The Cringes: conflito de gerações com muito humor
Humoristas paranaenses se apresentam juntos nesta quinta-feira no Balangandã Comedy Club, em Londrina
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Humoristas paranaenses se apresentam juntos nesta quinta-feira no Balangandã Comedy Club, em Londrina
Tamiris Anunciação/ Especial para a FOLHA
Márcio Américo e Fernando Borghi são humoristas consolidados na cena cultural da comédia brasileira. Márcio é natural de Londrina e Fernando de Arapongas. Os dois se conhecem há 20 anos e durante um reencontro no show do humorista Afonso Padilha, conversaram e tiveram a ideia do show em dupla, The Cringes.
O show será nesta quinta-feira (12) no Balangandã Comedy Club, a primeira casa de comédia londrinense que neste mês completa 1 ano de atividades. “The Cringes é uma brincadeira com esse termo que ganhou as redes sociais. Cringe é a ressurreição do cafona, mas só os velhos se preocupam com isso”, explica Márcio Américo.
A proposta do show é trazer para o palco os conflitos culturais entre gerações, assim como falar sobre as suas próprias gerações. “Quando as pessoas se predispõem a ouvir um comediante como eu, elas vão ouvir piadas sobre pedra no rim, queda de cabelo, essas coisas,” brinca Fernando Borghi.
O público que for ao show da dupla de humoristas paranaenses, além de dar muitas risadas. Estará prestigiando grandes artistas com histórias e trajetórias marcadas pelo amor à arte e à comédia.
Está tendo isso no Brasil?
Márcio Américo começou a fazer comédia na rádio Folha, com esquetes de humor, na década de 90. “Em Londrina teve um movimento teatral muito forte, principalmente através do festival de teatro que conseguia catalisar as pessoas que faziam teatro aqui de Londrina, mas ninguém desenvolvia humor especificamente. Até que eu e o ator Lázaro Câmara começamos a fazer humor na rádio Folha”, destaca o humorista.
A partir desta primeira experiência com arte voltada para a comédia, o londrinense passou a desenvolver espetáculos de comédia, até que, por acidente, conheceu o Stand-Up comedy. “Eu conhecia o gênero, mas não sabia que no Brasil estava tendo um renascimento do gênero. O stand-up no Brasil é antigo, ele remonta o Cassino da Urca, onde grande Otelo fazia isso, Oscarito, Dercy Gonçalves, Alvarenga e Ranchinho, muita gente fazia Stand-up”, explica.
O primeiro contato com este novo formato de se fazer Stand-Up veio por acaso, durante uma pesquisa no google para um novo monólogo. “Eu estava pesquisando monólogos para ter ideias, aí começaram a aparecer esses comediantes: Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Marcela Leal, Oscar Filho, foram os primeiros que eu vi. Eu olhei e pensei: ‘está tendo isso no Brasil?’”.
O artista quis de imediato, trazer o Stand-up para Londrina, e foi o responsável pela primeira noite de Stand-up em Londrina no Cemitério de Automóveis com casa lotada, “a primeira vez que eu subi no palco para fazer stand-up, eu fiz um solo de 1 hora, então quando cheguei a São Paulo, eu já estava preparado.”
Além dos shows de Stand-Up, Márcio Américo também é escritor e ator. Atuou em séries e filmes de sucesso, além de ter seu livro Meninos de Kichute, ambientado na Vila Nova de Londrina, onde nasceu e foi criado, adaptado para o cinema.
Lugar de comediante é no palco
Fernando Borghi, assim como Márcio Américo, foi pioneiro na cena da comédia de onde morava, em Arapongas, e antes de conhecer o Stand-up já o fazia e fazia humor. “A comédia para mim é uma extensão da minha pessoa,” destaca Fernando Borghi.
A comédia na vida do artista começou naturalmente entretendo amigos, familiares, sempre com o objetivo simples de fazer o outro rir. Mas a primeira experiência em um palco foi por meio do teatro amador. Fernando Borghi havia escrito uma peça, onde um dos personagens era mais bem humorado, com um viés voltado para a comédia, justamente o ator que iria interpretar este personagem acabou desistindo e Fernando Borghi, por saber todas as falas, entrou para substituí-lo. “Toda vez que eu falava, o público ria”, completa.
Já o Stand-up especificamente, surgiu ainda mais naturalmente. Para divulgar uma peça de teatro, o humorista havia espalhado pela avenida de sua cidade algumas placas de madeira convidando o público para o show. Uma das placas foi colocada em frente a um banco. O gerente da época, assim que viu a placa, a retirou de lá. Vendo que a placa não estava mais lá, Fernando Borgui voltou a posicioná-lo no mesmo lugar. A disputa com o gerente do banco rendeu um texto de cinco minutos antes do espetáculo.
A comédia virou profissão quando o humorista percebeu que o seu trabalho como artista tomava mais tempo do que seu trabalho formal. “Lugar de comediante é no palco e a função da plateia é rir,” pontua Fernando Borghi.
Durante 8 anos Fernando Borghi desenvolveu um show de comédia em Apucarana, chamado Zombaria, por lá passaram mais de 100 comediantes e mais de 60 mil pessoas. O artista contabiliza três shows de Stand Up solo na carreira , já se apresentou nos principais palcos de comédia do Brasil, participou de programas de televisão, filmes e tem três livros.
SERVIÇO
Show de Stand-Up The Cringes
Data: quinta (12), às 20h
Local: Balangandã Comedy Club
Ingressos disponíveis aqui
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1