Projeto 'Livro Aberto' tem sua última edição nesta terça-feira (25)
Biblioteca pública do CEU, no Jardim Santa Rita, recebe a última edição do projeto de "Livros Humanos", de partilha de relatos pessoais
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 24 de junho de 2024
Biblioteca pública do CEU, no Jardim Santa Rita, recebe a última edição do projeto de "Livros Humanos", de partilha de relatos pessoais
Reportagem local
Depois de quatro encontros, a última edição do projeto Livro Aberto – Convite para Ler Pessoas irá ocorrer nesta terça-feira (25), na Biblioteca do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na rua Ângelo Gaioto, s/n, Jardim Santa Rita. O projeto terá início às 9h, encerrando o ciclo de cinco meses de atividades do projeto, iniciado em fevereiro deste ano.
Oferecendo um espaço de partilha e escuta dos relatos pessoais dos integrantes do projeto, os “Livros Humanos”, o encontro final abordará temáticas acerca do racismo, da população LGBTQIAPN+, da violência sofrida pelas mulheres, das pessoas em situação de rua, e sobre o autismo.
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As inscrições para participar do projeto são gratuitas e podem ser realizadas através deste formulário. As vagas são limitadas a cinco leitores para cada “Livro Humano”. A ação é destinada ao público maior de 18 anos.
“A escolha de cinco leitores para cada integrante foi baseada em uma ideia de que se há uma roda mais intimista, há mais facilidade na criação de vínculos para a partilha das histórias de vidas e das perguntas dos participantes aos Livros Humanos”, comentou a proponente do projeto, a escritora e ceramista Rosana de Andrade.
LIVROS HUMANOS
Na sua quinta edição, o projeto conta com cinco Livros Humanos: o produtor cultural Leandro Palmerah; o graduando em História e colaborador do NEAB – Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Josué Godoy; a atriz, professora e terapeuta psicanalista Marina Stuchi; o terapeuta integrativo e artista multimídia, Sayd Caetê; e o educador social e ativista Jodair Moreno.
Para Moreno, a participação em “Livros Abertos” foi um convite das próprias organizadoras do projeto, Rosana de Andrade e Christina Mattos. Na partilha das suas histórias, o ativista comenta sobre seus conflitos internos e familiares, vividos por conta da descoberta de sua homossexualidade, aos 11 anos.
“O projeto é uma possibilidade linda de estabelecer vínculos sociais e comunitários onde ele ocorre. Vivemos um tempo de muita intolerância, nunca é demais aprendermos uns com os outros e encontrarmos belezas nas nossas alegrias, dores, semelhanças e diferenças”, pontuou ele.
Dessa forma, compartilhar seus relatos, segundo Moreno, é uma possibilidade de fazer as pazes com sua própria história. “Apesar de já ter me causado dor no passado, serviu para o meu fortalecimento e aprendizado, me tornando a pessoa que sou hoje”, relatou
A dinâmica dos encontros segue a tônica de suas outras edições. As atividades têm início às 9h e são distribuídas de acordo com o interesse e a temática escolhida. Depois desse momento, são formados grupos de partilha para o relato dos “Livros Humanos”, a fim de trocar ideias e experiências, e refletir sobre as palavras compartilhadas.
Em seguida, os participantes realizam um exercício dinâmico de escrita livre, sobre as sensações e pensamentos que tiveram após ouvirem os relatos. Para concluir o encontro, às 10h30, são indicadas recomendações de livros sobre as temáticas abordadas no encontro.
RELATOS
Segundo o gestor cultural e bibliotecário do CEU, Marcos Antonio de Moraes, a partilha dos relatos promovida pelo projeto é importante para proporcionar contato com outras experiências e perspectivas, além de despertar a empatia nos ouvintes e leitores pelas vivências compartilhadas pelos “Livros Humanos”.
Com a realização da última edição do Livro Aberto nesta terça-feira (25), a proponente Rosana de Andrade informou que o próximo passo é aguardar a saída do novo edital para futuras edições dos encontros e analisar a conclusão do projeto. Para a escritora, é uma realização ter chegado a esta etapa, trazendo uma sensação de compromisso cumprido.
Livro Aberto é um projeto que foi idealizado a partir da influência do conceito da Biblioteca Humana, originada na Dinamarca e replicada em diversos países. O projeto de Londrina foi aprovado em 2023 para receber recurso do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), pela Secretaria Municipal de Cultura.
Texto: Manu Barioni, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina
* Com N.Com