Em reunião na semana passada, a cúpula da TV Globo chegou à conclusão que será inevitável um corte de pessoal e a extinção de alguns programas no final de 2001.
A queda de receita publicitária, que já tinha sido de 12% no primeiro semestre, deve ser maior nestes últimos seis meses de 2001. Para compensar, a emissora terá que atingir até o final do ano um corte de custos entre 15% e 20%. Como 70% dos custos da TV são fixos, centenas de funcionários poderão perder o emprego.
A direção da emissora também avalia a manutenção de artistas cujos contratos vencem em dezembro, como Angélica e Cazé. Programas ''pouco rentáveis'', como o ''Altas Horas'', correm o risco de sair do ar. Hoje, só as novelas, o ''Domingão do Faustão'' e os jornalísticos são ''altamente rentáveis''. A emissora estuda reduzir o número de diretores de núcleo (unidades de produção) dos atuais 23 para cerca de dez.
A Globo, que teve lucro operacional de US$ 48 milhões no primeiro semestre, teria lucrado apenas cerca de R$ 40 milhões em agosto e setembro. Isso seria insuficiente para pagar os juros da dívida da holding Globopar (que soma cerca de US$ 3,3 bilhões).
A TV, que antes se opunha à aprovação da abertura das empresas de comunicação ao capital estrangeiro, agora faz lobby a favor desse projeto - que poderia significar uma injeção de US$ 3 bilhões nos cofres da Globo.