SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fábio Porchat, 37, recordou, na noite desta terça-feira (13), durante participação no programa Conversa com Bial (Globo), o ataque contra à produtora responsável pelo humorístico Porta dos Fundos, e se disse animado com a possibilidade de o empresário Eduardo Fauzi, suspeito do crime, responder criminalmente pelo ato.

Fauzi está preso na Rússia e aguarda a decisão sobre sua deportação ao Brasil. Questionado, Porchat afirmou estar "animado com a ideia de que ele vai ser julgado" e continua: "Nove meses depois. A sensação de impunidade é muito ruim, mas quando acontece com a gente, nos damos conta que moramos no Brasil".

Porchat ainda questionou o que levou ao ataque e recordou que o Porta dos Fundos faz especiais de Natal desde 2013, "com o mesmo texto, sou eu quem escreve", destaca. "Aí, em 2019, alguém se sente a vontade para pegar duas bombas e jogar no lugar, poderiam ter matado uma pessoa, tinha uma pessoa lá", afirma.

"Por que essas pessoas se sentiram a vontade? O que aconteceu de 2018 para cá que fez as pessoas se sentirem a vontade para isso? As palavras geram ações. A arminha com as mãos gera ação. Você não repudiar esses atos, gera confirmação de que estão corretos. Hoje é com a gente, que você pode odiar, mas amanhã é com você."

O humorista ainda brincou e disse que as pessoas o consideram "um vilão do Batman", que busca formas de irritar os evangélicos, mas garante que não, sua ideia é apenas ser engraçado. Segundo ele, as brincadeiras com a religião não são uma propagação de preconceito, como uma piada com gordo, por exemplo.

Porchat ainda falou sobre os programas de humor e comediantes que acabam esquecendo a piada para tentar "lacrar", o que ele chama de "lacromédia". "Isso é ruim, faz a gente politizar tudo, sendo que o mais legal é quando o rei não percebe que o bobo da corte está fazendo piada com ele", afirma.

Porchat voltará ao ar na Globo nesta quinta-feira (15), com a transmissão da primeira temporada da série "Que História é Essa, Porchat?", originalmente do canal GNT. Gravados antes da pandemia, os episódios terão os convidados no estúdio, o que não se repetiu na segunda temporada, já durante a pandemia.