmo com o local privilegiado, não foi possível assistir à apresentação sem o auxílio dos telões, que não eram tão grandes em comparação com o público.

Para quem não teve a disposição de lutar por um lugar próximo ao palco, ou até para quem queria ver outros shows em outros palcos - que é a proposta de um festival - sobrou o fundo, que era tão distante da banda, que se juntava com o público do palco The One. Dessa forma, não havia fluxo de pessoas após as 18h.

As filas também não deixaram a desejar na desorganização. Comer, beber água ou ir ao banheiro em menos de uma hora, na parte da noite, parecia impossível. Da mesma forma que as filas para deixar o Autódromo assustavam e não seguiam uma boa lógica. Por conta da disposição dos palcos e estandes, era necessário percorrer quase metade do autódromo todo até os portões de saída, que estavam congestionados.

FOO FIGHTERS

Apesar disso, o Foo Fighters conseguiu aproveitar cada segundo das 2h20 de apresentação. O público vibrou e se emocionou com a banda, que performou pela primeira vez no Brasil após a morte de Taylor Hawkings, o então baterista do grupo. Josh Freese foi apresentado com carinho como o novo baterista, e foi ovacionado pela multidão. João Vitor ainda declara que se emocionou; "O Foo Fighters fez o festival valer a pena, o público cantou todas as músicas, foi muito emocionante".

Supervisão: Célia Musilli/ Editora