O projeto musical Serena, idealizado por Yuri Muller, lança seu primeiro álbum, "Parque das Ilusões", nesta sexta-feira (25). Com uma mistura de pop punk, riffs que remetem ao nu metal e elementos da música pop, o trabalho do artista cambeense propõe ao ouvinte um som que é nostálgico e, ao mesmo tempo, atual. Os três singles lançados previamente em abril, junho e agosto deste ano já somam mais de 80 mil visualizações no YouTube e quase 90 mil execuções no Spotify. O álbum completo já está disponível em todas as plataformas digitais.

Yuri Muller assumiu a gravação de todos os instrumentos, bem como a produção e mixagem das faixas. A partir disso, o projeto ganhou forma e membros londrinenses: o baterista Jacques Chiba (também integrante das bandas Wild Test e Scartrama) se juntou ao projeto em 2023, seguido pelo guitarrista e vocalista Renan Tonello (Gatos de Bordel, Crappy Jazz e Sarrrada) e o baixista Luís Lima, que ingressaram em 2024.

Segundo o músico, algumas dificuldades surgiram durante o processo criativo. “Foi um grande laboratório. Eu comecei criando riffs e melodias na guitarra, e por aí, já surgiam melodias para o vocal e algumas letras. Eu também já ia testando baixos e baterias nesse processo de composição, gravando umas demos, até escolher quais faixas entraram pro álbum e que seriam produzidas pra valer.”, conta Muller.

Serena:  o primeiro álbum, Parque de Ilusões, foi gravado em Cambé e conta com 13 faixas
Serena: o primeiro álbum, Parque de Ilusões, foi gravado em Cambé e conta com 13 faixas | Foto: Divulgação

‘PARQUE DAS ILUSÕES’

O álbum “Parque das Ilusões”, gravado em Cambé (RML), foi desenvolvido ao longo de um período marcado por decisões e adaptações, com mudanças até mesmo sobre quem assumiria os vocais, que hoje são divididos entre Muller e Tonello. Para o idealizador, “Serena ainda é uma metamorfose e segue em processo de evolução”.

O título reflete os temas e conflitos abordados nas letras, lembrando, segundo a banda, um parque de diversões onde as atrações, na verdade, são as ilusões que marcam presença. Alternando entre momentos introspectivos e a intensidade das guitarras, as letras cutucam temas como relacionamentos falhos e falta de reciprocidade (são exemplos, “Castelo de Trevas” e “Mais um Dia”), a sensação de seguir caminhos indesejados, mas necessários (“Perto do Fim”), solidão e autoestima (“Contramão”), e autossabotagem (“Caos”), entre outros conflitos internos.

Em meio às 13 faixas, o álbum traz também uma nova versão de "Ruínas", originalmente composta com o baixista Silva Leonel para o Crappy Jazz, seu projeto anterior. “Essa é uma das minhas músicas favoritas do Crappy Jazz e uma das primeiras que compus em português. A banda tem um lugar especial no meu coração, e quis dar a ela uma nova versão no Serena como uma forma de homenagem,” revela Muller.

INFLUÊNCIAS DOS ANOS 2000

O Serena nasceu em 2020, pouco antes da pandemia, como uma ideia de Yuri Muller, que buscava investir em um novo projeto e dedicar-se intensamente a ele. “Eu estava querendo trabalhar e depositar energia em um novo projeto e comecei a busca por parceiros que embarcassem nesse objetivo. Depois de algum tempo sem sucesso, decidi então começar o projeto sozinho. A ideia foi dar início às composições, mesmo sem banda", explica Muller.

Sua intenção era desenvolver o projeto musical primeiro e, com o tempo, atrair músicos que se identificassem com o som para se juntarem a ele – o que deu certo.

Segundo o artista, as músicas passaram por um longo período de maturação até ganharem forma e estilo próprios, e o processo de criação aconteceu de forma espontânea. “Acho que é um conjunto de experiências de composições anteriores e também sentimentos. Nada foi criado pensando em trends ou sons que estão em alta, foi tudo naturalmente saindo de mim. Eu realmente voltei a ouvir bastante coisa antiga que ouvia no começo (quando comecei a tocar) e que me marcaram bastante, tanto na vida, como na aprendizagem de composição”, compartilha.

Assim como os singles anteriores, o álbum traz um forte espírito dos anos 2000 com influências diversas, como Blink-182, System Of A Down, Paramore, Red Hot Chili Peppers, NOFX, além de artistas como Igorrr e Venetian Snares. Elementos das bandas brasileiras Los Hermanos, Dead Fish e Pense também ajudaram a moldar o som de Serena.