Carnaval de rua de Londrina já chegou a reunir 50 mil foliões, uma aglomeração que se torna um risco na pandemia que ainda oferece perigo
Carnaval de rua de Londrina já chegou a reunir 50 mil foliões, uma aglomeração que se torna um risco na pandemia que ainda oferece perigo | Foto: Roberto Custódio - Arquivo

Os festejos do Carnaval de 2022 foram cancelados em Londrina devido à pandemia de Covid-19. A decisão anunciada na tarde desta quarta-feira (8) foi tomada pela Prefeitura em ação conjunta com representantes das secretarias municipais de Saúde e Cultura. A suspensão da folia faz parte das medidas de cautela que estão sendo adotadas após a chegada da variante Ômicron, recentemente descoberta na África. No entanto, o cancelamento pode ser revertido caso a cidade apresente um novo cenário até o mês de fevereiro do próximo ano, quando quase toda a população local já deve ter completado o ciclo vacinal.

“Acho muito prematuro a gente falar muito antes o que vai acontecer. A princípio eu não vejo condições de fazer o Carnaval com milhares de pessoas nas ruas. Não seria o correto. Mas é claro, vamos dizer que a pandemia até lá tenha se solucionado. Então essa análise é sempre feita de forma mais próxima da data. Hoje eu não vejo condições de se realizar um evento como foi em 2019, quando tivemos cerca de 50 mil pessoas no Aterro do Lago Igapó, apesar de Londrina não ter a tradição do Carnaval”, afirmou o Belinati em entrevista coletiva realizada na terça-feira (7).

Na tarde desta quarta-feira (8) o secretário municipal de Cultura Bernardo Pellegrini, confirmou o cancelamento do Carnaval de 2022 e disse que a decisão atende às orientações da Secretaria Municipal de Saúde. “A orientação é que a gente cancele o Carnaval, como Recife, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo e várias outras cidades que também cancelaram. Esse é um momento que precisamos estar em alerta, inclusive em relação a esse final de ano, evitando aglomerações, estimulando as pessoas a utilizar máscara e álcool e distanciamento para evitar propagação do vírus nesse momento em que parece que existem muitas possibilidades de ter um retrocesso”, destacou.

A suspensão da festa, segundo ele, pode ser revista no início do próximo ano. “Fica até segunda ordem cancelado com uma ressalva de que se chegar lá na frente, um mês antes e a gente sentir que a situação está sob controle, que essas variantes não prosperaram com a população praticamente quase toda vacinada, poderemos correr atrás de patrocínio, pois já estava tudo esquematizado, com um edital pronto para ser lançado. A intenção era de realizar um carnaval de bloco para as pessoas brincarem e uma matinê para as crianças. Se tivermos um ambiente adequado a gente vai fazer um esforço conjunto com a iniciativa privada, prefeitura e Codel para devolver o Carnaval para a população”, ressaltou Pellegrini.

PARANÁ SE DIVIDE SOBRE A FOLIA

Mesmo com a vacinação avançando no país, fazer ou não festas como Réveillon e Carnaval não é unanimidade por conta da pandemia. Especialmente com a nova variante ômicron já em território nacional, que chama a atenção de especialistas pela quantidade de mutações genéticas.

Tibagi, no Campos Gerais, está preparando para o Réveillon um show de uma banda local na praça da cidade. O uso de máscara será obrigatório e a prefeitura diz contar com o discernimento da população para o cumprir. O gerente do departamento de cultura, Scilas Oliveira, afirmou que ainda está estudando a possibilidade de fazer o Carnaval, tanto pela Covid-19, quanto pelo custo da festa.

O evento, que era custeado totalmente pela prefeitura, se tornou um grande atrativo para os foliões, mas estava dando prejuízo. Por isso, a administração municipal estuda a possibilidade de fazer parcerias público-privadas. Oliveira ressaltou que o Carnaval é uma data importante para a economia local, uma vez que as pousadas ficavam lotadas. Em 2019, cerca de 50 mil foliões estiveram na cidade para acompanhar o tradicional desfile do Corso, shows e matinês.

As cidades litorâneas Guaratuba e Matinhos confirmaram o Carnaval para o próximo ano. O prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, afirmou que está acompanhando os números da pandemia e pode rever a decisão, mas até o momento entende que é possível haver a festividade. Entre as atrações estão blocos tradicionais da cidade, como o Bloco do Caranguejo, da Terceira Idade e o Unidos de Judá.

Outras cidades como Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Antonina e Paranaguá cancelaram o Carnaval de 2022 por causa da pandemia. (Colaborou Alice Rezende/ Estagiária)