"Sou mãe, dona de casa, estou em obra, vou fazer uma mudança, mas está tudo maravilhoso!", resume a atriz sobre seu atual momento
"Sou mãe, dona de casa, estou em obra, vou fazer uma mudança, mas está tudo maravilhoso!", resume a atriz sobre seu atual momento | Foto: João Cotta/Globo



A luz de Giovanna Antonelli guia os caminhos de Luzia, personagem que a atriz interpreta em 'Segundo Sol', novela das 21h da Globo. A atriz quer passar longe do estereótipo da mocinha chorona e mostrar a força da marisqueira, que enfrenta tantas adversidades e volta dezoito anos depois ao Brasil como a DJ Ariella. O objetivo principal da mulher é reunir os filhos Ícaro (Chay Suede) e Manuela (Luisa Arraes). Entretanto, no meio do caminho, descobre que Beto (Emilio Dantas) e o caçula, Valentim (Danilo Mesquita), não morreram como Karola (Deborah Secco) a convenceu.

Na entrevista a seguir, a carioca de 42 anos fala sobre o sofrimento de Luzia, da relação da personagem com os filhos, de como se sentiria se passasse por algo parecido e da ligação da heroína da trama com a música. Além disso, a atriz conta se já teve uma segunda chance; admite que continua dando pitaco no figurino e da satisfação que sente quando vê peças que ela usou caindo no gosto das pessoas e, consequentemente, sendo vendidas em comércios populares. Fora isso, Giovanna comemora o sucesso nos negócios e nega ida definitiva para Portugal.


Depois de tantas perdas, a Luzia se torna uma mulher sofrida em 'Segundo Sol'?

Não, a Luzia é viva, tem brilho, luz! Estou botando todas as minhas lágrimas pra fora, não guardei nada. É uma novela muito densa, que fala sobre relação de família, de resgate. Está sendo muito emocionante, sabe? Novelão mesmo! João Emanuel Carneiro (autor) está inspiradíssimo.


Essa retomada da relação com os filhos será complicada?

Sim, porque os filhos não têm noção do que aconteceu, eram muito pequenos na época. Luzia é acusada de um crime que não cometeu. Ela acha que um filho morreu, que o Beto também está morto. É muita tragédia! Dezoito anos depois, quando ela volta, as crianças estão adultas e vivem com um resquício de um passado sem detalhes. Ela só tem coragem de retornar quando se sente forte para estar ali e consegue entrar no país com outro nome. Senão iria presa imediatamente.


Como você se sentiria no lugar da personagem?

Eu não faço ideia! Porque é muito difícil se colocar numa situação que não é a nossa, né? Então, a gente nunca sabe o que leva as pessoas a fazerem certas coisas. Esse negócio de julgamento, de me colocar em outro lugar, eu nunca me sinto nesse direito. Só a pessoa que está vivendo aquilo pode contar a sua história.

A música ajuda a Luzia a dar a volta por cima..

Sim, ela volta como DJ. A música é um fio condutor, porque Luzia não é uma cantora famosa, mas a música a ajudou a estravasar esse sentimento. Foi através disso que ela e o Groa (André Dias) levaram um pouco do Brasil para a Islândia. Eles sobreviveram e ela voltou para reencontrar os filhos dela.

A novela fala sobre ter uma segunda chance. Você já teve a sua?

Toda semana eu tenho uma segunda chance de ser melhor comigo, principalmente, com os meus filhos, com o meu trabalho! Tive milhões de momentos assim! Quem nunca? Quantas vezes a gente não está recomeçando como a fênix, vindo lá de baixo do poço por dentro. Não é externo não! Sempre estamos nos reconstruindo, reprogramando. É fundamental! Nunca tive nada que me traumatizou, mas tive momentos de frustração, de desgaste, de decepção como um ser humano.

Acha que todos têm essa segunda chance?

Sim, mas será que todos aproveitam? Acho que todos merecem uma nova oportunidade, mas resta saber o que você faz com a sua segunda chance.

Você está sempre lançando moda. Está dando ideias para a caracterização dessa personagem?

Todo dia eu tenho uma ideia. A Luzia na primeira fase é bem simples. A cara é limpa, não tem acessório, não tem nada, mas, quando ela volta da Islândia, vem com uma tendência street, que tem uma pegada bem Nova York. É tudo feito com uma base de calça jeans e são looks muito legais, versáteis. Foi uma ideia do Fernando Torquatto essa mudança radical do visual para essa passagem da Luzia. Aí o autor fala, o diretor também, o figurinista veio. É um trabalho de equipe e eu dou sempre pitaco. Não consigo ficar calada, mas tem toda uma etapa até chegar aqui pra gente.

Você gosta quando as roupas e acessórios de suas personagens chegam aos comércios populares?

Ah, eu gosto! Quando as minhas personagens chegam na (rua) 25 de Março (São Paulo) e no Saara (Rio de Janeiro) é o que me deixa mais feliz, porque ali é a boca do povo e a voz do povo é também a de Deus! Sou palpiteira, não trago nada meu, mas sempre dou ideias, pesquiso, mando fotos pras meninas falando: "Gente, podia achar isso que é a cara dela". Quanto mais a gente se apropria do personagem, mais o entende.

Antes da novela você passou um tempo em Portugal. Tinha ido para ficar definitivamente lá?

Passei férias. Fiquei três meses em Portugal e voltei em novembro do ano passado. Não tenho vida lá, minha vida é aqui. Não montei uma clínica em Portugal, eu tenho aqui 13, a GIOlaser. Eu fiz uma fusão com a Sorridents, passei férias e voltei. A gente quer expandir até o final do ano e triplicar a nossa rede. Além disso, tem lançamento de bolsa, de esmalte, de óculos, de chinelo, de suco. Tem vários projetos novos pra esse ano, filme, novela, tudo ao mesmo tempo. Sou mãe, dona de casa, estou em obra, vou fazer uma mudança, mas está tudo maravilhoso! Tranquila, meditando sempre e pensando positivo! Vamos focar no bom!

Você ficaria muito tempo longe do seu país?

Eu adoro viajar. Não sei... Eu sou feliz em qualquer lugar. Vou para onde a vida me levar. Óbvio que eu iria com a minha família para qualquer lugar. Sou aberta, não tenho nenhuma amarra