ARACAJU, SE - A Opus Entretenimento, produtora que cuida da carreira do cantor Alexandre Pires, se disse surpresa com a operação da Polícia Federal na última segunda-feira (4) que prendeu o empresário Matheus Possebon, e fez buscas e apreensões na casa do cantor em Santos, litoral de São Paulo. A suspeita sobre Possebon e Pires é que eles fazem parte de um esquema de garimpo ilegal na Terra Indígena Ianomâmi, no estado de Roraima. Um inquérito aponta que o artista teria recebido R$ 1 milhão de uma mineradora investigada.

Na nota, enviada à Folha de S.Paulo, a Opus afirma que desconhece investigações contra Pires e Possebon. "A Opus Entretenimento, presente há 47 anos no mercado de eventos, fomentando há décadas a cultura e o entretenimento no país, vem a público informar que desconhece qualquer atividade ilegal supostamente relacionada a colaboradores e parceiros da empresa", diz a empresa.

A Opus também diz confiar no líder da banda Só Pra Contrariar. "Em relação a Alexandre Pires, uma das grandes referências da música brasileira, a Opus, responsável pela gestão de sua carreira, manifesta sua solidariedade ao artista, confiando em sua idoneidade e no completo esclarecimento dos fatos", afirma a nota.

Segundo a Polícia Federal, o esquema seria voltado para a "lavagem" de cassiterita retirada ilegalmente da terra indígena, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento.

O portal oficial da PF informa que os agentes cumpriram dois mandados de prisão, seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA) e Uberlândia (MG).

Os agentes procuraram no imóvel de Alexandre Pires documentos que apontassem possíveis pagamentos da mineradora ao artista. Antes do apartamento em Santa Catarina, segundo o jornal O Globo, houve também uma diligência em um cruzeiro onde Pires se apresentava.