Árvore símbolo das planícies africanas, o baobá pode viver centenas e centenas de anos. Forte, possui a capacidade de resistir às intempéries mais desafiadoras.

Na obra infantojuvenil “Uma Aventura do Velho Baobá”, a escritora recifense Inaldete Pinheiro de Andrade elege a árvore africana como símbolo de resistência das etnias negras espalhadas pelo mundo.

Com ilustrações de Ianah Maia, o livro narra a história de um velho baobá da savana africana que decide atravessar o oceano Atlântico para visitar parentes que viveram para o Brasil.

No oceano, conhece peixes, baleias, tubarões e tartarugas. Quando pisa em solo brasileiro encontra os baobás vivendo em diferentes situações.

Encontra um baobá vivendo no meio da cidade, aprisionado entre o concreto da calçada e os tijolos do muro. Encontra outra árvore vivendo na beira de um rio repleto lixo e entulho. Mas também encontra um baobá coberto de flores e abelhas.

E assim a velha árvore segue encontrando parentes que foram retirados da África para viverem em outro continente: “Um a um, os encontrou no meio do mato, nas praças. Uns com fendas profundas abertas nos troncos, outros com rabiscos escritos, raízes expostas e cortadas, galhos quebrados, cupim fazendo morada. Cada um contava sobre sua solidão. Existiam por insistência, às próprias custas, porque faz parte das suas histórias.”

Em “Uma Aventura do Velho Baobá” Inaldete Andrade realiza uma alegoria sobre a diáspora negra que retirou da África milhões de pessoas e as transformou em escravos durante a colonização do Brasil pelos portugueses. O baobá se converte em uma entidade ancestral que visita seus parentes distantes para resgatar as raízes culturais e ancestrais da população brasileira de origem negra.

Serviço:

Imagem ilustrativa da imagem Raízes ancestrais
| Foto: Reprodução

“Uma Aventura do Velho Baobá”

Autora – Inaldete Pinheiro de Andrade

Ilustrações – Ianah Maia

Editora – Pequena Zahar

Páginas – 32

Quanto – R$ 49,90

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