A iniciativa literária “Toma Aí Um Poema”, lançada pela poeta curitibana finalista ao Prêmio Jabuti em 2022, Jéssica Iancoski, fará sua estreia na edição deste ano da FLIP - Festival Literário de Paraty, que começou na terça-feira (22) e segue até domingo (26). Além de Iancoski, outros poetas paranaenses integram a iniciativa, que promove ações de incentivo à escrita e à literatura.

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Entre as atividades desempenhadas, está a atuação como editora de livros físicos, digitais e revistas. Por não possuir fins lucrativos, a editora abre mão dos direitos autorais das obras para que o autor os possua por completo. Os trabalhos envolvidos na edição de uma publicação são custeados por meio de financiamento coletivo, resultando na circulação de novos pontos de vista dentro da literatura brasileira. “Estamos construindo um modelo de publicação com base no sonho de que o autor possa vir a ser o principal beneficiado pelo seu trabalho. Costumamos dizer que estamos entre a publicação independente e uma tradicional — posicionando-nos como uma parceira do autor para a criação do livro”, ressalta Iancoski.Em sua primeira participação na FLIP, o grupo irá abordar o lema “Publicar é um Direito”, que tem o objetivo de reforçar que a literatura é reflexo da humanidade, em toda a sua complexidade. Desta forma, cada texto é visto como uma valiosa contribuição ao diálogo global. “O direito de publicar é uma celebração da liberdade de expressão e da crença de que todas as vozes têm valor e merecem ser compartilhadas”, explica Iancoski.Também serão promovidas atividades na Casa Ópera e na Casa Gueto. A programação inclui 10 lançamentos, oficina de poemas, workshop de escrita, sarau e confraternizações. Entre os destaques, estão os lançamentos nesta sexta-feira (24), das antologias “Poetas do Ano 2023: Publicar é um direito” e "Pelo Direito de Existir", ambas também viabilizadas por financiamento coletivo.A antologia “Poetas do Ano 2023: Publicar é um direito” celebra a expressão poética contemporânea, reunindo talentos emergentes e poetas em atuação. A publicação reúne estilos e temas variados, destacando todas as emoções que a poesia pode oferecer. Já a antologia "Pelo Direito de Existir" trata de inclusão e do direito de cada voz ser ouvida. “No vasto e multifacetado mosaico da vida, cada pessoa representa um fragmento singular. Esta antologia é uma ode à afirmatividade, uma celebração da diversidade humana e uma homenagem às múltiplas vozes que compõem a nossa sociedade“, conta Iancoski.INCENTIVO À LITERATURA

Além da edição de livros físicos, digitais e revistas, a “Toma Aí Um Poema” atua como projeto social de acolhimento, incentivo e desenvolvimento da escrita e da leitura. Mantém um podcast de mesmo nome, com mais de 65 mil ouvintes somente no Spotify, o que o torna o maior de literatura falada no Brasil. Nas redes sociais, a “Toma Aí Um Poema” busca levar as poesias para o cotidiano das pessoas. Também proporciona momentos de reflexão e arte, incentivando a discussão e a interação em torno dos temas abordados nas poesias.O corpo editorial da “Toma Aí Um Poema” é formado por mulheres, pessoas trans, homoafetivas e não-bináreis, que sofrem ou já sofreram violência de gênero. Por isso, um dos princípios da iniciativa é combater, através da poesia, ideais culturais de dominação e repressão. A editora-assistente da “Toma Aí Um Poema”, Mabelly Venson, lembra que as grandes editoras, em sua maioria, são lideradas por homens-héteros-cis-padrão. “Com isso, a visão dessas organizações reflete o ponto de vista dessas pessoas. Ao tornar o mercado editorial mais acessível, não apenas estamos concedendo oportunidades individuais, mas também enriquecendo o mundo com uma variedade de vozes que, de outra forma, poderiam ter permanecido não ouvidas”, defende Venson.A iniciativa literária “Toma Aí Um Poema” está em processo para se tornar uma ONG (Organização Não-Governamental), o que possibilitará a ampliação de suas atividades. A editora-adjunta, Belise Campos, ressalta que a voz do grupo já vem sendo percebida, assim como sua força econômica. “Quando começamos o financiamento coletivo, tínhamos um palpite de que o nosso desejo pela mudança não era um delírio. Com o apoio de uma comunidade literária entusiasta, conseguimos confirmá-lo. Nosso objetivo é estimular a literatura gratuita e livre para todos”, finaliza.Programação - Casa Ópera

SEXTA-FEIRA (24)13h – Oficina “Poemas Provocadores: a oficina em sala de aula”, com Valmir Luís Saldanha17h – Lançamento das antologias “Publicar é um Direito” e “Pelo Direito de Existir”SÁBADO (25)14h30 – Workshop “Escrita e Liberdade, com Bia Viana19h – Lançamentos “Lado B (Jeane Imthon), Coisa Pouca (Rodrigo Domit) e Pedaço de pano para secar enxurrada (Guilherme Eisfeld)DOMINGO (26)Lançamento Coletivo PoETes: Altas Habilidades com Poesia (org. Nanahira de Rabelo e Sant´Anna e Filipe Albuquerque Ito Russo)

* Com assessoria de imprensa.