São Paulo - Autor de uma coleção de sucessos que agitam karaokês de norte a sul do Brasil, Tim Maia dividia as suas canções em dois grupos, as de "melar-cueca" e as de "esquentar-sovaco". Esse jeitão cômico de definir sua obra sintetiza bem a maneira como ele surge na nova série documental do Globoplay, "Vale Tudo com Tim Maia", que estreia nesta quarta (28), data em que o artista completaria 80 anos.

Dividida em três episódios, a série traz o próprio Tim narrando sua trajetória, quase sempre num tom bem-humorado, cheio de piadas a contar sobre suas dores e conquistas.

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Com direção de Nelson Motta e Renato Terra, este último colunista da Folha, a série mostra ainda como Tim Maia se tornou o pai do soul brasileiro e traz detalhes da composição de alguns dos seus maiores hits, que explodiram na década de 1970, mesclando R&B, funk, soul e MPB.

Nessa toada, há também comentários de Tim sobre o preconceito que teria sofrido por ir na contramão da bossa nova, numa estética agitada e suinguada, passando longe dos violões de calmaria e vocais suaves do movimento.

Outros episódios de preconceito que Tim teria sofrido também são mencionados pela série. Segundo o cantor, por ser negro e gordo, ele pouco atraía a atenção das mulheres, história bem diferente da vivida pelos seus amigos brancos e magros como Roberto Carlos e Erasmo Carlos, conta ele em entrevistas.

Um dos temas mais explorados pelos episódios é a fama do cantor de não comparecer a shows e programas de TV - e várias vezes, sem aviso prévio. Parte sutil da relação de Tim com drogas também surge na série.

Segundo Terra, a série é quase uma autobiografia, já que exibe somente falas do músico e, por isso, não faria sentido dar voz a outras pessoas.

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